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quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

Filme – Godspell - A Esperança (1973)

Depois de um certo período sem comentar sobre filmes aqui, voltei, e com um "clássico" (?)... "Godspell" de 1973 é uma experiência cinematográfica bastante interessante. O filme é baseado é um musical homônimo da Broadway, apresentando o evangelho de São Mateus usando a cidade de Nova York como pano de fundo. A começar pelas locações, fiquei fascinado com a maneira como o filme usa Nova York quase como um personagem próprio. As ruas desertas, desprovidas de qualquer movimentação exceto dos protagonistas, dão uma atmosfera surreal à trama, realçando a sensação de um mundo à parte. É impressionante ver um cenário tão vivo e caótico como Nova York se transformar em um palco quase desolado, permitindo que os personagens circulem livremente, como em um sonho estranho e metafórico. A cidade vazia parece nos convidar a refletir sobre os valores e as palavras que os personagens estão transmitindo.

Cada cena e canção é trabalhada para transmitir uma mensagem sobre a palavra de Deus, e acredito que esse foi o maior ponto positivo do filme. As parábolas são contadas de maneira criativa, ora cativando, ora instigando, sempre buscando despertar algo mais profundo. As músicas, aliás, desempenham um papel central em "Godspell" e se destacam, sobretudo "All Good Gifts". Esse número musical, com sua melodia suave e letra que celebra as dádivas de Deus, é de uma beleza singela que me tocou profundamente. A combinação de voz e arranjo cria um momento de paz que contrasta com a energia efervescente de outras canções, proporcionando um instante de introspecção.

Contudo, a representação de Jesus Cristo me causou uma certa resistência. A escolha de retratá-lo como um tipo de “palhaço hippie” me pareceu uma abordagem ousada, mas que nem sempre fez jus à profundidade e seriedade de sua mensagem. Entendo que a proposta era justamente transmitir uma visão leve e acessível da figura de Cristo, mas o visual com maquiagem de palhaço e um estilo irreverente me desconectou da intensidade que a figura histórica de Jesus representa para muitos. Embora a intenção fosse talvez modernizar e desmistificar a imagem de Cristo, essa escolha de direção pareceu mais uma caricatura do que uma homenagem verdadeira. Esse estilo acaba tirando parte da profundidade das palavras que ele está transmitindo ao longo do filme.

O próprio filme, é verdade, caiu um pouco no esquecimento. Confesso que tive dificuldade para encontrá-lo e assisti através do Amazon Prime Video. Apesar dos pontos que me incomodaram, como a representação peculiar de Jesus, fiquei satisfeito de ter finalmente assistido "Godspell". É um filme que vale a pena ser visto ao menos uma vez pela experiência e pela proposta criativa, embora não sinta vontade de revê-lo tão cedo. Como obra, ele se destaca pela inovação e pela coragem, mas seu estilo pode não agradar a todos e, como no meu caso, até causar certa estranheza.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Filme – A Felicidade Não Se Compra (It's a Wonderful Life, 1946)

Cada vez que um sino toca, um anjo ganha suas asas.

Um anjo é enviado do Céu para ajudar um empresário desesperadamente frustrado, mostrando-lhe como seria a vida se ele nunca tivesse existido.

Sim! Um homem bom, oprimido pelas provações da vida, é visitado por um mensageiro celestial e ganha um novo sopro de vida. A sinopse de algum episódio da série 'O Toque de um Anjo'? Não, mas é a base para o emocionante clássico de 1946 de Frank Capra, It's a Wonderful Life (A Felicidade Não se Compra, aqui no Brasil).

A Felicidade Não Se Compra (It's a Wonderful Life, 1946)

Para quem não conhece a história de A Felicidade Não se Compra, ele gira em torno da vida de um homem chamado George Bailey (interpretado por James Stewart), interpretado lindamente por James Stewart. Desde a infância, George é um sonhador. Ele aspira ser um grande homem, na esperança de ver o mundo, descobrir novas terras, projetar e construir coisas e viver a vida em sua plenitude. No entanto, George mora na pequena cidade de Bedford Falls. Seu pai dirige um negócio de "construção e empréstimo" que atende os habitantes da cidade, ajudando-os a ter uma vida melhor. Caso contrário, a cidade ficará nas mãos e ser administrada em grande parte por um velho ranzinza tirano sedento pelo poder, o empresário Sr. Potter (interpretado por Lionel Barrymore), e ele tira proveito dos residentes da cidade para seu próprio ganho financeiro.

George cresceu, se apaixonou, casou e envelheceu na cidade, porém as coisas não foram simples. Assumindo por amor a firma de seu falecido pai, ele se viu em delicadas situações para conseguir dinheiro para honrar suas dívidas e manter de pé o sonho de oferecer conforto aos menos favorecidos da cidade, construindo casas a preços populares. As coisas tomam um rumo muito complicado e o mundo parece estar ruindo na cabeça de George que, depois de muitas desventuras, resolve se matar.

Me fez lembrar a frase ''Nossos sonhos não morrem porque ficamos velhos; nós nos  tornamos velhos porque deixamos nossos sonhos morrerem''. do Gabriel G. Marquez. As vezes a vida faz isso. Acabamos deixando nossos sonhos de lado para um bem maior, seja família, carreira e outros coisas mais que fazem parte do nosso dia a dia. Quando nos damos conta, o tempo passou e nossos sonhos se foram. Sei que nunca é tarde para a realização de um sonho, mas as vezes eles adormecem e com as atribulações da rotina, eles ficam submersos, esperando um dia serem resgatados. Por isso me identifiquei muito com o George Bailey, e compreendi tudo o que ele passou e a lição que ele recebeu no final. Mas apesar de não ter tido a vida que tanto sonhava, explorar o mundo e realizar desejos grandiosos, George fez uma grande diferença na vida de várias pessoas. As vezes não nos damos conta de como fizemos e fazemos a diferença na vida dos que nos rodeiam ou de pessoas que já passaram por nossas vidas. 

A Felicidade Não se Compra é realmente um filme incrível, o roteiro traz as mensagens importantes como fraternidade, bondade, altruísmo e compaixão. A obra-prima do diretor Frank Capra foi lançada há mais de 70 anos, mas continua sendo um exemplo perfeito do poder que o cinema tem para nos envolver e nos mover de maneiras muito fortes. Um dos aspectos mais incríveis é a sua simplicidade. Acho que o tema de sentir como se nossas vidas tivessem pouco impacto é algo que quase todo mundo já sentiu em um ponto ou outro de nossa vida. O filme ajuda a mostrar como as decisões que tomamos, especialmente os sacrifícios altruístas, podem influenciar muito a vida das pessoas ao nosso redor, que muitas vezes nem imaginamos o quanto. Por isso, cada pessoa tem sua importância no mundo, de modo que todo ser humano tem na sua jornada uma influência na vida dos que estão ao seu redor. Eu estava precisando disso. É uma boa pedida para esses tempos, não somente em época do Natal, mas para qualquer época também. Se você precisa de um lembrete de seu valor e impacto no mundo ao seu redor, A Felicidade Não se Compra é um ótimo lembrete. Recomendo!

... e feliz natal! 

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Filmes de Natal para Conferir

Natal, ahhhh, o NATAL! A magia do Natal é contagiante e nada melhor que maratonar filmes que despertem todo o espírito natalino que existe dentro de nós. Alguns filmes realmente conseguem captar o espirito natalino e valem a pena serem revistos. Algumas produções bem antigas, mas incríveis. Então bora conferir.


1. Natal em Família

(I’ll be home for Christimas, 1998)

Um dos meus favoritos de Natal. Na faculdade de Los Angeles, Jake de 17 anos, divide o quarto com um colega “nerd” a quem ele “obriga” a mudar as passagens que ganhou do pai para passar o natal em casa, por duas passagens para as praias no Sul da Califórnia com sua namorada Allie. Para tentar convencer Jake a estar em casa para o natal, seu pai o “suborna” oferecendo um tão cobiçado carro, caso ele chegasse até as 18hs do dia 24. Isso o fez se decidir pelo natal com a família e acertou tudo para partir, mas alguns colegas da faculdade, descontentes com os servicinhos que ele prestava, resolveram acertar as contas, largando-o no meio do mato, vestido de Papai Noel. Desesperado, Jake usa todos os meios possíveis para tentar chegar em casa no horário combinado, mas a sorte parecia não estar a seu favor.

2. Aconteceu na Noite de Natal
(Twas The Night, 2001)

Quando o Papai Noel é acidentalmente derrubado na véspera do Natal, Danny e o seu tio vigarista assumem o comando da distribuição de presentes. Mas enquanto Danny conduz o trenó, Nick rouba os vizinhos. Poderá Danny mostrar a Nick que está errado e salvar o Natal ao mesmo tempo? Acho que assisti na Globo, há um bom tempinho.

