Entre a Tempestade e a Calmaria: Aprendendo a Dominar Minhas Emoções

Ilustração

Conviver com a minha própria intensidade é como viver entre extremos, oscilando entre o estresse e a empatia, entre momentos de explosão e de profunda sensibilidade com o outro. Reconheço que essa dualidade não é fácil de lidar, nem para mim nem para quem está ao meu redor. Às vezes, sinto como se estivesse em um campo minado de emoções, onde qualquer movimento em falso pode provocar uma reação desproporcional. Por outro lado, em muitas ocasiões, me vejo cuidando dos sentimentos dos outros com uma delicadeza quase natural, o que parece contraditório, mas talvez seja apenas uma faceta mais calma dessa mesma intensidade.

O desafio é, sem dúvida, aprender a dosar essa energia e direcioná-la de forma equilibrada, especialmente nos momentos de maior pressão. Na prática, isso significa desenvolver a habilidade de identificar o que estou sentindo antes que as emoções assumam o controle, buscando uma pausa – uma respiração consciente – para processar o que está acontecendo. Mas sei que isso demanda muito mais do que uma simples mudança de atitude; é quase uma reprogramação de respostas automáticas que, durante muito tempo, surgiram sem filtro.

Entendo que o primeiro passo é aceitar essa complexidade como parte de mim, não como um defeito, mas como uma característica que posso moldar com prática e consciência. Afinal, há algo positivo nessa intensidade, algo que me permite vivenciar tudo com profundidade. O que preciso, então, é aprender a governar essa energia em vez de ser governado por ela. Isso significa observar o que desencadeia minhas reações impulsivas e encontrar meios de desarmá-las antes que se transformem em uma explosão.

Sei que o domínio das emoções é um processo que exige paciência e consistência. É o compromisso diário de parar, respirar, refletir, e só então agir. E essa não é uma tarefa fácil. Cada momento exige um esforço, mas percebo que, aos poucos, posso escolher a minha resposta ao invés de apenas reagir ao que me acontece. 

No final, acredito que alcançar esse equilíbrio é justamente o que me permitirá ser mais autêntico e estar presente nas relações de forma mais genuína, sem ser carregado pelo peso de minhas próprias emoções. Esse aprendizado se torna uma espécie de autocuidado, um caminho para viver com mais serenidade e, ao mesmo tempo, com intensidade controlada.

W. Segundo

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