terça-feira, 9 de julho de 2019

“Olhos que Condenam” nos leva a reflexão

Assisti recentemente a série Olhos que Condenam (When They See Us, no original) e preciso comentar ela aqui logo, pois vale muito a pena conferir essa obra. Para quem ainda não conhece é uma minissérie original da Netflix baseada em uma história real e que narra de forma envolvente e dura como foi o julgamento e desfecho do caso de estupro de uma mulher que corria no Central Park, em Nova York, no ano de 1989.

Antes de tudo, quero dizer que fiquei muito impressionado com os acontecimentos e como a série retrata tudo. É dolorosa, forte, emocionante e traz um misto de sensações. A história da minissérie Olhos que Condenam gira em torno de 5 adolescentes entre 14 e 16 anos, negros, que moravam em Nova York no ano de 1989. Tudo começa quando um grupo de jovens resolve fazer um “rolezinho” no Central Park, algo aparentemente normal para no bairro. No calor do momento, os 5 jovens vão junto com a turma e acontece uma batida policial no parque em que alguns deles são presos e levados a delegacia.

Mas afinal, o que houve? Em 19 de abril de 1989, ocorreu o chamado ‘caso da jogger em Central Park’, onde uma mulher de 28 anos de idade foi brutalmente agredida e estuprada, supostamente, por cinco garotos – quatro negros e um latino – naquela noite tumultuada. Os cinco menores de idade foram apreendidos ao lado de uns 30 adolescentes, responsáveis pela baderna no parque. 

Olhos Que Condenam

Em seguida a série mostra como o caso foi tratado pelas autoridades, polícia e promotoria. Com um caso de estupro no parque e a detenção dos garotos negros, as autoridades enxergam uma oportunidade de “mostrar serviço” e também de ganhar um pouco de fama. 

Detidos pela polícia, os garotos sofrem muita pressão psicológica, seguida de agressões em algum deles. Promessas infundadas são feitas por parte da força policial com o objetivo de extrair dos meninos uma informação que não era verídica. Desamparados, os garotos foram levados a crer pela polícia que se eles confessassem, poderiam ir para casa.

A polícia tem uma lista de nomes dos jovens que estavam lá, e vão atrás de um deles, Yusef de 14 anos, que foi convidado pelos policiais a se acompanharem ele à delegacia. Sem a presença de um maior responsável (no caso sua mãe) ele se sente coagido e acompanha os oficiais. Seu amigo Korey, o único de 16 anos (maioridade penal nos EUA), o acompanha pois “Se eu não ir com ele, a mãe dele vai me matar”. Assistindo a sério, verá como Korey será o garoto que mais sofre com os acontecimentos.

Olhos que Condenam

Vou ser sincero, tudo isso gera um misto de raiva, empatia e muita indignação. Sem dúvidas, a obra traz um poderoso momento de reflexão a cada episódio e ainda mais no desfecho de tudo. Em um mundo de injustiças, como lidar contra os nossos próprios preconceitos?

Pessoas sendo presas e condenadas injustamente é uma triste realidade. E talvez por essa ânsia por culpados e a pressão popular e midiática fazem com que a nossa justiça muitas vezes faça injustiça, que foi o caso desses garotos e de muitos outros por aí.

Aprendemos uma lição valiosa com Olhos que Condenam. O ser humano tem a capacidade de condenar sem antes ouvir, conhecer, avaliar. Isso faz todo sentido com o nome da série. Somos seres impetuosos no julgamento, pois a nossa bússola moral sempre pende para o lado do outro e nunca para o nosso próprio umbigo. Recomendo a série!

Um comentário:

  1. Gostei muito da resenha e já vou adicionar para assistir.
    Bom fim de semana!

    Jovem Jornalista
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    Até mais, Emerson Garcia

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