3. Contos de Natal
(A Christmas Carol, 1984)

Mais uma versão da história do avarento Scrooge, concebida originalmente por Charles Dickens. Na noite de Natal, ele é assaltado "por uns tantos fantasmas", que afetarão profundamente sua visão de mundo.

4. O Presente de Natal Perfeito
(The Ultimate Christmas Gift, 2000)

A “Máquina do Clima” de Papai Noel acidentalmente cai nas mãos de Allie, de 13 anos, que decide usá-la para fazer nevar em Los Angeles. Só assim ela teria tempo para terminar seus deveres de casa, pois as aulas seriam canceladas. Apesar de conseguir o que queria, Allie percebe o erro que cometeu, quando a máquina fica fora de controle e Los Angeles vira um caos. Agora Papai Noel só pode contar com seus dois duendes mais atrapalhados para tentar encontrar a máquina e controlar o tempo.

5.  A Árvore de Natal
(The Christmas Tree, 1996)

Com direção de Sally Field. Baseado no livro de mesmo nome escrito por Julie Salamon e Jill Weber. Uma história sobre uma amizade formada entre uma freira idosa, a irmã Anthony e o jardineiro-chefe do Rockefeller Center em Nova York, Richard Reilly, que quer derrubar uma árvore que ela cultiva há décadas e mudá-la para Nova York para a exibição de Natal.

6. Um Natal Mágico
(Prancer, 1989)

Jéssica é uma menina de 9 anos de idade e cheia de sonhos. Vivendo com o pai, um pobre fazendeiro, ela acredita fielmente no Papai Noel e na magia do Natal. Ao descobrir uma rena com a perna ferida na floresta, ela confirma todas as suas expectativas, e tem uma ideia: cuidar do animal em seu celeiro, alimentá-lo e depois devolver pessoalmente ao Bom Velhinho. Mas os planos de seu pai de vender a rena para um açougue podem dificultar sua vida.

7. A Estrela de Natal
(The Christmas Star, 1997)

Fugitivo que se disfarça de Papai Noel acaba tendo de se esconder na casa de uma família muito pobre. Vai tentar explicar para as crianças, que começam a lhe fazer mil pedidos, que ele não é exatamente quem elas estão pensando.

8. O Expresso Polar
(The Polar Express, 2004)

Tom Hanks e o diretor Robert Zemecks se reúnem para "O Expresso Polar", uma aventura inspirada no livro infantil de Chris Van Allsburg. Quando um menino cheio de dúvidas pega uma extraordinária carona para o Polo Norte, ele embarca em uma jornada de autodescobrimento que mostra a ele que a maravilha da vida nunca desaparece para aqueles que acreditam.

9. O Presente de Natal
(Home for Christmas, 1990)

Disposto a fugir da prisão, velhinho topa prestar serviços num lar para desabrigados. Ao encontrar ali uma foto de sua mulher, começa a rememorar seu passado e a procurar uma maneira de, quem sabe, resgatar sua vida.

10. Papai Noel Existe
(The Night They Saved Christmas, 1984)

Um empresa de petróleo coloca em risco o Natal ao procurar poços no Polo Norte usando dinamite. O Papai Noel e seus ajudantes fazem de tudo para impedir essa catástrofe. 

11. Uma História de Natal
(A Christmas Story, 1983)

É uma história contada por um garoto de sete anos, na década de 40, sobre o seu presente tão esperado na época da Natal. Com sua esperteza, ele tenta convencer os pais do que realmente quer ganhar. A trama é baseada na biografia do escrito norte-americano Jean Sheperd.

12. Conto de Natal
(A Christmas Carol, 1999)

Com Patrick Stewart. o velho pão-duro Scrooge é forçado a repensar suas atitudes e a constatar o quanto a mesquinharia tem sido um atraso de vida para si próprio.

13. Ebbie: Uma Lição do Outro Mundo
(Ebbie, 1995)

Na véspera de Natal, mulher egoísta e ambiciosa recebe a visita do fantasma de seu ex-sócio, que lhe mostra a futilidade de sua vida através de uma viagem pelo seu presente, passado e futuro. Adaptação de obra de Charles Dickens.

14. Família de Aluguel
(Borrowed Hearts, 1997)

Com o Natal se aproximando, uma mãe solteira esforçada concorda que, por uma gratificação, ela e sua filha de sete anos posarão como a família de seu chefe para impressionar um rico cliente. Tudo corre como o planejado até que o espírito do Natal faz com que o verdadeiro amor floresça.

15. Um Natal Atribulado
(On the 2nd Day of Christmas, 1997)

Trish e sua sobrinha Patsy de 6 anos são pegas tentando roubar de uma loja de departamentos bem antes do Natal. Com as festas de fim de ano, Bert, um solitário e triste segurança da loja, concorda em ser responsável por elas até o dia depois do natal, porque policiais e assistentes sociais se recusam a trabalhar no feriado(?).

Ele acaba sendo obrigado a levá-las até sua própria família...

Outros para conferir também:

 16. A Noviça Rebelde
(The Sound of Music, 1965)

No fim dos anos 30, pouco antes da Segunda Guerra, uma noviça que vive num convento, mas não consegue se adaptar às regras religiosas, vai trabalhar como governanta de um capitão viúvo com sete filhos e leva alegria de novo à casa. A chegada de uma noviça na família do capitão Von Trapp traz música, alegria e amor para o lar.

17. A Felicidade não se compra
(It’s a wonderful life, 1946)

Eleito um dos filmes mais inspiradores da história e um sucesso de todos os Natais, foi produzido e dirigido por Frank Capra:  “A Felicidade não se compra” (It’s a wonderful life, no original). “E se eu jamais tivesse existido? Como seria o mundo?” George Bailey teve o privilégio de saber. 

A maior parte da narrativa dedica-se à vida de George, interpretado por James Stewart. Ele é um homem bondoso, que sempre abdicou dos próprios sonhos para socorrer a família e os amigos. Foi assim que herdou a firma de empréstimos imobiliários do pai. Sem que se desse conta, por suas boas ações, a vida de toda a comunidade. E tocou o coração de cada uma dessas pessoas.

Em um momento de desespero financeiro, resolveu se matar. Mas a intervenção veio do alto, e um anjo da guarda o salvou. Ainda desconsolado, o homem preferiu, então, que nem tivesse nascido. E o emissário do “céu” revelou-lhe uma realidade bem mais triste.

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Bem, tem vários outros para complementar nessa lista de filmes que valem a pena conferir no Natal. Todo ano são produzidos aos montes e claro, quem não curte um bom filme natalino que tudo parece mágico e perfeito? Esse é o espírito! Até mais.

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Filme – Meu Leal Companheiro (Greyfriars Bobby: The True Story of a Dog, 1961)

Um cão tão pequeno pode criar um barulho tão grande! 

Esta é a história verdadeira e incrível de um dos heróis escoceses mais amados e famosos, um terrier chamado Bobby. A amizade duradoura entre um bondoso pastor conhecido simplesmente como Velho Escocês e seu dedicado Bobby não pode ser desfeita, nem com a morte de seu amável idoso. Ambientada na agitada Edinburgh da Era Vitoriana e na estonteante zona rural escocesa, esta história sensível sobre lealdade e afeição incomuns certamente encanta e inspira a todos.

Meu Leal Companheiro (Greyfriars Bobby: The True Story of a Dog, 1961)

Baseado no romance de 1912 de Eleanor Atkinson. Em 1865, na Escócia, um pastor idoso chamado Velho Jock (interpretado por Alex Mackenzie) é demitido de seu trabalho em uma fazenda, cerca de cinquenta quilômetros de Edimburgo, porque o proprietário da fazenda (interpretado por Gordon Jackson) está enfrentando dificuldades financeiras. Frustrado, mas entendendo a situação, Velho Jock parte para Edimburgo, e o resto da família, incluindo a mãe e os filhos se preparam para seguir em frente com suas vidas ... o resto da família exceto pelo cachorrinho Bobby, o Skye Terrier da casa, isto é. Você vê, tendo crescido apegado ao velho pastor, Bobby foge da fazenda, corre até Edimburgo e se reúne com Jock, que, tendo contraído pneumonia, morre tragicamente durante o sono em uma pousada naquela noite. Jock não possui bens pessoais, exceto uma Bíblia com informações importantes sobre sua vida.

Apesar da morte do Velho Jock, Bobby ignora o ditado "até que a morte nos separe" e, até a primavera de 1867, nem granizo, neve, chuva ou qualquer outra forma de mau tempo impede o cão de dormir no túmulo de Jock todas as noites e ir exatamente às 13h00 todas as tardes até a mesa do restaurante do gentil John Traill (interpretado por Laurence Naismith) onde Jock costumava almoçar nos dias de trabalho. Na verdade, após a morte de Jock, Bobby prova ser mais do que o melhor amigo de um homem. 

