Mark Hogancamp é agredido por vários homens em um bar e entra em coma. Ele perdeu totalmente a memória, esquecendo da família e os amigos. Para recuperar suas lembranças, Mark constrói uma maquete em miniatura de uma cidade belga chamada Marwencol, com bonecos representando os familiares e amigos próximos.
Welcome to Marwen, 2018 |
Lançado em 2018, o filme “Bem vindos à Marwen”, conta a história real do Artista e fotógrafo Mark Hogancamp (interpretado por Steve Carell). No dia 8 de abril de 2000, Mark estava bebendo em um bar de Nova York e conversou com um grupo de 5 rapazes. Bêbado, ele revelou ao grupo que era cross dresser e que gostava de usar saltos altos. Ao sair do bar, Mark foi espancado brutalmente pelos rapazes e deixado à beira da morte. Mark passou dias em coma, e precisou de tratamento de fisioterapia e acompanhamento psicológico por mais de um ano. Mark teve seu cérebro danificado e apenas conseguia se lembrar de poucos fatos anteriores ao acidente. Mark construiu uma vila Belga em miniatura no jardim de sua casa, que ele chamou de “Marwencol”. A vila representava a Bélgica da 2a Guerra Mundial. Mark criou bonecos que representavam ele e seus amigos, e assim, criou histórias heroicas onde ele e suas amigas heroínas lutavam contra os nazistas. Essa foi a terapia que Mark encontrou para exorcizar seus fantasmas. Mais tarde, suas fotografias foram descobertas e montadas em uma exposição, fazendo enorme sucesso. Tudo parece ser encantado, pelo simples fato de Mark Hogancamp soltar a imaginação e dar vida aos bonecos. Contudo, é a amargura da realidade que dá consistência à trama.
Welcome to Marwen, 2018 |
O artista que era ilustrador da Segunda Guerra Mundial, precisa tomar diversos remédios, afinal, ele ainda sofre as consequências da agressão sofrida na saída do bar que o deixou em coma. Em meio a doses contadas de medicamentos e o trabalho num restaurante, Mark tenta seguir a vida. Claro que os bonecos são excelentes ferramentas para a superação, embora vilões também existam entre eles, seja um pequeno nazista ou uma fadinha ardilosa e dominadora. De fato, é a força da mulher que move toda a trama. Seja na admiração de Mark por sapatos femininos, incluindo uma grande coleção deles, ou por representar as melhores amigas em suas bonecas, incluindo a nova vizinha: a Nicol. Elas são decididas, sabem empunhar armas e usar munições como ninguém. Um dos trunfos também do filme é mergulhar no subconsciente de Mark e entender o que se passa com ele, a linha entre o que é ou não real é tênue e se confunde o que se está adaptando, se são as histórias que ele cria ou se são os acontecimentos da vida dele. O filme se faz na compreensão do que atravessa esses mundos, por que ele está criando aquela fantasia, o que cada coisa significa e como aquilo ajuda ele a se recuperar.
Já falei aqui várias vezes, quando começa o filme e vejo ''baseado em uma história real'' eu assisto até o fim. E assim assisti esse até o fim. Gostei da abordagem do estresse pós traumático de uma forma leve e inteligente. E acabei me lembrando de quando na infância eu brincava sozinho e montava cenários e estorinhas na minha mente, com personagens que ainda hoje tenho na memória. É realmente um filme que mexe com nossa imaginação e nos faz lembrar que podemos criar o mundo que nós quisermos para amenizar os problemas da vida real. As vezes a fantasia é a melhor válvula de escape. O filme também traz ótimos efeitos especiais o que me agradou bastante. Apesar de que achei a história um pouco ''arrastada'', mas tirando isso, é um bom filme e merece ser apreciado. Recomendo!
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