Mostrando postagens com marcador livros. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador livros. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Livro: “Sidney & Norman – um conto sobre dois porcos” de Phil Vischer

O livro Sidney & Norman – um conto sobre dois porcos, Phil Vischer e com excelentes ilustrações de Justin Gerard.

Dois porcos, o disciplinado Norman e o desorganizado Sidney, vivem ao lado um do outro. Norman sempre seguia na linha, muito caprichoso, seguia todas as regras e tudo parecia ser perfeito e fácil na vida dele. Já Sidney era uma bagunça só, não conseguia respeitar horários, nunca colocava coisas no lugares, estava sempre desalinhado e muitas vezes parecia perdido. 

Um dia, Deus pede para se encontrar com eles. Enquanto Norman mal pode esperar para ouvir todas as coisas boas que Deus lhe dirá, Sidney está em pânico. Ele tem medo de ser punido por alguma coisa. Quando Norman vai ver Deus, Deus diz a ele que Ele ama Norman. Então, ele deixa Norman saber que ele é orgulhoso e não deve desprezar aqueles que não são tão talentosos quanto ele.

Capa do Livro

Quando Sidney vai visitar Deus, Deus diz a ele que o ama e nada mais. Daquele dia em diante, os dois porcos mudam sua perspectiva de vida. Norman aprende a ser humilde e Sidney se sente mais competente porque o amor de Deus por ele não se baseia no fato de ele fazer tudo perfeitamente.

O livro ''Sidney & Norman - um conto sobre dois porcos'' é uma fábula moderna, que incentiva o leitor a também olhar no espelho para a sua própria alma. O autor acerta na mosca ao expor como é difícil enxergar a realidade a nosso respeito e como nós sempre estamos muito acima ou abaixo de nossas expectativas. É com certeza um livro pra repensarmos nossas atitudes com o próximo. O amor de Deus não se baseia em atividades ou habilidades humanas. Ele ama porque escolheu amar cada pessoa. Valemos e somos amados pelo que somos e como somos e não pelo que fazemos ou deixamos de fazer.

As ilustrações de Justin Gerard são uma atração a parte. Ele captou com precisão e soube transferir para os personagens expressões que dizem muito mais do que palavras. Ok, o livro foi escrito para crianças - mas crianças grandes também precisam aprender, principalmente aquelas que julgam os outros sem julgar a si mesmas; crianças que cresceram sentindo-se diminuídas toda vez que se comparam com outras.

Talvez você já conheça a história de Norman e Sidney. Mesmo assim, vale a pena segui-los nesta pequena aventura. A lição que eles aprenderam serve para todos os porcos - esses animais tão parecidos com os seres humanos...

terça-feira, 19 de maio de 2020

Livro: “A Revolução dos Bichos” de George Orwell

Livro bastante conhecido. A Revolução dos Bichos é um conto satírico do escritor inglês George Orwell, publicado no Reino Unido em 17 de agosto de 1945 e apontado pela revista americana Time entre os cem melhores da língua inglesa.

Tudo se passa em uma fazenda típica inglesa. Logo no começa no celeiro dessa fazenda, os animais se reúnem para ouvir um discurso do Velho Major, um porco que é um membro altamente respeitado da comunidade animal. O velho major sabe que ele morrerá em breve e deseja transmitir a sabedoria que adquiriu ao longo da vida. Ele diz a seus companheiros de curral que os humanos são os culpados pela existência miserável que os animais devem suportar. 

A vida dos animais é cheia de trabalho e sofrimento, e isso só pára quando eles não são mais úteis. Major conta a seus amigos um sonho que ele teve na noite anterior, um sonho de um mundo onde os animais são livres e tratados com respeito. Major diz que, para realizar esse sonho, os animais devem se unir em uma grande rebelião contra a tirania do homem. Essa rebelião só pode ter sucesso se os animais puderem se unir em perfeita unidade contra a humanidade, resistindo à falsa visão propagada pelos seres humanos. Certo dia, Sr. Jones, então proprietário da fazenda, descuidou-se com a alimentação dos animais, fato este que se tornou a gota da água para aqueles bichos.

Major ensina aos animais uma música que ele criou chamada ''Bichos da Inglaterra'' (Beasts of England), que resume a filosofia do Animalismo, exaltando a igualdade entre eles e os tempos prósperos que estavam por vir, deixando os demais animais em êxtase com as possibilidades. A letra mostra uma visão utópica de como será a comunidade animal quando se rebelar contra o homem e estiver no controle de seu próprio destino. Enquanto cantam a música, os animais despertam o Sr. Jones, que pensa que uma raposa deve ter entrado escondido no quintal que motivou todo aquele barulho dos bichos. Ele atira no celeiro; os animais param de cantar e ficam calados durante a noite.

“A Revolução dos Bichos” de George Orwell


Algumas noites após a reunião, o Velho porco Major morre. Três porcos mais novos, chamados Napoleão, Bola de Neve e Squealer, desenvolvem os princípios de Major em uma filosofia que chamam de "Animalismo". Assim inspirados para realizar o sonho de Major, os animais se unem na batalha contra o Sr. Jones e seus homens, conseguindo expulsá-los da propriedade. Bola de Neve renomeia “Quinta dos Animais” para “Fazenda dos Bichos” e escreve as leis do Animalismo ao lado do celeiro. A primeira colheita é um sucesso. Seguindo os princípios do Animalismo, cada animal trabalha de acordo com sua capacidade, recebendo em troca uma parte justa dos alimentos.

No começo, tudo parece correr bem. Os animais estão comprometidos em alcançar o sonho utópico de Major. Boxer, um cavalo de carroça, compromete seu tamanho e força à prosperidade da Fazenda de Animais, prometendo trabalhar mais do que nunca para os seres humanos. Bola de neve começa a ensinar outros animais a ler. Napoleão educa um grupo de filhotes nos princípios do Animalismo.

Com um discurso de que estavam sempre pensando no bem-estar dos outros, os porcos com muita lábia e sutileza, distorcem a ideia inicial da Revolução, de que todos eram iguais, assumindo a mesma postura dos humanos. Eles passam a morar na casa que era do Sr. Jones e a praticar coisas que o homem praticava.

Outras personagens que podemos encontrar na história de Orwell são o restante dos animais da Granja e sua alienação. Elas agiam como se não notassem as mudanças que estavam acontecendo, e como se essas coisas não afetassem as suas vidas diariamente, sendo manipuladas por qualquer argumento. Bem familiar, não?

Inspirada pelos eventos da Segunda Guerra Mundial e da Revolução Russa, a Revolução dos Bichos é uma crítica feroz ao totalitarismo. A fábula mostra como uma comunidade de animais bem-intencionados se rebela contra seus mestres humanos opressivos e gradualmente entrega o poder absoluto a uma liderança nova e corrupta.

A linguagem utilizada pelo autor é de fácil entendimento, que torna a leitura acessível para pessoas de diferentes faixas etárias, até mesmo crianças. O escritor, para fazer um retrato cruel da humanidade, utilizou animais para contar uma história que permite várias interpretações. De certo modo, a inteligência política que humaniza seus bichos é a mesma que animaliza os homens.

Tudo isso combina harmoniosamente duas tradições literárias: a das fábulas morais e a da sátira política. O comportamento dos porcos causa indignação e repugnância no leitor, o que provoca uma reflexão acerca dos nossos próprios atos, pois o que incomoda neles, nada mais é do que a semelhança com o comportamento dos humanos. A obra é de uma genialidade inigualável, com uma ironia refinada e uma lição marcante.  

quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Livro: “1001 Séries De TV Para Assistir Antes De Morrer”

Um belo dia estava eu andando por uma loja procurando um novo livro para ler. Quando olho para baixo e lá estava o livro ''1001 Séries De TV Para Assistir Antes De Morrer'' um pouco longe da vista da maioria das pessoas. Só aqueles mesmo que costumam olhar de cima abaixo que notariam ele ali. Bem, o valor do livro logo me chamou atenção. Pasmem, foi apenas 9,99 contra 89,90 de um site aí brasileiro que vende livros. Não poderia perder essa, tratei logo de comprar mesmo com o orçamento apertado (rsrs). 