Bobby comoveu os moradores locais ao recusar deixar o túmulo de seu companheiro e amigo John (depois descobrimos que esse era o nome real de Jock), mesmo nas noites mais frias de inverno. Mesmo cansado de tentar expulsar o cachorrinho de perto do túmulo do ex dono, o Jardineiro e zelador do cemitério decidiu ajeitar um abrigo para que Bobby continuasse ali, pelo menos de uma forma mais confortável. 

Baseado em uma história real, Bobby realmente se tornou um cão tão querido na cidade, que até o Lord Provost Sir William Chambers pagou sua licença, depois da publicação do Estatuto de 1867, onde todos os cães da cidade deveriam ser licenciados ou caso contrário deveriam ser sacrificados. Sir William ainda o presentou com uma coleira com a inscrição em latão que dizia “Greyfriars Bobby from the Lord Provost 1867 licensed“, que se encontra exposta no Museu de Edimburgo. 

E assim, ao longo de 14 anos, Bobby continuou presente ao lado do túmulo do seu falecido dono, sendo muito bem cuidado pelos próprios moradores de Edimburgo, quando infelizmente chegou o ano de sua morte, em 1872, 14 anos depois da morte de seu dono.

Para mim, Bobby é um símbolo do amor entre um dono e seu animal de estimação. O filme conquista nosso coração de maneira honesta. O cachorro é muito lindo e o fato de ser (supostamente) baseado em uma história verdadeira só contribui para o impacto geral do filme. Um filme de família perfeito. Aquela velha fórmula do Walt Disney que vale a pena conferir. Recomendo!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Filme – O Chamado da Floresta (The Call of the Wild, 2020)

Baseado no romance lendário.

Um cão de estimação vivia confortavelmente na casa de uma família na Califórnia, mas é sequestrado e acaba em um dos lugares mais hostis do mundo, o Alaska. Seu destino se cruza com o de John Thornton, um homem corajoso disposto a explorar as belezas e aventuras da travessia de Yukon.

Baseado no livro homônimo de Jack London, lançado em 1903, “O Chamado da Floresta”, dirigido por Chris Sanders e estrelado por Harrison Ford.

 O Chamado da Floresta (The Call of the Wild, 2020)

Na aventura, Buck é um cão gigantesco que vê sua vida virar de cabeça para baixo depois de ser roubado da casa da família rica onde cresceu para ser vendido como cão de trenó. Entre muitas e vindas, ele começa a trabalhar para um gentil casal francês de entregadores de cartas, descobre o que é ser parte de uma matilha e parte em uma jornada de autoconhecimento com o taciturno John Thornton. Movidos pelo desejo em comum de encontrar seu lugar no mundo, John, que tenta superar a morte do filho, e o destemido Buck constroem uma bonita relação de amizade.

O clássico literário norte-americano de Jack London já foi adaptado para as telas várias vezes antes de Harrison Ford assumir o papel de John. Porém, essa foi a primeira adaptação que retratou Buck da mesma forma que é descrito no livro: uma mistura da raça São Bernardo com Pastor de Shetland. Um ponto bom do filme são as cenas de aventura, principalmente no segundo ato quando o filme se desenvolve mais e Buck passa por suas primeiras lições e aprendizados.

A história mesmo já conhecida (não por mim até então) é bonita, envolvente e me prendeu do início ao fim, conseguindo até me emocionar ao final. No mais, além de um belo filme, ainda não fez uso de animais reais nas filmagens, o que é um ponto muito importante e positivo. Gostei muito. Eu sou suspeito para falar, pois amo filmes de cães. Me arrisco a dizer que é um dos grandes méritos do filme foi fazer o espectador se identificar com Buck, sua jornada, seus aprendizados e conquistas, tudo através de muita carisma e cenas bem empolgantes que um animal de CGI é capaz de fazer, isso é positivo. O Chamado da Floresta é uma história cheia de lições e significados para toda família, um filme de cachorro que ameniza seus clichês através de muita aventura e ótimas atuações. Recomendo!

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Filme – Um Som Diferente (Pump Up the Volume, 1990)

 A voz de uma geração.

Aluno tímido se transforma num locutor de uma rádio pirata, como Harry Hard, para “desabafar” e delatar o que acha de errado no dia a dia de sua escola. Ele revoluciona o pensamento de seus colegas, criando a maior confusão com professores, diretora, autoridades da cidade e repórteres. Será que ele conseguirá defender sua causa?

No dia 21 de setembro é comemorado o dia do adolescente. Então decidi trazer um filme ''Um Som Diferente'' com uma temática adolescente, porém com um enredo bem inteligente. Mostrando, de uma perspectiva adolescente, coisas como gravidez na adolescência, suicídio e depressão, sexo e dinâmica social no ensino médio.

De dia Mark Hunter (interpretado pelo Christian Slater) é um estudante tímido numa pequena cidade do Arizona. Mas à noite ele é Hard Harry, o cínico DJ sem censura de uma estação de rádio pirata que está incendiando a cidade com seus engraçados monólogos sobre sexo, amor e o rock.

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Christian Slater como ''Hard Harry'' em ''Um Som Diferente''


Idolatrado por seus colegas de classe - que não sabem sua verdadeira identidade. Harry se torna um herói, inspirando seus ouvintes a descobrir suas próprias vozes de rebelião e individualismo. Mas quando ele denuncia a corrupta direta da escola, ela chama os policiais para calarem a voz de Harry. 

Mark vive um estilo de vida semelhante ao do Superman. Ele é um geek durante o dia e até usa óculos para esconder sua identidade. À noite, ele tira os óculos e é um super-herói do microfone. Os alunos ligam para a linha tefonica de Harry com problemas tão variados que todos podem encontrar algo com que se identifiquem. Uma linda garota loira está cansada de fingir ser perfeita. Um adolescente gay fica frustrado com o bullying que sofre. Outra menina é expulsa da escola depois de descobrir que está grávida. Gay ou heterossexual, homem ou mulher, gordo ou magro, ''Harry'' sempre tem palavras de auto-afirmação de sabedoria para cada um deles.

O anonimato do programa de rádio e seu “codinome”(Hard Harry) deu-lhe a força para compartilhar seus pensamentos, seus gostos, suas opiniões e sua honestidade crua que conectava seus ouvintes em um nível pessoal e como um grupo. Harry canta sobre educação, poluição e falta de liderança na América. O filme convida os adolescentes a acordar, assumir o controle de suas vidas e fazer a diferença no mundo.  

Um Som Diferente (no original, Pump Up the Volume) foi lançado em 1990. Isso foi antes do autor desse blog nascer e da internet e, que é um detalhe importante para lembrar quando você reassistir este filme, ou vê-lo pela primeira vez, porque a maneira como Mark se conecta pelas ondas do rádio usadas ilegalmente para alcançar a galera é algo que pode parecer antiquado agora. Mas, na época, era poderoso e inspirador, principalmente porque Mark, em seu cotidiano, “pessoalmente”, era um cara introvertido e isolado, o que faz muitos por aí se identificar com o personagem. Falando nisso, esse personagem do Christian Slater é ótimo e eu amo o quão tímido ele é em público e o quão legal ele é quando ele é o anônimo “Hard Harry” e simplesmente se solta. Eu mesmo gostaria de ser assim, eu acho que sou, talvez. Não sei! (rsrs). Eu era muito tímido quando adolescente e a ideia de dirigir anonimamente uma estação de rádio pirata realmente me atraía. Qual garoto ou garota não sonhou em ter um espaço anônimo onde pudesse falar o que quisesse, ser o que imaginasse, soltar todos os seus anseios e abrir sua alma? A internet veio como um sopro nesse vazio existencial, por isso vemos tantos fakes por aí.

É um filme com uma mensagem que defende a ideia de como a influência de todas as formas e tamanhos pode ser usada como uma ferramenta eficaz para a mudança, ''Um som diferente'' é uma celebração da livre expressão que faz a gente rir, curtir ótimas canções e pensar...

Não posso terminar esta análise sem mencionar a trilha sonora INCRÍVEL. A música era uma parte vital do programa de rádio de Mark e ajudou a fortalecê-lo, eliciar ressonância emocional e conectar suas palavras aos ouvintes. A música é uma força poderosa para a história, e as canções escolhidas para acompanhar o filme são inesquecíveis e emocionantes também. Somos apresentados a Leonard Cohen, que eu curto muito, apresentando uma ótima versão cover de sua canção ''Everybody Knows'',  e uma mistura eclética de punk, alternativa e até hip-hop que reunidos em um álbum de uma poderosa trilhas sonora. 

Encontre sua voz e use-a!

terça-feira, 19 de maio de 2020

Filme – O Peregrino: Uma Jornada para o Céu (Pilgrim's Progress, 2008)

Uma alegoria da vida de um cristão em uma jornada da Cidade da Destruição para a Cidade Celestial.

Ao longo do caminho, os peregrinos encaram grandes e pequenos obstáculos feitos pelo homem e criados por demônios. Adaptação do conto de John Bunyan, que nos ensina sobre perigos e a esperança da vida cristã.

