Se você assim como eu se interessa pela história da televisão brasileira, fazer a leitura desse livro é obrigatório. Por 16 anos no ar, levando entretenimento e diversos sucessos no campo da teledramaturgia e do jornalismo. Agora, serão somadas mais 400 páginas de história. Os méritos e sucessos da Rede Manchete de televisão são o tema central do livro Rede Manchete: Aconteceu, virou história do autor radialista Elmo Francfort.
A Manchete deixou bem claro na história da televisão que aqui esteve para se transformar em uma grife de televisão de qualidade, de credibilidade, profissionalismo, capricho, criatividade e ousadia. Esteve na busca eterna de seus ideais, na superação dos limites e também acabou abusando, como poderão ver neste livro. Promoveu a cultura e o debate em suas coberturas, mas passou da mais tecnológica emissora do país à que precisava mais urgentemente da renovação dos seus equipamentos. Foi um cometa que passou pela história
Elmo Francfort
Parafraseando o slogan ‘Aconteceu, virou Manchete’, a obra relata através de um panorama analítico a trajetória da emissora idealizada pelo empresário Adolpho Bloch e que dividiu com o SBT as concessões oriundas da antiga Rede Tupi, extinta em 1980. Foram quatro anos de intensas pesquisas em São Paulo e no Rio de Janeiro, além de vários encontros com ex-funcionários da rede. Tudo motivado pela paixão do autor pelo extinto canal. A falta de informações e a imprecisão daquelas que existem – tanto em registros históricos, quanto na internet – também colaboraram para que o livro se tornasse uma realização concreta.
Ao longo de seis capítulos, o livro oferece uma redação leve, direta e marcada pela valorização do fator humano. As pessoas que fizeram a Rede Manchete têm participação marcante na obra, página a página. Dezenas de depoimentos são intercalados com o texto do autor, juntamente com fotos marcantes da história da rede.
Do começo ao fim, o livro revela a aura de ambiente familiar que caracterizava o dia-a-dia da Rede Manchete. ‘Foi um dos melhores momentos da minha carreira. Era uma emissora onde você convivia com os donos diariamente. A porta deles estava sempre aberta’, conta o diretor de novelas Nilton Travesso, que lá passou cinco anos.
O autor também dá destaque aos momentos de maior repercussão da Manchete, os grandes sucessos (as telenovelas de maior sucesso, o Documento Especial, os furos de reportagem e notícias exclusivas que eram resultado da coragem, ousadia e faro da equipe de jornalismo), as experimentações visuais e temáticas.
Da série "Aplauso", é uma interessante leitura. Mergulhamos a fundo na história da rede e descobrimos mais da sua ascensão e também da sua queda (decisões que os executivos tomaram prejudicaram muito a emissora). Gostei muito.
Talvez a Rede Manchete foi a emissora mais ousada que tivemos em nosso território, bem a frente do seu tempo. Para quem teve a oportunidade de acompanhar a trajetória da Manchete, mesmo que apenas um pouquinho, como eu, pode sentir uma sensação grande de saudade, além de conhecer melhor sua equipe artística e mais detalhadamente sua ascensão e seu declínio. Para aqueles que não tiveram o privilégio de assistir à Rede Manchete na telinha de casa, é um ótimo meio de conhecer melhor a respeito de um importante capítulo da história da comunicação em nosso país, a TV do ano 2000 que, infeliz e ironicamente, fechou as portas em 1999. Recomendo a obra!
Não tinha ouvido falar desse livro. Adorei a resenha.
ResponderExcluirBom fim de semana!
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Até mais, Emerson Garcia