Não preciso nem dizer que meu amor por seriados é antigo. Aprendi a acompanhar essas produções com minha mãe. Lá na infância eu costumava assistir junto a ela séries de TV, das mais variadas, na época séries que iam ao ar no SBT e até mesmo séries legendadas no Warner Channel e no canal Sony. Não sei se já comentei aqui, mas eu demorei aprender a ler. Foi um pouco tarde em relação a outras crianças da minha idade. Logo ela me dizia que se eu tentasse ler aquelas legendas já era uma forma de praticar a leitura. O que me deixava zangado era as legendas passando rapidamente na troca de diálogo dos personagens (rsrs). Seja como for, ao longo da minha infância e adolescência acompanhei inúmeras produções, das mais variadas, das séries juvenis para minha idade à séries mais adultas não recomendadas para minha idade (quem nunca?), é por isso que costumo uma vez ou outra fazer listinha de séries aqui no blog de algumas produções que acompanhei.

Livro: “1001 Séries De TV Para Assistir Antes De Morrer”

Voltando ao foco no livro, cá estou animado com a leitura de ''1001 Séries De TV Para Assistir Antes De Morrer''. Comecei a folhear e me perdi nas horas. É muita páginas, muitas produções que eu nunca sequer ouvi falar, mas também muitas produções que marcaram minha infância e adolescência ganharam uma menção nesse livro especial. É de conhecimento de todos que nos últimos anos, as séries de TV conquistaram incrível popularidade, tornando-se uma das atrações favoritas entre os telespectadores, muita pela popularização também da Netflix em nosso país que mudou o jeito das pessoas acompanhar tevê. O que me deixa feliz, o povo brasileiro está deixando de acompanhar telenovelas (é pra aplaudir de pé). Com o tempo, essas produções ganharam roteiros cada vez mais sofisticados e produções que não ficam devendo nada à indústria cinematográfica.

Diante da infinidade de opções para escolher e um número imenso de canais pelos quais zapear, é difícil saber o que realmente merece a nossa atenção. Incluindo comédias clássicas como A Feiticeira e Friends, documentários de tirar o fôlego como Life on Earth e Cosmos, dramas cheios de reviravoltas como The Quartermass Experiment e Forbrydelsen, o livro apresenta tanto obras premiadas e que marcaram época quanto programas recentes, populares, polêmicos ou revolucionários. O que me deixou surpreso no livro foi produções brasileiras serem incluídas, telenovelas como O Clone, constam nessa lista.

Lançado no Brasil pela editora Sextante, o livro reúne as séries mais famosas e importantes da TV nos últimos 70 anos. Como disse, a obra não se restringe apenas as séries produzidas nos Estados Unidos, programas de TV veiculados no Brasil, Coréia do Sul, Nova Zelândia, Dinamarca e Reino Unido. “1001 Séries de TV Para Assistir Antes de Morrer” traz desde de clássicos como A Feiticeira e Friends, séries aclamadas como Breaking Bad e programas documentais também.

O que me deixou impressionado também foi as ricas ilustrações do livro e cheio de curiosidades sobre atores, roteiros e gravações, o guia realmente é uma viagem investigativa tão viciante quanto as nossas séries favoritas. Escrito por um time de especialistas e aficionados, 1001 séries de TV para assistir antes de morrer apresenta títulos populares ao lado de produções obscuras, ajudando você não só a conhecer melhor as atrações que já acompanha como também a descobrir programas 'novos' e surpreendentes. Eu indico!

quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Livro: “A Ópera Dos Ladrões” de Lucy Moore

A verdadeira história dos dois reis do crime na Londres do século XVIII.

Na primeira metade do século XVIII, Londres caminhava para se tornar a mais populosa cidade do mundo. Era rica, as lojas exibiam produtos refinados e sua elite desfilava ricas perucas, usava colheres de prata em casa, delicados lenços e finas caixas de rapé quando iam a Covent Garden, Soho e Picadilly. Contudo, não tinha uma força policial profissional, estando a segurança pública na dependência do trabalho de cidadãos não remunerados. Londres era, assim, o paraíso dos ladrões.

Esta é a Londres revelada pela historiadora e escritora britânica Lucy Moore, através das vidas de Jack Sheppard e de Jonathan Wild, personagens do submundo que os primeiros jornais diários transformaram em símbolos do período. A Autora nasceu na cidade em 1970, mas foi criada nos Estados Unidos, retornando mais tarde à Grã-Bretanha para graduar-se em História pela Edinburgh University, sendo este seu primeiro livro.

Capa do livro “A Ópera Dos Ladrões” de Lucy Moore

Sheppard chegou a ser um aprendiz de marceneiro que gastava o tempo bebendo e jogando, antes de iniciar seu aprendizado de pequenos golpes com uma prostituta que limpava seus clientes. Preso após alguns roubos, não passaria de um ladrãozinho vulgar não fosse sua extraordinária habilidade de fuga. Primeiro libertou sua amante; depois, escapou ileso da cadeia forçando uma série de fechaduras, escalando muros e saltando telhados. Recapturado, escapou novamente. Antes de ser preso definitivamente, se tornara uma lenda para um público que admirava sua capacidade de colocar as autoridades em apuros. 

Já Wild, foi um personagem singular. Após uma temporada na cadeia por dívidas, o que era comum à época, começou a ganhar a vida no ramo de objetos recuperados: devolvia bens roubados a seus legítimos donos, por um preço justo. Auto-intitulava-se caçador de ladrões, chegando a servir como consultor do Conselho Municipal, apresentando sugestões para sufocar a onda de crimes, ao mesmo tempo em que controlava uma rede de ladrões e prostitutas, que dependiam de seu dinheiro e sua proteção. Sheppard, ladrão do tipo romântico, foi um dos poucos a se recusar a participar da "organização" de Wild, o que foi o estopim que levarias a ambos, o ladrão e o caçador de ladrões, ao mesmo destino, a praça de execuções de Tyburn. Antes de morrer, Jack Sheppard foi biografado por Daniel Defoe e retratado por James Thornhill, pintor da corte, enquanto Jonathan Wild inspirou John Gay na Criação de The Beggar´s Opera

Num retrato memorável da Londres georgiana, a autora Lucy Moore reconstrói o mundo do crime em toda sua sórdida fama, numa história fascinante que se entranha no lamaçal do crime, nos convidando a pensar sobre o estranho fascínio que a criminalidade exerce sobre as pessoas. Rico na utilização de fontes primárias, só havendo acréscimos atuais quando auxiliem a compreensão do entorno dos fatos, o livro nos fornece uma clara percepção da sociedade londrina e vários de seus aspectos. No tocante a religião, há varias situações que deixam transparecer a situação do clero e sua relação com os fiéis. Há também, relatos sobre as atividades do metodistas, inclusive de John Wesley.

Pela pesquisa histórica muito bem elaborada, pelo estilo literário da Autora, pelo conjunto editorial, este livro merece ser lido e utilizado por aqueles que querem uma melhor compreensão daquele período da história. Vale a pena!

terça-feira, 23 de julho de 2019

Livro: “A Arte de Fazer Bons Negócios” de Floriano Ferreira Junior

Não sei se vocês sabem, mas sou estudante de Administração. Ultimamente tenho lido vários livros destinados a administradores, empreendedores e o que for relacionado. Encontrei o livro ''A arte de fazer bons negócios'' aqui na minha casa em algumas caixas guardadas de anos. Comecei a leitura e mergulhei nela. O livro nos traz um grande vendedor que revela todos os seus segredos: aprendemos com ele tudo o que é preciso saber para encontrar o sucesso na área de vendas. Não existem barreiras para esse campeão, que ensina, passo a passo, neste livro, tudo o que aprendeu durante uma vida inteira dedicada à "arte de fazer bons negócios".

Livro: “A Arte de Fazer Bons Negócios” de Floriano Ferreira Junior

A leitura do livro é bem legal, começa quando o autor é abordado na rua por um homem onde pede dinheiro para comer. Ele gentilmente acompanha esse senhor em um restaurante, é onde desenvolve a conversa sobre vendas e trazendo lições valiosas. Depois desse encontro inesperado, eis que uma história surpreendente se apresenta diante do leitor. Durante esse almoço, surge uma oportunidade incrível que você não pode perder para conquistar a prosperidade e realizar sonhos.