É dificil um cristão não conhecer a obra “O Peregrino”. Para quem cresceu na igreja pode ser bem familiar. A obra foi escrita em 1678 por John Bunyan e trata-se de uma alegoria da vida cristã. Traduzido para mais de 200 línguas, o livro tem o objetivo de levar o leitor a refletir sobre como deve ser a vida terrena, simbolizada pela jornada do protagonista chamado apenas de “Cristão”.

O Peregrino: Uma Jornada para o Céu (Pilgrim's Progress, 2008)


Aqui temos O Peregrino - Uma Jornada Para o Céu, uma adaptação moderna que traz vida à história que inspirou cada geração por centenas de anos. Conta a história de um personagem chamado Cristão (interpretado por Dan Kruse). Ele ouviu o evangelho e decidiu fazer a jornada de peregrino em busca da cidade celestial - o céu. Isso envolve deixar a família, passar pela solidão, tentações, provações, dores, sofrimentos, ataques e acusações. Ao longo do caminho, Deus envia anjos e pessoas para ajudá-lo e encorajá-lo, para que ele possa continuar a jornada do peregrino. Enquanto caminha, o peregrino encontra pelo caminho todo tipo de pessoas que tentam, com suas condutas, tornar o caminho mais fácil ou mesmo convencer o peregrino de que o caminho é invalido. Mas como o peregrino tem seu certificado, com as orientações do Evangelista e a ajuda de Deus durante todos os momentos difíceis do caminho, ele prossegue.

Há momentos em que as pessoas desprezam, distraem e zombam de você em sua jornada por esse caminho que Deus diz ser o caminho estreito. Muitas vezes, quando parece que o atalho é a saída, acontece que Deus ainda o leva de volta ao único caminho, porque Ele ainda dá graça e sabe o quão limitado você é e quer ajudá-lo por causa de sua pouca fé. nele. No entanto, há lições a serem aprendidas quando você comete erros e segue o caminho que Deus não queria que você seguisse. Acontece que, no final, todas as coisas funcionam para o bem daqueles que amam a Deus. Durante o filme talvez você observe exemplos de personagens que lhe lembram pessoas que você conhece e caminhos pelos quais você já passou ou talvez esteja passando.

Estamos constantemente lutando com o pecado. A atração do pecado pode até nos impedir de entrar no céu, mesmo no último minuto de nossa vida. A qualquer momento, a única coisa que pode nos fazer voltar é encarar Deus e saber que Jesus Cristo terminou a obra de salvação na cruz. No momento em que me afasto da dúvida, confesso meus pecados e encara Deus sozinho, uma renovação incrível entra para me fortalecer novamente nesta jornada de peregrinação.

A identidade visual do filme é muito bem trabalhada em meio à bosques e encruzilhadas, as relíquias da fé remetem ao compromisso do cristão com as jóias e armas concedidas a nós por Deus. Uma parcela da parábola transmite compreensões inefáveis, e por sua conformidade com a realidade espiritual e cotidiana, torna-se um clássico. 

O livro é realmente um clássico que todo cristão deveria ler. Quanto ao filme consegue repassar essa fantástica mensagem, mas infelizmente limitado tecnicamente. De qualquer forma é um grande aprendizado assistir. Recomendo!

Filme – Ponte para Terabítia (Bridge to Terabithia, 2007)

Feche os olhos, mas mantenha a mente bem aberta.

Jesse é um garoto sonhador e sem amigos até conhecer Leslie. Ela desperta nele um mundo completamente diferente e juntos criam o secreto Reino de Terabítia. Lá, terão que enfrentar criaturas fantásticas provando que nada é impossível. Um filme de fantasia muito inteligente que marcou minha infância!

Na infância lembro que os primeiros dias de escola era um pesadelo. Aquele medo de alguns colegas que gostavam de praticar bullying, do temor de fazer algo estúpido na frente de todo mundo, ou da vergonha de alguém reparar naquela roupa que sua mãe escolheu. Ei, quem nunca passou por isso? Então, eu passei e muito.

Bridge to Terabithia, 2007


O filme Ponte para Terabítia me fez lembrar dessas dificuldades, fazendo um filme sobre e para as crianças que não é infantiloide. A trama se passa em uma zona rural no interior dos Estados Unidos. Jess (interpretado por Josh Hutcherson) é o único filho no meio de outras quatro irmãs, duas mais velhas e duas caçulas. É ele quem assume as responsabilidades dos trabalhos pesados e manuais quando seu pai não está em casa - uma grande constante. Suas únicas diversões são desenhar no seu caderno e treinar para se tornar o mais rápido da escola.

Seu sonho era ser o corredor mais veloz da turma, porém acaba sendo vencido por Leslie Burke (interpretada por AnnaSophia Robb) em uma corrida que deveria ser somente para meninos. A partir desse incidente, os dois colegas iniciam uma bela e sólida amizade, vivendo muitas aventuras num reino encantado, criado por eles, chamado “Reino Secreto de Terabítia”, onde lutam contra gigantes, monstros voadores e outros seres fantásticos.

O enredo apresenta a reunião de vários elementos, como a fantasia, a amizade e o amor, porém nada é tão forte quanto a maneira simples como nos leva a refletir sobre as conquistas e as perdas da vida a partir das amizades, bem como as dificuldades de se adaptar ao mundo. 

Bridge to Terabithia, 2007


Este filme foi baseado no livro “Ponte para Terabítia”, de Katherine Paterson, publicado em 1977. A obra foi escrita pela autora como forma de consolar seu filho, David, depois da morte trágica de uma amiga. Outra curiosidade sobre a construção da história é o nome “Terabítia”, inspirado em “Terabinthia”, uma ilha do mundo fictício de Nárnia e que é mencionado em algumas obras do autor C. S. Lewis.

Veja bem: inspiração! Ponte para Terabítia, o filme, pelo menos, tem pouquíssimo em comum com a história de C.S. Lewis. Em “Ponte para Terabítia”, a passagem para este reino encantado não é uma total fuga da realidade. O fantástico e o real estão o tempo todo se esbarrando. Os sonhos não são longos e sem fim, mas bastante intensos enquanto duram. Entre uma viagem e outra a Terabítia, Jess e Leslie têm de voltar para casa, para suas vidas, para os problemas do dia-a-dia.

Quando era criança sempre tive uma imaginação forte, criava personagens e lugares na minha cabeça. A imaginação é algo tão poderoso, pode ser tão salvadora, quanto destrutiva, mas ainda assim, sempre temos a oportunidade de escolha ao imaginarmos. Me identifiquei muito com Jess e Leslie, tenho um pouco da personalidade de cada um deles. É um filme que fala por todas as crianças que se sentem como o Jess, e por todas aquelas que tem um coração sonhador e imaginativo como o de Leslie. Recomendo!

sexta-feira, 15 de maio de 2020

Filme – Nada É Para Sempre (A River Runs Through It, 1992)

A história de uma família americana.

Norman e Paul Maclean são filhos de um pastor em Montana. A história cobre 20 anos da vida da família, revelando as diferenças entre Paul, o rebelde, e Craig, o estudioso, seus relacionamentos, amores, lutas e o que os une: o amor pela pesca no rio que atravessa as terras do pai. Baseado num romance autobiográfico de Norman Maclean. Uma história delicada, com belíssima fotografia e direção caprichada.

O filme é baseado numa coleção autobiográfica de Norman Maclean (1902–1990), “A River Runs Through It and Other Stories”. O livro foi escrito a pedido do pai de Norman, o reverendo Maclean, para retratar a história da família Maclean em Missoula, Montana – EUA, em especial a infância e juventude de Norman e seu irmão Paul.

Nada É Para Sempre (A River Runs Through It, 1992)


No filme, Norman Mcalean é interpretado pelo ator Craig Sheffer e Paul Mcalean por Brad Pitt. A família MacLean é comandada pelo reverendo MacLean (interpretado por Tom Skerritt) e sua amada esposa (interpretada por Brenda Blethyn). Apesar de ser rígido na educação de seus filhos, o reverendo sempre os encoraja para enfrentar os desafios da vida.

Entre o reverendo e os filhos sempre houve o hábito de pescar, e o ponto chave do filme gira em torno da paixão pela pescaria e os rios de Missoula no canyon. Essa paixão é o maior elo entre pai e filhos e muito marcante na história e bem retratado no filme.

Norman deixou Missoula e foi para a faculdade, onde descobriu que gostava de lecionar. Já Paul ficou trabalhando como repórter na sua cidade, pois gostava de se divertir e jogar e nunca sentiu interesse em se envolver com o estudo acadêmico. Ao voltar para Missoula, Norman espera uma resposta para um emprego de professor e nesse meio tempo se apaixona por Jessie Burns (interpretada por Emily Lloyd). As diferenças entre ele e Paul ficam mais evidentes, mas a história se desenrola de uma forma bem particular.

