O filme celebra o nascimento do "show business" e conta as histórias de P.T. Barnum, um homem visionário que, a partir do nada, criou um espetáculo circense que se tornou sensação ao redor do mundo.
Uma história simples transformada em um espetáculo musical cinematográfico que contagia com uma trilha sonora que fala por si só, hipnotiza com as coreografias e conquista com personagens memoráveis. Dirigido por Michael Gracey, O Rei do Show (The Greatest Showman, no original) é baseado na história real de Phineas Taylor Barnum, conhecido como o “príncipe das falcatruas” um showman e empresário do ramo do entretenimento norte-americano responsável por fundar um museu de curiosidades e o circo com animais, freaks e fraudes que viria se tornar no sucesso Ringling Bros. and Barnum & Bailey Circus.
O Rei do Show (The Greatest Showman, 2017) |
P.T. Barnum (interpretado por Hugh Jackman, que por sinal tem uma atuação incrível) é o típico cara que pensa grande, e não está ligando muito para as consequências, sentimentos ou críticas alheias, ele só quer fazer seu nome e ganhar dinheiro. Podem ser encontrados muitos traços de egoísmo e ganância nele, que logo se misturam com um lado apaixonado pela família, que quer dar o melhor e não mede esforços para vê-la feliz. Ou seja, pode ser cada um de nós, quando reconhecemos o mal que somos capazes de fazer mas, ao mesmo tempo, trazemos no coração a aspiração pela nossa felicidade e a dos nossos.
Ainda na infância, P.T. se apaixona por Charity (interpretada por Michelle Williams) e dessa paixão surge uma grande história de amor, cheia de desafios, entre eles criar a família e dar vida a um museu de cera. Depois de algumas investidas sem sucesso o museu se transforma em uma casa de shows ousados com mulheres e homens excêntricos, tidos como aberrações para a época. Ele contrata pessoas de todas as formas, tamanhos, classes e raças, e há uma sensação de que existe uma "celebração da humanidade" dentro da tropa de circo que ele cultiva. Uma família se torna ali onde todos os indivíduos têm valor e são aceitos como são. Logo depois, P.T. enfrenta cada vez mais as várias pressões da indústria do entretenimento, críticos e além de escândalos que ameaçam arruinar sua empresa criativa. Mas ele promete que seus "olhos não serão cegados pela luz". E, de fato, mensagens sobre a importância da fidelidade e da família ressoam ao longo do filme.
O interessante das “aberrações/freaks”, pode ser resumido com uma frase de Santo Agostinho: “conhece-te, aceita-te, supera-te”. O filme não mostra um aprofundamento sobre cada um deles, mas o que se percebe da vida de cada um deles e de tantos outros até nossos dias, é que de tanto serem desprezados pela sociedade e até pelas próprias famílias, eles não conseguem aceitar quem são, muito menos reconhecer seu valor, mas a partir do momento em que são valorizados se assumem como um dom, passando por cima das limitações que eles próprios criaram, além de viverem uma atmosfera familiar ao se reconhecerem uns nos outros.
Um musical que superou minhas expectativas, extremamente leve e divertido e que tem uma lição muito forte para nossas vidas: Seja você mesmo e não ligue para o que os outros falam. As músicas compostas para o filme são muito animadas e ficam na sua cabeça. Enfim, assim como as canções, entramos realmente na história, aquele 'show' é um lugar onde você sente que tudo é possível, que qualquer sonhador pode conquistar o mundo. Você pode até sair com um sentimento de verdadeira alegria pensando, como fez Barnum: "A melhor arte é fazer os outros felizes".
Trilha sonora do filme, disponível no Spotify:
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