O livro tem várias citações que vale a pena mencionar aqui:

Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro e depois perdem o dinheiro para recuperá-la. Por pensarem ansiosamente no futuro, perdem o presente, de tal forma que acabam por nem viver o presente, nem o futuro; vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se não tivessem vivido.

- Confúcio.

O vendedor obtém a ventura de ser próspero, quando conduz sua vida procurando tornar os outros felizes, pois só assim consegue o retorno e o prêmio de também ser feliz

O livro fala também sobre o comportamento do comprador e do vendedor na hora do processo da compra, através do AIDA: um dos primeiros e mais eficientes modelos desenvolvidos em um processo de compra. Sendo desenvolvido por St. Elmo Lewis em 1898. O modelo descreve as etapas mentais que um comprador segue, antes de fechar uma compra. Os estágios são: ATENÇÃO, INTERESSE, DESEJO e AÇÃO. É importante ressaltar que Lewis, ao desenvolver o modelo, estava focado não no comportamento do consumidor, mas no comportamento do vendedor, ou seja, na maneira pela qual o vendedor deve conduzir o cliente para que ele compre. 

Atraia a atenção, mantenha interesse, crie o desejo e comece a ação.
- St. Elmo Lewis

O livro tem autoria de Floriano Ferreira Junior, graduado em administração de empresas e especializado em gestão empresarial. Atuando a mais de 30 anos nas áreas de negócios.

A leitura é rápida, extremamente agradável e produtiva. Recomendo!

quarta-feira, 3 de julho de 2019

Livro: “Rede Manchete - Aconteceu Virou História” de Elmo Francfort

Se você assim como eu se interessa pela história da televisão brasileira, fazer a leitura desse livro é obrigatório. Por 16 anos no ar, levando entretenimento e diversos sucessos no campo da teledramaturgia e do jornalismo. Agora, serão somadas mais 400 páginas de história. Os méritos e sucessos da Rede Manchete de televisão são o tema central do livro Rede Manchete: Aconteceu, virou história do autor radialista Elmo Francfort.


A Manchete deixou bem claro na história da televisão que aqui esteve para se transformar em uma grife de televisão de qualidade, de credibilidade, profissionalismo, capricho, criatividade e ousadia. Esteve na busca eterna de seus ideais, na superação dos limites e também acabou abusando, como poderão ver neste livro. Promoveu a cultura e o debate em suas coberturas, mas passou da mais tecnológica emissora do país à que precisava mais urgentemente da renovação dos seus equipamentos. Foi um cometa que passou pela história

Elmo Francfort

Parafraseando o slogan ‘Aconteceu, virou Manchete’, a obra relata através de um panorama analítico a trajetória da emissora idealizada pelo empresário Adolpho Bloch e que dividiu com o SBT as concessões oriundas da antiga Rede Tupi, extinta em 1980. Foram quatro anos de intensas pesquisas em São Paulo e no Rio de Janeiro, além de vários encontros com ex-funcionários da rede. Tudo motivado pela paixão do autor pelo extinto canal. A falta de informações e a imprecisão daquelas que existem – tanto em registros históricos, quanto na internet – também colaboraram para que o livro se tornasse uma realização concreta.

Ao longo de seis capítulos, o livro oferece uma redação leve, direta e marcada pela valorização do fator humano. As pessoas que fizeram a Rede Manchete têm participação marcante na obra, página a página. Dezenas de depoimentos são intercalados com o texto do autor, juntamente com fotos marcantes da história da rede.

Do começo ao fim, o livro revela a aura de ambiente familiar que caracterizava o dia-a-dia da Rede Manchete. ‘Foi um dos melhores momentos da minha carreira. Era uma emissora onde você convivia com os donos diariamente. A porta deles estava sempre aberta’, conta o diretor de novelas Nilton Travesso, que lá passou cinco anos.

O autor também dá destaque aos momentos de maior repercussão da Manchete, os grandes sucessos (as telenovelas de maior sucesso, o Documento Especial, os furos de reportagem e notícias exclusivas que eram resultado da coragem, ousadia e faro da equipe de jornalismo), as experimentações visuais e temáticas.

Da série "Aplauso", é uma interessante leitura. Mergulhamos a fundo na história da rede e descobrimos mais da sua ascensão e também da sua queda (decisões que os executivos tomaram prejudicaram muito a emissora). Gostei muito.

Talvez a Rede Manchete foi a emissora mais ousada que tivemos em nosso território, bem a frente do seu tempo. Para quem teve a oportunidade de acompanhar a trajetória da Manchete, mesmo que apenas um pouquinho, como eu, pode sentir uma sensação grande de saudade, além de conhecer melhor sua equipe artística e mais detalhadamente sua ascensão e seu declínio. Para aqueles que não tiveram o privilégio de assistir à Rede Manchete na telinha de casa, é um ótimo meio de conhecer melhor a respeito de um importante capítulo da história da comunicação em nosso país, a TV do ano 2000 que, infeliz e ironicamente, fechou as portas em 1999. Recomendo a obra!

quinta-feira, 16 de maio de 2019

Livro: “Como Ser Feliz Sem Dar Certo: E Outras Histórias de Salvação Pela Bobagem” de Carlos Moraes

Muitas histórias interessantes é o que podemos degustar ao ler o livro do ex-sacerdote católico e ex-preso político Carlos Moraes, no livro "COMO SER FELIZ SEM DAR CERTO".

Como o próprio autor a identifica, a obra, é uma tentativa de contra-ajuda, ou seja, uma crítica à febre de anos das publicações de auto-ajuda, que quase nunca ajudam ninguém. Os desavisados leitores certamente apreciarão o modo irônico como ele apresenta temas de extrema seriedade.

Provocações à parte, o texto é uma ótima coletânea de crônicas, escritas com humor, sensibilidade e conhecimento do ser humano, mostrando o cotidiano de modo divertido, pitoresco e gracioso, pinçando aqui e ali, situações e tipos bem característicos de nossa cultura.

Como ex-sacerdote, Carlos Moraes coloca no que escreve a sensibilidade da formação humanística, interpretando fatos do dia-a-dia à luz dos ensinos sagrados, sem contudo descambar para o pieguismo ou o puritanismo. Em uma dessas crônicas (em Evangelhos) fala da aventura de dois amigos, que percorriam de bicicleta uma rodovia pelos Andes Chilenos, e depois de um longo dia, exaustos, famintos, sem dinheiro, molhados pelas chuvas e pela neve, se atiram à sorte num canto de areia, entre duas pedras em uma praia deserta. Quase desfalecidos vêem passar um pescador com um salmão enorme às costas. Uma fogueira foi acesa e logo o peixe era assado nas brasas, surge um amigo do pescador com uma garrafa de vinho, as roupas secaram, o papo se alongou até a madrugada... houve ali a ressurreição do ânimo e a aplicação do Evangelho, quando o pão e peixe foram multiplicados e a água transformada em vinho.

Livro: “Como Ser Feliz Sem Dar Certo: E Outras Histórias de Salvação Pela Bobagem” de Carlos Moraes

Irreverente, mas com classe, o autor abre o livro com a insuspeita história do Monsenhor Francisco Rosalvo, Pároco em uma cidade, que teve sua vocação salva por nada menos que um "Pum inconsequente", Isso mesmo senhores: um "pum". Por ter saído em local e hora não apropriados, o reverente sacerdote, deixou sua paróquia burguesa e embrenhou-se pelas matas do Brasil Central afim de Evangelizar nossos índios. Conta-se que ali descobriu sua verdadeira vocação e viveu até o último de seus dias, com "odores de santidade".