Norman que de certa forma decide sair daquele ambiente familiar que ele questiona, por acreditar que aquele modelo não era o suficiente. Existe a conotação de que ele foi embora, mas nunca superou totalmente as influências da criação e infância, mas experimentou e foi audacioso, entendo que a vida é assim, precisa de movimento e não nos dá garantia de nada.

O título do filme já diz muito, por si só. A mensagem clara que a vida é um “conto ligeiro” e precisa ser vivida intensamente, e nada pode ser deixado para depois. Certamente Norman escolheu esse título por perder o irmão Paul muito jovem e também por ter vivido as lembranças de toda sua história na velhice quando já havia perdido todos da família, inclusive sua esposa.

Nada é para sempre de fato! Se só temos o presente e o “agora”, precisamos entender que a vida não está no futuro ou passado, mas no momento presente.

É um filme que mexe com nossos sentimentos. Fez eu pensar muito em minha família e buscar valoriza-la a cada momento. "Nada é para sempre", é um filme que depois que é assistido nao dá para esquecer. A essência do filme é a valorização dos laços familiares, em cada cena recebemos valiosas mensagens de amor e respeito. Recomendo!

Filme – Campo dos Sonhos (Field of Dreams, 1989)

Se você acredita no impossível, o incrível pode se tornar realidade.

Ray, um agricultor em Iowa, ouve uma voz misteriosa durante à noite vinda do seu milharal dizendo: "Se você construir, ele virá", e sente a necessidade de obedecer. Então, ele constrói um campo de beisebol, apoiado por sua mulher, Annie. Mais tarde, os fantasmas de grandes jogadores começam a aparecer para jogar, liderados por "Shoeless" Joe Jackson. Ray busca um autor recluso para entender essas mensagens e o verdadeiro propósito do campo que construiu.

Campo dos Sonhos (Field of Dreams, 1989)


Um filme sobre reconciliação com o passado. E também sobre ter um sonho e correr atrás dele. E depois de tudo isso, ser recompensado com muito mais do que poderia imaginar receber. A trama é bem simples. Ray Kinsella (interpretado por Kevin Costner) é um fazendeiro em Iowa. Vive sem grandes luxos, mas mantém-se com seu milharal junto com sua mulher, Annie (interpretada por Amy Madigan) e filha, Karin (interpretada por Gabby Hoffmann). Mesmo uma vida bem estruturada com uma família feliz, pode deixar faltar alguma coisa. Quando está na sua plantação, ele ouve a voz: "Se você construir, ele virá". Claro que o primeiro pensamento dele é pensar que tem alguém escondido sussurrando para ele, ou até mesmo que ele pode estar louco, mas depois ele vê um campo de baseball no meio de sua plantação e sabe o que tem que fazer.

Mesmo sem saber exatamente porquê, Ray constrói sozinho o campo, enquanto explica para sua filha (e consequentemente para o espectador), sobre como um jogador chamado "Shoeless" Joe Jackson e mais outros 7 jogadores foram banidos da liga acusados de entregar o jogo. E sobre como ele declarou até o dia de sua morte que sempre jogou o melhor que podia. O otimismo lidera as ações de Ray, que acredita na volta de jogadores de baseball mortos, mesmo sabendo que construir um campo vai afetar sua plantação de milho e o deixará em uma delicada posição financeira. Mas a decisão de Ray afetará de forma mágica sua vida e a sua família para sempre.

Baseado no livro “Shoeless Joe” de W. P. Kinsella, a adaptação cinematográfica custou apenas U$ 15 milhões e rendeu ao redor do mundo pouco mais de U$ 84 milhões de dólares, sendo U$ 64 milhões nos EUA, bem considerável para um lançamento pequeno, e sem alarde.

Uma história de fé e redenção. A história transita pelo campo terreno e pelo campo espiritual de uma maneira mágica do qual cria-se uma certa empatia ao longo da narrativa. É uma incrível jornada de um homem em busca de um propósito em que conta com a ajuda de personagens do passado que irão levá-lo a um reencontro emocionante entre pai e filho. Recomendo!

quarta-feira, 22 de abril de 2020

Filme – Filhos do Paraíso (Bacheha-Ye aseman, 1997)

Um pequeno segredo... A maior aventura deles!

O filme é sobre um garoto chamado Ali (interpretado por Amir Farrokh Hashemian) que perde os sapatos da irmã, Zahra (interpretada por Bahare Seddiqi). Ele os leva ao sapateiro para fazer alguns reparos e, no caminho de casa, quando ele pára para pegar legumes para sua mãe, um coletor de lixo cego os leva acidentalmente. As duas crianças são de uma família pobre, eles temem contar aos pais e decidem resolver o problema sozinhos. Ali encontra uma solução: como ele estuda à tarde e ela estuda de manhã, eles revezam os sapatos do Ali, ao mesmo tempo em que o menino procura meios de conseguir algum dinheiro ou novos sapatos. A situação mostra a confiança mútua e o carinho entre as duas crianças, numa história simpática e sensível.

A história mostra um lar com muito amor, respeito, disciplina e honestidade, o que nos faz entender que os valores familiares foram repassados para as crianças desde cedo. A valorização da honestidade, independente das dificuldades, é destacada no filme. E assim, sem os pais desconfiar de nada, surge uma oportunidade para Ali solucionar o problema. Uma competição entre escolas em que o prêmio para o terceiro lugar é um par de sapatos. Mesmo com o tênis velho, que não proporciona a Ali condições de competir de igual com as outras crianças, ele consegue se inscrever na corrida. E quando chega o dia, ele corre, corre e corre… visando não o primeiro lugar, mas sim o terceiro lugar justamente para conseguir um novo par de tênis.

É uma produção iraniana premiada, originalmente chamada Bacheha-Ye Aseman e Children of Heaven no mercado norte-americano, lançada em 1997 com direção e roteiro de Majid Majidi. Foi indicado ao ''Melhor Filme Estrangeiro'' do Oscar em 1999.

Filhos do Paraíso (Bacheha-Ye aseman, 1997)

Bem, o que escrever mais? Resumo essa obra em ''Inocência''! A inocência de uma criança é algo tão lindo de se assistir. Isso me faz lembrar do meus tempos de infância e de escola. Aproveito para relembrar um acontecimento da minha infância. Uma vez fui com um calção rasgado para a aula e não contei para minha mãe com medo dela brigar. O motivo? o calção era novo e eu acabei rasgando ele numa brincadeira de criança. Com medo de contar a ela e brigar comigo. Claro que são circunstâncias diferentes. Voltando ao filme, foi tão bom ver irmã mais nova, apesar de sofrendo por estar sem seus sapatos e por ver as companheiras de escola com novos sapatinhos, ela continua ao lado do seu irmão. A maturidade precoce que os dois tiveram que adquirir para poder compreender a situação que viviam. Com certeza recomendo esse maravilhoso filme. É uma história bem simples, mas com uma carga enorme de delicadeza e humanidade. “Filhos do Paraíso” é um enorme aprendizado, mostrando que mesmo numa vida humilde, a dignidade e o caráter são essenciais.

segunda-feira, 30 de março de 2020

Filme – Com Mérito (With Honors, 1994)

Se você quer um diploma, vá para Harvard. Se você quer uma educação, vá até o Simon Wilder.

Montgomery Kessler, um dedicado estudante da prestigiada universidade de Harvard, perde a única cópia de sua tese, que vai parar acidentalmente nas mãos de uma espécie de mendigo filósofo, chamado Simon Wilder. Desesperado para reaver sua tese, Monty faz um acordo com Simon Wilder: para cada página devolvida de seu trabalho, Monty tem que fornecer comida, abrigo, etc. Aos poucos o relacionamento dos dois fica mais próximo, e Simon ensina Monty a ser independente e pensar sozinho.

Com Mérito (With Honors, 1994)

Uma nova vida está começando para Monty (interpretado por Brendan Fraser) e seus colegas de dormitório (interpretados por Moira Kelly, Patrick Dempsey, Josh Hamilton). Eles estão prestes a aprender que se você quer uma graduação, vá para Harvard. Monty está prestes a finalizar seu TCC. Mas um imprevisto ocorre: Quando o computador quebra e ele vai tirar xerox da única cópia que tem, é que a história realmente começa. No caminho, sua cópia cai num bueiro que dá na caldeira de um prédio. Os papéis da sua tese acabam caindo nas mãos de Simon (interpretado por Joe Pesci), um morador de rua que morava por ali sem permissão. Para recuperar o material, eles fazem um acordo: para Simon lhe devolver a tese, Monty teria que cumprir alguns favores a ele, como por exemplo arrumar comida, uma casa e outras coisas. Depois de um início tumultuado e cheio de farpas, o que era uma briga acaba por se tornar o  começo de uma grande amizade entre os dois, e consequentemente com os amigos de Monty.