O livro, porém, é mais que crônicas. Como Repórter, Carlos Moraes é observador, tem faro para perceber e extrair da vida comum o combustível para o seu trabalho, trabalho que transforma em puro entretenimento para os leitores. Como Jornalista, consegue ser breve e conciso. Os textos são enxutos, claros, didáticos, suaves. O livro não cansa porque fala de coisas tão distintas e ao mesmo tempo tão oportunas, como no "Adágio em Ex". Nessa crônica em particular, faz uma apologia (que empresta nome ao livro) àqueles que são "ex" muitas coisas: ex-magro, ex-marinheiro, ex-vendedor, ex-tabagista, ex-comunista, ex-atleta...ex-presidiário etc. Nem por isso, acham que não deram certo. Há pessoas, cujas paixões necessariamente não coincidem com o mercado, explica, e nem por isso deixam de ser felizes. Ponto final.

A obra não tem nada de boa se você é uma pessoa séria, tão séria que não tem tempo de observar a natureza, o cotidiano, o humor dos amigos e as incoerências da vida. Para esse não vale a penas ler. É perda de tempo.

A obra não tem nada de má, se você é daqueles que valoriza os amigos, gosta do entardecer, encanta-se com a música, e principalmente gosta de ler, ler de tudo, inclusive crônicas, crônicas digestivas, variadas e engraçadas como a de Carlos César Novaes ou Luís Fernando Veríssimo.

Não conquistar seus próprios objetivos e ainda assim encontrar a felicidade? Carlos Moraes provou que isso é possível no livro COMO SER FELIZ SEM DAR CERTO, no qual reúne pequenas histórias e muito humor para mostrar que, mesmo sem conseguir tudo o que se quer da vida, pode-se ''dar de cara'' com a felicidade e tropeçar na sabedoria, ainda que nos pequenos detalhes ou nas pitorescas esquinas da vida. Compromissos, contas a pagar sucesso a alcançar, é tanta cobrança que fica difícil fugir da seriedade e dos cartesianos programas que ensinam como ser feliz em dez lições. 

O jeito que Carlos Moraes deu para não cometer este erro foi desenvolver uma espécie de teoria da salvação pela bobagem. Carlos Morais faz questão de classificar COMO SER FELIZ SEM DAR CERTO como um livro de "contra-ajuda". Ao invés de juntar fórmulas de sucesso pessoal e equações de felicidade, ele resolveu contar histórias que fizessem com que os leitores refletissem sobre a necessidade de se levar a vida com bom humor e leveza.

segunda-feira, 13 de maio de 2019

Livro: “A Comunicação e suas diversas formas de expressão” de Tânia Castelliano

Desde os primórdios da criação, o homem tem enfrentado desafios dos mais variados possíveis para simplesmente manter-se vivo. Um desses desafios que mantém o homem vivo é o fato da existência da comunicação. O homem precisa comunicar-se, aprender a expressar os seus sentimentos, aprender a comunicar as suas emoções, aprender a compartilhar os seus conhecimentos, a comunicação para o homem é imprescindível quanto seu alimento diário. A comunicação e suas diversas formas de expressão, vem ocupar uma posição na história da comunicação, revelando a preocupação do autor em tornar acessível as mais diversas formas do homem comunicar-se.

A Comunicação e suas diversas formas de expressão

A autora Tânia Castelliano, procura em sua obra abranger as mais diversas formas de comunicação que o homem conhece, trabalha com a comunicação como uma arte a ser aprendida e dominada deixando revelar em seus escritos que não existe situação que o homem não possa usar a comunicação como uma arma de conquista aos seus ideais e revela a ideia de que não existe quem resista a uma boa estratégia de comunicação.

Sem comunicação é impossível o homem sobreviver nas mais variadas áreas da sua vida, sem comunicação não existe êxito, e pensar em comunicar é necessário não negligenciar postura, articulação, respiração, todo este conjunto e outros mais fazem parte de uma boa comunicação.

Detalhes minunsciosos compõe um sistema, para que o homem seja compreendido e consiga transmitir suas ideias e seus objetivos, usando sermões, rádio, televisão teatro, redes sociais, enfim todos necessitam na comunicação se fazer entender e provocar uma atitude em quem está ouvindo e necessitando da comunicação.

Importante é entender que a comunicação não pode ser limitada a fala, mas a comunicação pode ter um grande êxito quando existe o conhecimento de que qualquer atitude, reação, qualquer expressão física pode ter um impacto contundente na arte de se comunicar.

A obra fala de um assunto vasto, e é tratada de uma maneira dinâmica e que não cansa ao leitor, até o momento que a autora desafia o leitor a prática de alguns exercícios necessários, mas que caberiam melhor em uma outra obra, quem sabe em um livro de exercícios, em conseqüência disto, a leitura torna-se monótona e cansativa.

O desconhecimento da arte da comunicação causam em quem tenta se comunicar e a massa ou multidão, que aguarda a mensagem profunda frustração e decepção quando o objetivo da comunicação não é alcançado.

Entendo que todo o comunicador precisa ter a noção da comunicação abordada pela autora e suas diferentes áreas de abrangência, tornando o livro A Comunicação e suas diversas formas de Expressão, recomendado para qualquer pessoa que tenha a preocupação em conhecer e dominar a arte de se comunicar.

Ernest Hello, revela em seu pensamento algo sobre a comunicação:
- O homem deve viver na verdade, pensar como vive e falar como pensa!

domingo, 12 de maio de 2019

Livro: “O Som de Muitas Verdades” de Cláudio Araújo

Um dia desses arrumando algumas caixas com livros, revistas e outros objetos empoeirados na minha casa, encontro uma caixa de livros com diversos livros do meu pai e da minha mãe. Eles sempre foram leitores e sempre incentivaram a leitura aqui em casa. Nesse meio de livros, vários me chamaram a atenção e eu separei alguns para dá uma leitura. Algumas capas e títulos logo me despertaram curiosidade em ler. Um deles foi ''O Som de Muitas Verdades'' de Cláudio Araújo.

 “O Som de Muitas Verdades” de Cláudio Araújo

O livro ''O Som de Muitas Verdades'' tem como autoria Cláudio Araújo, e traz o subtítulo ''Falando aos corações com as poesias que Deus me deu''. Escrita em uma linguagem simples, esta obra aborda temas como a vida, a esperança, a mulher, o cotidiano religioso, a solidão, o amor, o casamento, pais e filhos, o jovem e a sociedade; tudo sob uma visão bíblica e entusiástica. O autor Cláudio Araújo é de origem da cidade de Bacabal, Maranhão (cidade vizinha a minha), é descrito como um jovem profundamente apaixonado pela vida e pelo amor.

A MINHA VIDA É PRECIOSA 
A vida é muito bela
Viver é bom demais
É presente de Deus
Nossa alegria, nossa paz.
Tenho alegria na tristeza
Sinto paz na tribulação
A minha vida é preciosa
Dela não desisto não.
Por que vivo sempre assim
Sorrindo em meio à dor?
É porque Jesus me alegra
Como é lindo o meu Senhor! (...)

A leitura é muito agradável, alguns trechos rimam em forma de sonetos. A sintonia e a intertextualidade com o livro dos livros são perceptíveis em quase todas as poesias. Liberdade é o foco principal neste oceano de palavras, e por isso, encontramos também a sensibilidade do autor com os aspectos sociais, políticos e culturais do ser humano. Recomenda-se uma leitura com muita reflexão, pois essas poesias revelam no íntimo do ser que a verdade liberta.

AME A SUA VIDA 
A vida humana é muito delicada
É tão bela e prazerosa
Tem seus intempéries
Mas é muito valiosa
Ame a sua vida
Com a força do seu coração
Pois é um presente de Deus
Preste muita atenção.
Ame a sua vida
Com a força do saber
Por maior que seja a luta
Não desista de viver
É preciso saber viver
Nesse mundo tão cruel
São mui grandes as afrontas
Mas a vitória vem do céu. (...)

As emoções das palavras deste livro entranham no coração humano e produzem um sabor de alegria e esperança. Leiam-no descobrindo a vida de cada poesia. Se você tiver a oportunidade, leia. Recomendo!

quinta-feira, 2 de maio de 2019

Livro: “As 21 Indispensáveis Qualidades de um Líder” de John C. Maxwell

Se interiormente você puder se tornar o líder que deve ser, será capaz de se tornar exteriormente o líder que deseja. Esta é a ligação que transcorre esse livro, num convite a uma auto-reflexão.

O autor, John C. Maxwell é especialista em liderança e fundador do grupo INJOY, uma organização dedicada a ajudar pessoas a maximizar seu potencial de liderança. É conhecido internacionalmente por seu trabalho na formação de líderes e seus seminários sobre o tema. Maxwell é autor também de ''As 21 Irrefutáveis Leis da Liderança'', entre outros.

''As 21 Indispensáveis Qualidades de um Líder'' de John C. Maxwell

Em as 21 Indispensáveis Qualidades de um Líder, Maxwell desenvolve uma argumentação objetiva, organizada em blocos de discussão breves e incisivos, sem descuidar da prática. Para tanto, utiliza-se de exemplos tirados da experiência de líderes bem-sucedidos e de renome internacional, como Ronald Reagan, Margareth Thatcher, Charles Chaplin e outros grandes nomes das diversas áreas de conhecimento e do mundo dos negócios. 

Os lideres são eficientes por aquilo que são interiormente - pelas qualidades de seu caráter. Para chegar ao nível mais elevado de liderança, é preciso desenvolver esses traços de dentro para fora. Esta eficiência começa, segundo Maxwell, em seu próprio interior: ele deve possuir visão, carisma, coragem, discernimento, iniciativa, mas também ser comprometido, prestativo, competente, generoso e seguro. Estes elementos ilustram apenas algumas qualidades que separam os líderes teóricos dos líderes eficientes e bem sucedidos no mundo real. 

Parece paradoxal falar de qualidades do caráter em meio ao mundo dos negócios, onde o individualismo impera. A sabedoria popular usa a expressão "cobra comendo cobra" para definir ambientes como estes, onde a Lei de Gerson é a lei magna, onde para a consecução de resultados vale tudo.

Ainda que pareça uma descrição utópica de um líder, o Autor defende que tais características podem ser desenvolvidas por todos aqueles que verdadeiramente lançarem-se ao desafio de melhorar a qualidade de sua liderança. Uma marca de As 21 Indispensáveis Qualidades de Um Líder é a abordagem do caráter como a chave para o sucesso. 

Uma recomendação feita por Maxwell, fruto da experiência de um amigo seu, é que este material não seja somente um livro, mas um manual, algo que venha a conviver com o leitor por algum tempo, até que cada uma das ferramentas e qualidades apresentadas sejam completamente dominadas. Ainda que sua leitura seja extremamente agradável, deve-se evitar ler este livro de uma "sentada só". Há muita coisa a ser mastigada pelo cérebro a fim de entrar na corrente sanguínea de nossas ações diárias. 

Com um trabalho editorial de qualidade, um texto coeso e bem equilibrado, uma argumentação clara, evitando os clichês, e linguagem acessível, Autor e Editora produziram um livro que, com certeza, tem lugar garantido nas estantes tanto dos iniciante da arte de liderar quanto dos que militam a muito neste campo. Recomendo e boa leitura!

sábado, 27 de abril de 2019

Livro: “Anne Frank: Uma Biografia” de Melissa Muller

A pessoa por trás do mito

Anne Frank, a jovem autora de "O diário de Anne Frank" - o mais conhecido documento sobre as atrocidades perpetradas pelos nazistas, durante a Segunda Guerra Mundial - estava na clandestinidade já há um ano e meio, quando, tentando exprimir o estado de suspensão em que se encontrava, escreveu: "O sol brilha, o céu está muito azul, sopra um vento magnífico e eu anseio tanto - anseio tanto - por tudo... Tenho saudades de conversar, de liberdade, de amigos, de estar sozinha. Tenho tanta saudade... de chorar!" (em "Anne Frank: uma biografia", p. 304).

O livro Anne Frank: uma biografia foi publicado, originalmente, em alemão, com o título de Das Mädchen Anne Frank: die Biographie. Sua autora é a jornalista austríaca Melissa Müller, que mergulhou no passado da alemã-judia Annelies Marie Frank e, após cerca de três anos de meticulosas pesquisas e um trabalho minucioso de investigação, revela, nesta marcante obra, a biografia comovente do símbolo maior de resistência aos horrores nacional-socialistas, na Segunda Grande Guerra.

Anne Frank transformou-se, com o passar dos anos, na vítima mais famosa dos assassinatos de Adolf Hitler, o chanceler do Reich alemão que, formalmente, tinha o domínio total da Alemanha; no entanto, o passado dessa adolescente e inúmeros outros segredos a respeito de sua verdadeira história, de sua prisão por homens do serviço secreto alemão e de sua morte no campo de concentração alemão de Bergen-Belsen eram praticamente desconhecidos e permaneciam um mistério.

''Anne Frank: Uma Biografia''

O que Melissa Müller faz, em seu absorvente livro publicado pela Editora Record (em 2000), é desvendar quem foi a mítica Anne Frank e como eram a personalidade e a vida - antes de se ver obrigada a viver escondida dos nazistas e depois de ser traída e capturada - desta jovem que, mesmo com pouca experiência de vida - ela morreu aos quinze anos de idade, após ter passado quase três anos confinada (primeiro, em um esconderijo e, depois, em campos de concentração) -, foi capaz de deixar escrito um emocionante testemunho de tolerância e de humanidade que a tornou uma das mais conhecidas figuras do século 20.

A autora diz, na Dedicatória, que "Este livro pertence aos sobreviventes" (p. 5). No Prefácio, escrito em Munique, em junho de 1998, ela lembra que o historiador Yehuda Bauer afirmou que "um pesquisador em história é alguém que não apenas analisa a história, mas também conta histórias verdadeiras" (p. 14). E, um mês antes de completar quinze anos, Anne Frank escreveu, no seu diário: "Enquanto toda a humanidade sem exceção não passar por uma grande metamorfose, a guerra vai grassar, tudo que é construído, criado e cultivado, será cortado e exterminado de novo, para em seguida começar outra vez!" (p. 14).

Disse Voltaire que "a história não se repete", entretanto o ser humano faz a história se repetir: desde o fim da Segunda Grande Guerra Mundial, houve, no mundo inteiro, exatamente apenas quatro dias nos quais não foi desencadeada uma guerra, em algum lugar do planeta Terra! Destarte, Müller procurou narrar a história de Anne Frank, de sua família e do seu círculo de amigos de tal forma que o maior número possível de pessoas a lesse e "com a esperança de que, se possível, muitas delas se inteirassem dos crimes inconcebíveis que o regime nazista praticou, se inteirassem dos fatos históricos e das causas sociais sobre cujo pano de fundo pôde ocorrer o massacre, tomando assim consciência de sua responsabilidade" (p. 14).

A obra em questão, após a Dedicatória e o Prefácio, está dividida em dez capítulos, depois dos quais possui um Epílogo em biografia, um Posfácio de Miep Gies (escrito em Amsterdã, em janeiro de 1998), um Agradecimento e um Anexo contendo: Quadro cronológico (de 3 de julho de 1869 a 14 agosto de 1945), Árvore genealógica (das famílias Frank e Holländer), Fontes, Bibliografia e Índice Onomástico.

O primeiro capítulo conta como se deu a prisão, pelos alemães, de Anne Frank e das outras sete pessoas (inclusive sua irmã e seus pais) que, juntamente, com ela, dividiam, há dois anos e um mês, um refúgio em uma casa nos fundos do prédio onde funcionava a firma de Otto Heinrich Frank, pai de Anne, em Amsterdã, na Holanda, cidade para a qual a família Frank havia ido, ao fugir da Alemanha.

Do capítulo 2 até o 7, é narrada a vida de Anne, desde o momento de seu nascimento, em Frankfurt am Main, na Alemanha, em 12 de junho de 1929, até o dia (6 de julho de 1942) em que, com a sua família, teve de ir esconder-se nos "aposentos que estavam vazios no anexo atrás do escritório" (p. 187) da empresa de Otto Frank.

Menos de um mês antes, quando completara treze anos, Anne recebera de presente de seu pai um "pequeno livro, quase quadrado, encadernado num tecido de linho bruto, enxadrezado em vermelho e delicado verde-claro. Na quarta capa, uma peça curva de tecido com uma estreita tranca de metal que se encaixava na parte da frente como um botão de pressão num pequeno fecho... " (p. 167). Na verdade, era um álbum de poesias, todavia como que confeccionado para ser um diário íntimo, e, para aquela menina-moça que gostava tanto de escrever, tornou-se um bom amigo, com quem ela pôde compartilhar suas intimidades - e também algumas futilidades - e conservar seus pensamentos, seus ideais e suas fantasias.