Assisti uma vez no SBT, porém de forma avulsa, nunca vi o começo e muito menos o fim, apenas algumas partes. Tive a chance assistir na íntegra e me impressionei com a obra. O filme consegue ser leve e bem descontraído, porém conforme o longa vai se desenvolvendo, a obra vai para um outro lado, o lado moralista, fazendo a gente refletir muito acerca da vida, trabalho, família, amizade e amor. E tudo isso apresentado de uma maneira sútil, que vamos acompanhando naturalmente quando ocorre um melhor aprofundamento dos personagens.

Uma história realmente muito boa e conseguiu me fisgar do início ao fim. Pode até ter alguns pontos repetitivos, mas, representa nada mais, nada menos, do que uma faceta da própria natureza humana. Nos mostrando que, mais do que qualquer impressão que as aparências possam causar, é sempre a essência que realmente conta no fim. Nos mostrando que somos mais do que rótulos. Afinal, independente de todo e qualquer status, condição social, diferenças políticas, religiosas, comportamentais, e outros infindáveis estereótipos nos quais a sociedade nos classifica, no final das contas, somos todos seres humanos, e ponto. É um filme que vai fundo na essência e nos proporciona uma experiência edificante e com méritos. A trilha sonora do filme é tão excelente quanto a história. Recomendo!

sábado, 11 de janeiro de 2020

Filme – As Aventuras de Tintim (The Adventures of Tintin, 2011)

Descubra até onde essa aventura o levará.

A aventura começa assim que Tintim compra a miniatura de um barco. Sem saber o segredo do objeto, ele e seu cachorro são sequestrados. Presos em um barco, conseguem escapar junto com o capitão e, aos poucos, vão decifrando todos os mistérios. Um filme de Steven Spielberg.

As Aventuras de Tintim (The Adventures of Tintin, 2011)


Uma clássica animação vira um filme 3D nas mãos de Steven Spielberg, junto com Peter Jackson e fez um filme divertido e sensacional, lançado em 2011 baseado na obra criada pelo autor belga Georges Prosper Remi, mais conhecido como Hergé, em 1929. O filme segue a Tintim, uma mistura de jornalista investigativo com aventureiro, que acaba se deparando com a caça a um dos maiores tesouros do mundo após comprar uma réplica do grande Licorne. Se unindo ao Capitão Haddock, neto do capitão do Licorne, ele decide encontrar o tesouro e enfrentar o terrível Sakharin.

Na trama, a curiosidade do destemido repórter e a esperteza de seu cachorro levam os dois companheiros a uma sombria investigação envolvendo uma réplica do misterioso navio Licorne, que desapareceu em alto mar sem deixar vestígios e que esconde um grande segredo. Os mistérios por trás da embarcação despertam não só o interesse do jovem repórter, como também do colecionador Ivan Sakharine, o que logo coloca Tintim e Milu em uma perigosa aventura ao lado do beberrão (e impagável) Capitão Haddock e dos atrapalhados detetives Dupont e Dupond.

As Aventuras de Tintim (The Adventures of Tintin, 2011)

Algo que me chamou a atenção logo no início foi o caráter politicamente incorreto da trama: além do Capitão Haddock beber o tempo todo, o adolescente Tintim porta uma arma e não hesita em utilizá-la. Isso pode até parecer bobo ou normal para alguns, mas tendo em vista que estamos diante de uma animação, é natural que grande parte do público (que, como eu disse no início, não conhece o personagem) seja composto de crianças acompanhadas por seus pais pode estranhar. Eu achei ótimo. E mesmo sendo uma animação, esse filme é a cara de Steven Spielberg. Uma aventura oitentista que tem um pouco de Indiana Jones, Goonies e muitos outros filmes que tem o dedo do gênio. Todo o desenvolvimento do roteiro e movimentos de câmera característico do diretor marcam presença, trazendo de volta aquele Spielberg que se divertia fazendo filmes, por que é essa sensação de diversão que o filme passa para o espectador.

Um filme divertido, bem escrito, recheado de ação e perfeito tecnicamente, que consegue agradar tanto crianças, quanto adultos. Um longa que funciona com perfeição e que não merecia ter sido ignorado no Oscar de 2012. Tintim é um filme muito bom que surgiu do desejo e da união de dois gênios do cinema. Então apreciemos o melhor de Spielberg e Jackson e esperemos ansiosamente pelo segundo filme. Recomendo!

terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Filme – Forrest Gump: O Contador de Histórias (Forrest Gump, 1994)

O mundo nunca será o mesmo depois que você ver pelos olhos de Forrest Gump.

Mesmo com o raciocínio lento, Forrest Gump nunca se sentiu desfavorecido. Graças ao apoio da mãe, ele teve uma vida normal. Seja no campo de futebol como um astro do esporte, lutando no Vietnã ou como capitão de um barco de camarão, Forrest inspira a todos com seu otimismo infantil. Mas a pessoa com quem Forrest mais se preocupa pode ser a mais difícil de salvar: seu amor de infância, a doce, mas perturbada Jenny.

Forrest Gump: O Contador de Histórias (Forrest Gump, 1994)

Lançado em 1994, o filme é, na verdade, a narrativa do nosso personagem principal Forrest, Forrest Gump (interpretado por Tom Hanks). Podemos dizer que o filme se trata de apenas alguns minutos em que Forrest espera um ônibus para visitar sua amada Jenny (interpretada por Robin Wright).

Nesse tempo de espera, ele relata toda a sua vida, desde seu nascimento até aquele momento, para várias pessoas que passam por aquele ponto para esperarem um ônibus, em suas rotinas normais. Para as pessoas que passam por ali,  ele conta história desde sua infância até a fase adulta passando por tudo o que ele viveu durante estes períodos. O diferencial é justamente que o personagem narra os acontecimentos, ele mesmo narra sua trajetória de vida.

Apresentando várias mensagens, o filme foi feito para emocionar e para que as pessoas reflitam sobre a vida. A ótima história é contada com um misto de drama e bom humor, surpreendendo o espectador à cada cena. O diretor Robert Zemeckis, aproveitando os recursos que os efeitos especiais oferecem, conseguiu colocar Forrest em situações históricas verdadeiras, fazendo com que o nosso herói esteja presente em vários eventos que marcaram a vida dos norte-americanos. É um filme sobre destino, sobre inocência e sobre sensibilidade. E sobretudo, Forrest Gump faz uma elegia à bondade, ao altruísmo, à solidariedade de que o ser humano sabe ser capaz, embora seja também capaz de tanta mesquinhez, miséria, maldade, crueldade. O maior valor – é que mostra o filme – não é a beleza, nem a inteligência, e muito, muitíssimo menos a capacidade de ganhar dinheiro. O maior valor é a bondade, o bom-caratismo, a propensão a ajudar os outros em vez de pensar apenas no próprio umbigo.

Eu não sei se cada um de nós tem um destino, ou se nós estamos todos voando acidentalmente por aí como uma brisa, mas eu, eu penso que talvez sejam os dois. Talvez os dois estejam acontecendo ao mesmo tempo.

Um filme que escolhi para encerrar 2019. É sobre correr pra vida, e não da vida, como fez Forrest. O que mais me cativou em Forrest é que ele não teve medo da vida, apesar de todos os seus problemas. Ou pelo menos não deixa que eles o impeçam de viver e de ser ele mesmo, de ver a beleza e a felicidade nas coisas mais simples. Como quando Jenny pergunta se ele teve medo da guerra no Vietnã e Forrest diz que "às vezes, parava de chover e as estrelas apareciam. Aí era bonito".  Bom, não há mais o que dizer. É conferir essa obra e aproveitar o máximo. Recomendo!

Filme – Um Sonho de Liberdade (The Shawshank Redemption, 1994)

O medo pode torná-lo um prisioneiro. Espero que você possa se libertar.

Andy Dufresne é condenado a duas prisões perpétuas consecutivas pelas mortes de sua esposa e de seu amante. Porém, só Andy sabe que ele não cometeu os crimes. No presídio, durante dezenove anos, ele faz amizade com Red, sofre as brutalidades da vida na cadeia, se adapta, ajuda os carcereiros, etc.

Um Sonho de Liberdade (The Shawshank Redemption, 1994)

O longa é ambientado em 1946, e nos apresenta o protagonista Andy Dufresne (interpretado por Tim Robbins), um jovem e bem sucedido banqueiro que tem a sua vida radicalmente modificada ao ser condenado por um crime que nunca cometeu, o homicídio de sua esposa e do amante dela. Ele é mandado para uma prisão que é o fim do mundo para qualquer um, a Penitenciária Estadual de Shawshank, no Maine. Lá ele irá cumprir – em sequência – duas penas perpétuas.

Andy, logo é apresentado a Warden Norton (interpretado por Bob Gunton), um agente penitenciário corrupto e completamente desprezível (que fará você ter vontade de bater na tela), ele usa a Bíblia como arma de controle, mas de fiel não tem nada. Sem contar o Capitão Byron Hadley (interpretado por Clancy Brown) que trata os internos como animais e acaba muitas vezes por espancá-los.