O capítulo 8 mostra como era o dia-a-dia dos oito clandestinos, no esconderijo da "casa dos fundos", e o 9 lembra os últimos sete meses de vida de Anne Frank, primeiramente no campo de passagem de Westerbork, na Holanda, depois no campo da morte de Auschwitz-Birkenau, na Alemanha, e por fim no campo de Bergen-Belsen local onde, "em algum momento entre o fim de fevereiro e meados de março de 1945" (p. 303), o corpo enfraquecido de Anne, atingido por uma epidemia de tifo, capitulou.

O décimo e último capítulo fala dos anseios de Anne, que queria "ter diversão e rir até dar dor na barriga... andar de bicicleta, dançar, namorar e sei-mais-lá-o-quê" e tinha "uma necessidade terrível de ficar sozinha" (p. 305); que, embora quisesse casar e ter filhos, "pretendia levar uma vida diferente de outras meninas e, mais tarde, uma vida diferente das donas-de-casa normais" e que registrou: "Oh, sim, não quero ter vivido para nada como a maioria dos homens. Quero ser de utilidade e alegria para as pessoas que vivem à minha volta e que não me conhecem... E por isso sou tão grata a Deus porque me concedeu já no nascimento uma possibilidade de me desenvolver e de escrever..."" (p. 307).

No Epílogo em biografia, Müller revela a vida dos parentes e amigos de Anne Frank, desde o dia em que ela se refugiou na "casa dos fundos" até o ano de 1998. No Posfácio de Miep Gies, a antiga primeira assistente de escritório de Otto Frank que pôde salvar o diário de Anne diz que este "dá esperança a milhões de pessoas no mundo inteiro e faz um apelo para mais compreensão e respeito" e que "Anne continua realmente a viver através de seu diário. Ela responde pela vitória do espírito sobre o mal e a morte." (p. 348).

E no Agradecimento, a autora Melissa Muller registra sua gratidão às várias testemunhas da época - que nunca haviam sido consultadas -, parentes e amigos da família Frank que lhe concederam permissão para olhar cartas, fotografias e outros documentos inéditos, "em parte bastante privados e que nunca antes tinham sido tornados acessíveis ao público" (p. 349).

"Anne Frank: uma biografia" é uma obra bem apresentada, em uma forma precisa e clara. Há um Sumário; um pouco após a primeira metade da obra, várias fotos em preto e branco de Anne Frank, seus parentes e amigos, bem como de outros documentos; e, na capa, uma bonita fotografia de Anne. Vale a pena ser lido!

quinta-feira, 25 de abril de 2019

Livro: “Pai Rico, Pai Pobre” de Robert Kiyosaki e Sharon Lechter

Ganhar dinheiro sempre foi a ambição de milhões de pessoas em todo o mundo. Por que será que alguns conseguem tanto e outros vivem tentando e nunca chegam lá? Isso sem considerar os miseráveis, ou seja, aqueles que nunca deixarão a condição de necessitados.

Para responder a estas perguntas um imenso volume de livros foi produzido em todos os tempos dentro das mais diversas vertentes: o rico que rouba do pobre; o capitalismo imperialista que oprime os países pobres para que os países do Primeiro Mundo sejam ricos; a luta de classes, tese marxista, que define os rumos da história a partir do fator econômico; oportunidades diferentes e outras considerações que têm lógica e razão.

“Pai Rico, Pai Pobre” de Robert Kiyosaki e Sharon Lechter

Pai rico, pai pobre é um livro que conhece tudo isso e, portanto, abandona todas as justificativas para ensinar o segredo dos ricos. Os autores, pessoas de sucesso que têm em suas contas alguns milhões de dólares, não estão preocupados com nenhuma doutrina sobre o capital; eles se dispõem a contar o que fizeram e como entendem o funcionamento do mundo, lugar de atuação de ricos e pobres, mostrando como os ricos inventam o dinheiro.

Os ricos têm as regras do jogo do dinheiro? Sim. Mas as regras não foram dadas, ofertadas, foram produzidas por comportamentos que atravessam histórias, filosofias de vida de famílias, mentalidade de culturas, currículos de escolas, sem excluir os que já têm e os que querem ter. É bom lembrar que nem todos os ricos nasceram ricos e nem ganharam suas fortunas de presente. Muitos vieram de profunda e difícil pobreza.

Partindo de uma experiência de vida, um dos autores teve um pai intelectual, professor universitário, que nunca conseguiu organizar a vida financeira e nem guardar dinheiro e a ajuda de um homem sem estudos, que não gostava de escola, mas era dono de uma grande fortuna, exercia influência na sociedade e sabia os caminhos do dinheiro, a história do texto ganha ares muito simples e atraentes.

Os ricos compram ativos, ou seja, aquilo que vai gerar dinheiro, renda, livrando a pessoa da escravidão do trabalho; os pobres compram dívidas; a classe média compra passivos pensando que está comprando ativos. Tudo depende de uma inteligência financeira, verdadeira alfabetização para aprender a ler os números. Os ricos aprendem isso e inventam o dinheiro.

Leitura sedutora, advertência deve ser feita aqueles que gostam de "teorias": o livro não é técnico; é relato de uma filosofia de vida capaz de livrar os alfabetizados financeiramente a sair da corrida dos ratos. Como é isso? A resposta está no livro. Vale a pena!

terça-feira, 2 de abril de 2019

Livro: “A Sutil Arte de Ligar o F*da-Se” de Mark Manson

Mais um livro para compartilhar aqui no blog, dessa vez ''A Sutil Arte de Ligar o Foda-se'' do autor Mark Manson que ficou muito famoso no Brasil por conta do seu estilo anti autoajuda e pelos conselhos nada convencionais do autor. A verdade nua e crua pode parecer ruim, mas fará um bem enorme. O livro ajuda a pensar de uma forma diferente, através de uma outra perspectiva. 

Capa do livro ''A Sutil Arte de Ligar o F*da-se''

Coaching, autoajuda, desenvolvimento pessoal, mentalização positiva — sem querer desprezar nada disso, a grande verdade é que às vezes nos sentimos quase sufocados diante da pressão infinita por parecermos otimistas o tempo todo. É um pecado social se deixar abater quando as coisas não vão bem. Ninguém pode fracassar simplesmente, sem aprender nada com isso. Não dá mais. É insuportável. E é aí que entra a revolucionária e sutil arte de ligar o f*da-se.

O autor Mark Manson usa toda a sua sagacidade de escritor e seu olhar crítico para propor um novo caminho rumo a uma vida melhor, mais coerente com a realidade e consciente dos nossos limites. Como um verdadeiro amigo, Mark se senta ao seu lado e conta umas piadas aqui, dá uns exemplos inusitados ali, joga umas verdades na sua cara e pronto, você já se sente muito mais alerta e capaz de enfrentar esse mundo cão.

Para os céticos e os descrentes, mas também para os amantes do gênero, enfim uma abordagem franca e inteligente que vai ajudar você a descobrir o que é realmente importante na sua vida, e f*da-se o resto.

Não devemos procura a resposta ‘certa’, e sim tentar eliminar nossos erros de hoje para estarmos um pouco menos errados amanhã.

Livros de auto-ajuda as vezes são bons e as vezes são um saco. Eu me interessei por essa leitura depois que minha amiga Irailde Abreu recomendou. Lendo a obra entendi que autor defende que muitos dos parâmetros de sucesso existentes na nossa sociedade são falsos e superficiais – pra não dizer inalcançáveis (alguns). São para esses valores que nós devemos ligar o foda-se, pra que possamos dedicar nosso tempo e energia para as questões que são importantes de verdade.

 O que Mark Manson quer dizer é: pare de sofrer pelas coisas que não estão ao seu alcance, busque a simplicidade e valorize o que você tem e quem você é. Não é uma ideia original, mas funciona no livro.