Logo Andy faz amizade com Ellis Boyd Redding, conhecido por Red (interpretado por Morgan Freeman), um prisioneiro que cumpre pena há 20 anos e controla o “mercado negro” da instituição. Com ele, Andy passa a maior parte do tempo e juntos aprendem muitas coisas.

Os diálogos do filme são ricos e poderosos, junto com ele tiramos muitas lições como as escolhas que devem ou não ser tomadas, qual o caminho a ser seguido e etc… A narração constante na voz de Morgan Freeman nos mostra essas sensações durante quase todo o filme, e uma das principais falas, que resume bem e faz uma síntese muito interessante é:

Sei que alguns pássaros não podem viver numa gaiola. Suas penas brilham demais. E, quando eles voam, você fica contente, porque sabia que era um pecado prendê-los.

"Um Sonho de Liberdade" é um excelente drama sobre esperança, redenção e fé.  Baseado numa obra de Stephen King, o filme, roteirizado e dirigido por  Frank Darabont, prende a atenção de qualquer um do início ao fim.

Com certeza entra na lista daqueles filmes que podemos tirar grandes lições belíssimo exemplo de força de vontade, determinação e paciência e nos inspira a perseverar diante de obstáculos e nunca perder a esperança. Andy teve todas as justificativas do mundo para ficar prostrado em uma posição de grande vítima dos acontecimentos, colocar a culpa nos outros e ficar murmurando. Mas não, ele fez sua parte, usou os recursos e ferramentas que tinha disponível, persistiu e agarrou sua liberdade. Vale a pena assistir e rever quantas vezes forem necessárias. Recomendo!

Filme – 20.000 Léguas Submarinas (20,000 Leagues Under the Sea, 1954)

A aventura escrita cem anos antes de se tornar um filme para recordar para sempre!

Em meados do séc. XIX, o naufrágio de diversas embarcações faz com que a marinha acredite que exista um monstro no oceano. É enviada então uma expedição para investigar o que está afundando os navios. Surpresos, os marinheiros se deparam com o avançado submarino Nautilus comandado pelo capitão Nemo.

20.000 Léguas Submarinas (20,000 Leagues Under the Sea, 1954)

Um filme de Richard Fleischer. Em 1868, relato alarmante sobre um monstro marinho, que destruía navios facilmente, gera um temor nas companhias de navegação. Tal fato faz com que vários navios não levantem âncora, por falta de tripulação.

Em São Francisco, um professor francês, especialista em vida marinha, precisa ir à Shanghai e enfrenta o mesmo problema, pois a tripulação do seu navio desertou. Mas ele e seu assistente são convidados pelo governo americano para uma viagem que pretende confirmar ou negar tais relatos alarmantes. Após três meses e meio de buscas, o capitão decide abandonar sua empreitada. No entanto, na mesma noite, o navio é atacado pelo monstro e o professor, seu assistente e um arpoador são lançados ao mar. Enquanto o navio danificado fica à deriva, os três encontram o "monstro", que na verdade é um submarino.

Após alguma hesitação, o capitão da embarcação os acolhe. É claro que se trata de um gênio, mas o professor quer saber quais os motivos que fizeram aquele homem se isolar do mundo, se podia contribuir com seu enorme conhecimento. Gradativamente, revelações estarrecedoras vão surgindo.

O mar é tudo. Ele cobre sete décimos do globo terrestre. Seu sopro é puro e saudável. É um deserto imenso, onde o homem jamais está sozinho, pois sente a vida se movimentando por todos os lados

Baseado no famoso romance homônimo de Jules Verne, “20.000 Léguas Submarinas” é um fascinante filme de aventuras e ficção científica dos anos 1950. Autor de uma prodigiosa imaginação, Jules Verne ficou célebre pelos romances de aventuras com que espantou os seus leitores do século XIX, falando de feitos prodigiosos, e viagens incríveis que empurravam o homem para onde nunca tinha ido. Exemplo disso são as viagens à Lua, ao Centro da Terra, à volta do mundo em 80 dias, aos pólos e, claro, a aventura submarina do Capitão Nemo e do submersível Nautilus.

O filme é marcado por ótimos cenários e por uma música absorvente que nos faz mergulhar no universo do meio submarino. A cena do ataque de um polvo gigante é extremamente impressionante. Foi também um enorme sucesso de bilheteira em 1954, permanecendo até hoje como a mais popular versão cinematográfica da obra do escritor francês.

A primeira vez que assisti o filme foi nas madrugadas do SBT, no ''Fim de Noite'', desde então essa produção ficou marcado na minha memória. Dia desses acabei revendo no Telecine Play. Apesar do ritmo do filme ser lento, os efeitos especiais são ótimos (para sua época) e claro, é uma produção grandiosa do saudoso Walt Disney que prezava pela qualidade de seus filmes. Recomendo!

segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Filme – Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças (Eternal Sunshine of the Spotless Mind, 2004)

Você pode apagar alguém da sua mente. Tirá-lo do seu coração é outra história.

Joel se surpreende ao saber que seu amor verdadeiro, Clementine, o apagou completamente de sua memória. Ele decide fazer o mesmo, mas muda de ideia. Preso dentro da própria mente enquanto os especialistas fazem o processo de apagar suas lembranças enquanto se mantêm ocupados em seu apartamento, Joel logo precisa avisá-los para parar.

Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças (Eternal Sunshine of the Spotless Mind, 2004)


O filme nos mostra a história de amor entre Joel Barish (interpretado por Jim Carrey) e Clementine Kruczynski (interpretada por Kate Winslet), não (inteiramente) da forma tradicional, mas através de memórias, memórias das quais Joel luta para não serem apagadas.

Clementine e Joel formavam um casal um tanto conturbado, até que um dia, após uma briga, Clementine decide apagá-lo de sua memória (sim, apagá-lo, através de um procedimento). Joel descobre isso após receber uma carta da empresa que fez esse procedimento em Clementine.

Tomado pelo sentimento de vingança, ele procura a mesma empresa, onde é atendido por Mary Svevo (interpretada por Kirsten Dunst) e pelo Dr. Howard Mierzwaik (interpretada por Tom Wilkinson). A partir daí, Joel decide fazer o mesmo que ela, na tentativa de pôr um fim em sua angústia.

Quando Joel recebe Patrick (interpretado por Elijah Wood) e Stan (interpretado por Mark Ruffalo), funcionários da empresa, em sua casa pra realizar o desejo de se ver livre das próprias memórias, ele acaba percebendo o quanto as lembranças dos dois são importantes para ele e é nesse momento que começa sua luta pra “esconder” a memória de Clementine, do contrário ela seria totalmente apagada.

A forma do filme contar essa história parece ser uma metáfora para a própria memória. Quando estamos recordando, as lembranças surgem de forma aleatória, desordenada, caótica.

O título do filme é um verso do poema Eloísa para Abelardo, do escritor inglês Alexander Pope. Publicada em 1717, a composição se inspirou na história real dos franceses Pedro Abelardo e Heloísa de Paráclito.

Heloísa era freira e Abelardo um importante filósofo e teólogo do seu tempo. Juntos viveram um romance proibido que gerou um filho. Quando a ligação foi exposta, os dois caíram em desgraça: ela foi trancada num convento e ele foi castrado.

Como é imensa a felicidade da virgem sem culpa.
Esquecendo o mundo e o mundo esquecendo-a.
Brilho eterno de uma mente sem lembranças!

No poema, o sujeito parece refletir sobre o modo como as lembranças podem provocar dor e desespero. Pelo contrário, o esquecimento surge como uma possibilidade idílica de libertação.

Acredito que durante as 2h de filme é uma mistura de psicológico com romance dramático e tendo como base a ficção científica, porém esse último não é tratado como algo sem noção e que não pudesse ocorrer, e sim como algo que nos faz refletir sobre as nossas escolhas e se isso realmente fosse possível, será que as pessoas fariam? Acredito eu que sim, esquecer pessoas, memórias ruins e transtornos, mas todos os acontecimentos da vida, sejam bons ou ruins, nos fazem evoluir, certo? Bem, é complicado. Indico o filme a todos!

quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Filme – Pequena Grande Vida (Downsizing, 2017)

Algo Maior Te Espera

Foi descoberta a solução para a superpopulação no mundo: o encolhimento. A promessa é de que os encolhidos tenham uma vida melhor na pequena cidade de Lazerlândia. Com isso, o frustrado Paul investe na mudança ao lado da esposa. Porém, acontecimentos inesperados acabam surgindo em seu caminho. Direção de Alexander Payne.

Após essa descoberta revolucionária feita por cientistas noruegueses, as pessoas logo percebem o quanto o dinheiro triplica e dura mais em um mundo miniaturizado. Com a promessa de uma vida melhor, Paul Safranek (interpretado por Matt Damon) e sua esposa Audrey (interpretada por Kristen Wiig) decidem abandonar suas vidas estressadas em Omaha, Estados Unidos, para se tornarem pequenos e se mudarem para uma nova comunidade em miniatura – uma escolha que dá início a aventuras que mudam suas vidas completamente.


Pequena Grande Vida (Downsizing, 2017)

Contudo, a escolha de Paul é precipitada e sua esposa acaba desistindo no meio do caminho (e pedindo o divórcio). Agora, sozinho, vemos então Paul perdido em um mundo 'gigante'. A diminuição pouco teve impacto. significativo. Paul começa a se questionar e, se dá conta que tem muito a evoluir. Paul encontra um novo sentido para a vida e assim, ganha uma jornada de amadurecimento em situações cômicas e repletas de humor ácido.

O ponto de virada na trajetória de Paul é quando ele encontra o seu vizinho sérvio Dusan Mirkovic (interpretado por Christoph Waltz), um europeu trambiqueiro. É através dele que Paul conhece Ngoc Lan Tran (interpretada por Hong Chau), uma ativista vietnamita que foi diminuída a força por seu governo, e que nesse novo mundo, se tornou uma faxineira de pessoas ricas, que tem por hábito levar remédios vencidos e sobras de comida para as pessoas de seu gueto, uma atitude de altruísmo quando ajuda aqueles mais necessitados, inclusive uma mulher em estado terminal, e é nessa ajuda que Paul entra em sua vida.

Logo descobrimos que Lazerlândia não é muito diferente do mundo dos ''grandes'', cheio de problemas, como a desigualdade social. Só esse  argumento já transforma o filme em algo digno de se assistir. E ainda com muitas  outras “lições”, especialmente sobre o meio-ambiente, sentido da vida, etc., mas no geral Pequena Grande Vida tem uma história divertida e emocionante da jornada de um homem cujos problemas só aumentam quando ele se torna pequeno. Para aqueles que se abrirem para refletir certamente terão uma ótima experiência durante as duas horas de filme. Mas na certa as pessoas de mente pequena, vão encontrar mais dificuldade em aceitar tantas verdades sendo mostradas num filme despretensioso. Recomendo!

Filme – O Rei do Show (The Greatest Showman, 2017)

O impossível se torna realidade

O filme celebra o nascimento do "show business" e conta as histórias de P.T. Barnum, um homem visionário que, a partir do nada, criou um espetáculo circense que se tornou sensação ao redor do mundo.

Uma história simples transformada em um espetáculo musical cinematográfico que contagia com uma trilha sonora que fala por si só, hipnotiza com as coreografias e conquista com personagens memoráveis. Dirigido por Michael Gracey, O Rei do Show (The Greatest Showman, no original) é baseado na história real de Phineas Taylor Barnum, conhecido como o “príncipe das falcatruas” um showman e empresário do ramo do entretenimento norte-americano responsável por fundar um museu de curiosidades e o circo com animais, freaks e fraudes que viria se tornar no sucesso Ringling Bros. and Barnum & Bailey Circus.

O Rei do Show (The Greatest Showman, 2017)

P.T. Barnum (interpretado por Hugh Jackman, que por sinal tem uma atuação incrível) é o típico cara que pensa grande, e não está ligando muito para as consequências, sentimentos ou críticas alheias, ele só quer fazer seu nome e ganhar dinheiro. Podem ser encontrados muitos traços de egoísmo e ganância nele, que logo se misturam com um lado apaixonado pela família, que quer dar o melhor e não mede esforços para vê-la feliz. Ou seja, pode ser cada um de nós, quando reconhecemos o mal que somos capazes de fazer mas, ao mesmo tempo, trazemos no coração a aspiração pela nossa felicidade e a dos nossos.

Ainda na infância, P.T. se apaixona por Charity (interpretada por Michelle Williams) e dessa paixão surge uma grande história de amor, cheia de desafios, entre eles criar a família e dar vida a um museu de cera. Depois de algumas investidas sem sucesso o museu se transforma em uma casa de shows ousados com mulheres e homens excêntricos, tidos como aberrações para a época. Ele contrata pessoas de todas as formas, tamanhos, classes e raças, e há uma sensação de que existe uma "celebração da humanidade" dentro da tropa de circo que ele cultiva. Uma família se torna ali onde todos os indivíduos têm valor e são aceitos como são. Logo depois, P.T. enfrenta cada vez mais as várias pressões da indústria do entretenimento, críticos e além de escândalos que ameaçam arruinar sua empresa criativa. Mas ele promete que seus "olhos não serão cegados pela luz". E, de fato, mensagens sobre a importância da fidelidade e da família ressoam ao longo do filme.

O interessante das “aberrações/freaks”, pode ser resumido com uma frase de Santo Agostinho: “conhece-te, aceita-te, supera-te”. O filme não mostra um aprofundamento sobre cada um deles, mas o que se percebe da vida de cada um deles e de tantos outros até nossos dias, é que de tanto serem desprezados pela sociedade e até pelas próprias famílias, eles não conseguem aceitar quem são, muito menos reconhecer seu valor, mas a partir do momento em que são valorizados se assumem como um dom, passando por cima das limitações que eles próprios criaram, além de viverem uma atmosfera familiar ao se reconhecerem uns nos outros.

Um musical que superou minhas expectativas, extremamente leve e divertido e que tem uma lição muito forte para nossas vidas: Seja você mesmo e não ligue para o que os outros falam. As músicas compostas para o filme são muito animadas e ficam na sua cabeça. Enfim, assim como as canções, entramos realmente na história, aquele 'show' é um lugar onde você sente que tudo é possível, que qualquer sonhador pode conquistar o mundo. Você pode até sair com um sentimento de verdadeira alegria pensando, como fez Barnum: "A melhor arte é fazer os outros felizes".

Trilha sonora do filme, disponível no Spotify:


quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

Filme – O Homem Que Inventou O Natal (The Man Who Invented Christmas, 2017)

Baseado na verdadeira história mágica de como Charles Dickens escreveu "A Christmas Carol".

O autor Charles Dickens tem dificuldade em criar uma nova história. Pressionado pelos editores e preocupado com o sustento da família, um personagem vem à sua mente: Scrooge, um senhor rabugento que detesta o espírito natalino e que se torna a figura principal na famosa obra "Um Conto de Natal".

O Homem Que Inventou O Natal (The Man Who Invented Christmas, 2017)

Dirigido por Bharat Nalluri e escrito por Susan Coyne, com base no livro de mesmo nome de "Les Standiford", que narra uma passagem da vida do escritor Charles Dickens.

A trama se passa em 1843 e segue Charles Dickens (interpretado por Dan Stevens), que está sofrendo dificuldades financeiras com o fracasso de seus últimos três livros. Seu último sucesso "Oliver Twist" foi escrito há dois anos. Depois de ser rejeitado por todos os editores, ele decide escrever um novo livro intitulado de "A Christmas Carol", que deve ser publicado seis semanas antes do Natal.

Charles mergulha com profundidade na sua história, chegando a interagir com seus personagens, principalmente Ebenezer Scrooge (interpretado por Christopher Plummer), o protagonista. Conforme desenvolve o livro, Charles recebe ajuda de Tara (Anna Murphy), uma criada irlandesa letrada que lhe dá dicas importantes.

Ao ler o novo capítulo rascunhado, Tara fica desolada com a frieza do protagonista de "A Christmas Carol (Um Conto de Natal)", ela tenta convencer seu criador a mudar a história, porém, Charles não acredita que seja possível alguém tão amargo como Ebenezer Scroog melhorar como pessoa.

Conforme o livro avança, Charles se vê obrigado a enfrentar seus traumas do passado através de Scroog e, após uma explosão de raiva, o escritor percebe que sua história deve ser de redenção. Ele termina o livro e corre contra o tempo para que sua história seja publicada antes do Natal. E foi assim que um homem re-inventou o Natal...

Confesso que demorei a entender a ideia do filme, mas logo começa a engrenar, uma mistura de fantasia e realidade, o sombrio e o realista... E é sobre isso que acontece todo o processo de criação da história do livro, não achei que o filme teve uma pegada engraçada, talvez um humor negro, já que muitas cenas são até mesmo sombrias quando vemos Dickens em uma crise interna consigo mesmo com relação a história, os personagens e principalmente a pressão em entregá-la a tempo. A realidade e a fantasia estão conectadas na maior parte do filme. A cena final é muito boa com todos os personagens da história prontos para conferir o livro.

Charles Dickens publicou ''Um Conto de Natal'' em 19 de dezembro de 1843. Até a noite de natal todas as cópias foram vendidas. Atos de caridade aumentaram de repente. Ele tornou-se um dos livros mais vendidos de todos os tempos mudando para sempre a maneira de celebrarmos o natal, lembrando-nos da alegria de compartilhar amizade, gentileza e generosidade. Recomendo!