O segredo para uma vida melhor não é precisar de mais coisas, é se importar com menos, e apenas com o que é verdadeiro, imediato e importante.

Manson usa uma linguagem bem jovial, cheia de piadas, gírias e palavrões, tornando o texto leve e bem humorado, mesmo nos momentos mais sérios. Pra exemplificar suas teorias, o autor usa personagens reais como o escritor Charles Bukowski e Pete Best, o primeiro baterista dos Beatles.

Como todo livro do gênero, A sutil arte de ligar o f*da-se busca expor fórmulas generalizantes que permitem o desenvolvimento pessoal do leitor, embora se destaque pelo bom humor e por certa rebeldia. Continuo acreditando que essas fórmulas não são 100% eficazes, uma vez que as pessoas são muito diferentes umas das outras.

Mas, pela primeira vez, me identifiquei com um livro de autoajuda e me diverti bastante durante a leitura. Gostei e recomendo!

sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Livro: “Harry Potter e a Pedra Filosofal” de J.K. Rowling

Tudo começa mais ou menos ao estilo Cinderela: Harry Potter é um órfão que vive com os tios que o detestam e um primo malvado. Tudo que sabe dos pais é que morreram num acidente de carro quando ele era um bebê. As coisas mudam quando uma carta misteriosa chega dizendo que ele deve ir para a escola de bruxaria de Hogwarts. Só então o garoto descobre que seus pais eram bruxos e que morreram numa batalha contra Voldemort, um mago do mal. Mas nem por isso Harry fica convencido. Harry Potter e a Pedra Filosofal (primeiro volume) é onde tudo se tem inicio. Então vamos lá saber mais sobre.

Harry Potter e a Pedra Filosofal (primeiro volume)

Tudo ia bem na vida do garoto Harry Potter, até o dia em que um monte de corujas invade a casa de seus tios, os Dursley. Elas despejam centenas de cartas convocando-o para se inscrever na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, um lugar onde as matérias têm nomes como "História da Magia" e as pessoas nas fotos nunca ficam paradas. Só então Harry fica sabendo que, na verdade, sua cicatriz tinha sido causada pelo ataque de um bruxo extremamente mau e poderoso, cujo nome as pessoas nem se atrevem a repetir (mas que eu já falei no inicio do post, rsrs), e que ele é uma espécie de lenda entre a comunidade dos bruxos, por ter sobrevivido.

A Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts é um internato. Várias editoras rejeitaram o livro justamente por isso. Criado e mantido por magia, ele é uma das partes mais interessantes da história, com salas que se movem, portas falsas, torres e passagens secretas.

Hogwarts foi fundada por quatro grandes magos há mais de mil anos. A escola é dividida em quatro “casas” em homenagem a eles: Godrico Gryffindor (Grifinória), Helga Hufflepuff (Lufa-Lufa), Rowena Ravenclaw (Corvinal) e Salazar Slytherin (Sonserina). O Brasão de Hogwarts mostra os símbolos das casas: a serpente de Sonserina, o leão de Grifinória, o texugo de Lufa-Lufa e a Águia de Corvinal.

Um chapéu mágico decide quais alunos irão para cada casa. Uma vez parte de uma casa, tudo que o aluno faz conta ou tira pontos para ela. Ao final do ano, a vencedora ganha o campeonato das casas.

As casas também têm seu fantasma residente. O de Grifinória, a casa de Harry, é Nick-quase-sem-cabeça, o que lembra muito o fantasma do castelo de Eilean Donan. O Barão Sangrento é o fantasma da Sonserina, Lufa-lufa tem o Frei Gorducho e Corvinal tem a Dama Cinzenta.

O atual diretor de Hogwarts é o Professor Alvo Dumbledore, e a Professora Minerva McGonagal é a vice-diretora.

Juntos, Harry e os leitores descobrem que os bruxos têm um mundo todo seu, oculto das pessoas não mágicas, que eles chamam de trouxas. Há livrarias (Floreios e Borrões), banco (Gringotes), bares (Caldeirão Furado), lojas de varinhas mágicas (Olivaras) e até uma cadeia (Askaban).

Harry tenta levar uma vida normal e anônima na escola, ao lado dos amigos Ron Weasley e Hermione Granger, estudando bastante para acertar nos feitiços e treinando muito para os jogos de quadribol ­ o esporte preferido dos bruxos, onde os jogadores usam suas vassouras para correr atrás de bolas voadoras e marcar pontos.

O livro assim como os filmes já foi alvo de protestos por conter atividades anti-cristãs, como vêm dizendo alguns grupos do gênero. Mas em nenhum momento, aliás, os livros dizem que a bruxaria é uma religião. Os personagens são capazes ou não de magia, independe de seu nascimento e seus poderes devem ser usados com cuidado. Há inclusive um Ministério da Magia, encarregado de verificar que os bruxos não façam mágicas que possam chamar a atenção da comunidade ''trouxa''. O resto da história? Vocês já conhecem!

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Livro: “Caixa de Pássaros” de Josh Malerman

Eletrizante, bizarro, tenso e envolvente. É assim que começo o post falando do livro ''Caixa de Pássaros'' romance apocalíptico do estreante Josh Malerman. Depois da recomendação de meu primo Marcos, comecei a ler e não parei mais. Foi publicado originalmente em 2014 nos Estados Unidos. Em 2015 chega ao Brasil, pela Editora Intrínseca.

Bird Box

A leitura do livro leva ao medo, mas um medo psicológico. Basta uma olhar para desencadear um impulso violento e incontrolável que acabará em suicídio. Ninguém é imune e ninguém sabe o que provoca essa reação nas pessoas. Cinco anos depois do surto ter começado, restaram poucos sobreviventes, entre eles Malorie e dois filhos pequenos. Ela sonha em fugir para um local onde a família possa ficar em segurança, mas a viagem que tem pela frente é assustadora: uma decisão errada e eles morrerão.

Durante a leitura dos capítulos podemos perceber que presenciamos alternadamente passado e presente, dessa forma descobrimos o que fez com que o mundo enlouquecesse de tal maneira.

Tudo que se sabe é que as pessoas viam algo, enlouqueciam, matavam as pessoas ao seu redor e por fim suicidavam-se. Mas ninguém sabe o que é o ''a coisa'' ou se é apenas o fato de olhar que desencadeia essas ações. A única certeza da nossa protagonista, a Malorie, é que ela não vai desistir tão fácil.

Um dos meus personagens favoritos, além de Malorie, foi o Tom, que a ajudou e tinha um espírito de liderança, sempre disposto a ajudar, até quem batesse a porta da casa que eles se refugiaram. Percebemos um clima de afeto de Tom para Malorie e vice-versa. Ele poderia ser melhor aproveitado no final do livro.

Enfim, depois de terminar de ler comecei a refletir um pouco sobre toda a história e vi que faltaram alguns pontos a serem explicados melhor. Talvez a intenção do autor foi justamente essa, mas, para mim enquanto leitor ficaram faltando algumas explicações e desfechos. Enfim, o livro tem uma história muito fluida e que nos deixa super curiosos. Alguns momentos foram bastante tensos, na riqueza de detalhes de algumas situações. Recomendo a leitura a todos e muito quem gosta do gênero.

Ah e como uma boa história é, a Netflix já está preparando sua adaptação. Sandra Bullock foi escalada para interpretar Malorie. E tem até John Malkovich no elenco, analisando o perfil dele como ator, bem capaz de interpretar o Gary (outro personagem do livro, que faz a principio a gente ter pena e logo depois odiar). Bem, pelo que andei lendo será em dezembro o lançamento. Então vamos aguardar.


''Sempre supus que o fim viria da nossa própria estupidez''.

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Livro: “Deixados Para Trás” de Tim LaHaye & Jerry B. Jenkins

Imagine se, de uma hora para outra, milhares de pessoas simplesmente desaparecessem! Puff! Do nada, as pessoas sumiriam e em seus lugares, apenas suas roupas e acessórios restassem.

Abdução alienígena, fenômeno cósmico ou arrebatamento divino? É desse último que trata Deixados Para Trás, o primeiro livro de uma série, dos americanos Tim LaHaye e Jerry B. Jenkins. Chamada de uma coleção ‘cristã’, a série de livros e, mais especificamente esse primeiro, que terminei de ler,  cujo subtítulo é Uma Ficção dos Últimos Dias, trata das profecias do livro bíblico de Apocalipse e do que aconteceria com o mundo se tudo que ali está escrito acontecesse ao pé da letra.

Livro: “Deixados Para Trás” de Tim LaHaye & Jerry B. Jenkins

Surreal, no mínimo! -alguns poderão dizer. Isso realmente vai acontecer! -dirão outros. O que interessa é que se trata de uma ficção que toma por base uma parte da Bíblia que é, por si só, cheia de mistérios e que tem inúmeras interpretações que variam de religião para religião.

Mas, deixando para trás (sem trocadilho) a fonte e analisando a obra apenas como ficção, posso garantir que é gostoso de ler, pois a gente quer ver até onde tudo isso vai. Para quem cresceu em um lar cristão, já conhece bem o livro de Apocalipse. Mas esse livro de LaHaye e Jenkins, inicialmente traz uma forma dramática tudo que irá ocorrer.

A história desse primeiro volume é focada em dois personagens específicos: Rayford Steele, um piloto de aviões, que perde sua esposa e filho no fenômeno de arrebatamento e que tenta, a todo custo, convencer-se e à sua filha, de que aceitar a Deus e se tornar um cristão verdadeiro é vital; e em Cameron Williams (mais conhecido como Buck), um repórter que é levado a investigar o estranho fenômeno e tudo que se desenrola a partir dele. No meio disso tudo, a aparição do anticristo. Claro, que no decorrer da história, todas as pontas se juntam e você é levado a devorar aquelas páginas ansioso para saber o que está por vir.

É literatura do tipo que eu chamo de ‘pipoca’. É um misto de aventura e medo ao mesmo tempo. Mas, dependendo de suas crenças religiosas, você também poderá ler a obra com outros olhos e tirar suas próprias conclusões.

Não posso esquecer de mencionar aqui que já assisti os filmes baseados nessa obra. O primeiro vi quando ainda era criança, foi ''Deixados Para Trás'' lançado em 2000 com Kirk Cameron no papel de Buck. E mais recente em 2014 ''O Apocalipse'' com Nicolas Cage no papel do piloto (que já comentei aqui no blog).

Só sei que eu, já tô ansioso para ler a continuação e já estou providenciando para que isso aconteça logo logo. Bem, é isso, até mais!

sábado, 1 de setembro de 2018

10 Livros Que Você Precisa Ler

Quantos livros você lê por ano? Será que você está na média do brasileiro? A resposta é: cerca de dois livros por ano. Pode parecer pouco, mas ler dois livros por ano já é um hábito de leitura muito mais evoluído do que 50% da população brasileira.

Bom, chega uma hora que precisamos deixar as séries de TV, redes sociais de lado e focar em ler uma boa história. Se você está procurando novos livros para ler e completar a estante, essa lista pode ajudar.

10 Livros Que Você Precisa Ler

1. 1984 – George Orwell

Winston, herói de 1984, último romance de George Orwell, vive aprisionado na engrenagem totalitária de uma sociedade completamente dominada pelo Estado, onde tudo é feito coletivamente, mas cada qual vive sozinho. Ninguém escapa à vigilância do Grande Irmão, a mais famosa personificação literária de um poder cínico e cruel ao infinito, além de vazio de sentido histórico.

A obra magistral de George Orwell ainda se impõe como uma poderosa reflexão ficcional sobre os excessos delirantes, mas perfeitamente possíveis, de qualquer forma de poder incontestado, seja onde for.


2. Orgulho e Preconceito – Jane Austen

Jane Austen inicia “Orgulho e Preconceito” com uma das mais célebres frases da literatura inglesa: “É uma verdade universalmente reconhecida que um homem solteiro e muito rico deve precisar de uma esposa”.

O livro é o mais famoso da escritora — traz uma série de personagens inesquecíveis e um enredo memorável. Austen nos apresenta Elizabeth Bennet como heroína irresistível e seu pretendente aristocrático, o sr. Darcy.

O enredo aborda múltiplos aspectos: o orgulho encontra o preconceito e a ascendência social; equívocos e julgamentos antecipados conduzem alguns personagens ao sofrimento e ao escândalo. Porém, muitos desses conflitos conduzem os personagens ao autoconhecimento e ao amor.

O livro pode ser considerado a obra-prima da escritora que, com sua refinada ironia, equilibra comédia e seriedade a uma observação meticulosa das atitudes humanas.


3. O Diário de Anne Frank – Anne Frank

12 de junho de 1942 – 1º de agosto de 1944. Ao longo deste período, a jovem Anne Frank escreveu em seu diário toda a tensão que a família Frank sofreu durante a Segunda Guerra Mundial. Ao fim de longos dias de silêncio e medo aterrorizante.

Eles foram descobertos pelos nazistas e deportados para campos de concentração. Anne inicialmente foi para Auschwitz. E mais tarde para Bergen – Belsen. A força da narrativa de Anne, com impressionantes relatos das atrocidades e horrores cometidos contra os judeus, faz deste livro um precioso documento.

Seu diário já foi traduzido para 67 línguas e é um dos livros mais lidos do mundo. Ele destaca sentimentos, aflições e pequenas alegrias de uma vida incomum, problemas da transformação da menina em mulher, o despertar do amor, a fé inabalável na religião e, principalmente, revela a rara nobreza de um espírito amadurecido no sofrimento.

Um retrato da menina por trás do mito.


4. O Grande Gatsby – F. Scott Fitzgerald

Obra-prima de F. Scott Fitzgerald, este clássico do século XX retrata a alta sociedade de Nova York na década de 1920, com sua riqueza sem precedentes, festas nababescas e o encanto das melindrosas ao som do jazz.

O sol em ascensão desse universo cintilante e musical é o enigmático milionário Jay Gatsby, ao redor do qual orbitam três casais glamorosos e desencontrados, numa trama densa, repleta de intrigas, paixões e conflitos que precipitam o trágico eclipse.

Recriação soberba de um dos períodos mais prósperos da história dos Estados Unidos, O grande Gatsby é uma crítica mordaz à insensibilidade e imoralidade revestidas de ouro da chamada Era do Jazz, e um dos melhores romances — talvez o melhor — já escritos nesse país.


5. O Conto da Aia – Margaret Atwood

Escrito em 1985, o romance distópico O conto da aia, da canadense Margaret Atwood, tornou-se um dos livros mais comentados em todo o mundo nos últimos meses, voltando a ocupar posição de destaque nas listas do mais vendidos em diversos países.

Além de ter inspirado a série homônima (The Handmaid’s Tale, no original) produzida pelo canal de streaming Hulu, o a ficção futurista de Atwood, ambientada num Estado teocrático e totalitário em que as mulheres são vítimas preferenciais de opressão, tornando-se propriedade do governo, e o fundamentalismo se fortalece como força política, ganhou status de oráculo dos EUA da era Trump.


6. A Casa no Cantinho do Puff – A. A. Milne

The House at Pooh Corner (A Casa no Cantinho do Puff) é um livro do Ursinho Puff escrito por Alan Alexander Milne. É a sequência de Winnie-the-Pooh e ficou famoso por introduzir o personagem Tigrão.

Alguns capítulos do livro foram adaptados juntamente ao livro anterior no famoso filme The Many Adventures of Winnie the Pooh da Disney. O final do livro, no qual Cristóvão está indo para um colégio interno e se despede de Puff, foi adaptado pela Disney no final do filme Pooh’s Grand Adventure: The Search for Christopher Robin.


7. O Sol É Para Todos – Harper Lee

Um livro emblemático sobre racismo e injustiça: a história de um advogado que defende um homem negro acusado de estuprar uma mulher branca nos Estados Unidos dos anos 1930 e enfrenta represálias da comunidade racista.

O livro é narrado pela sensível Scout, filha do advogado. Uma história atemporal sobre tolerância, perda da inocência e conceito de justiça.


8. Muito Longe de Casa – Ishmael Beah

Este clássico contemporâneo faz um retrato espantoso da guerra civil do ponto de vista de um menino-soldado. As crianças se tornaram presença constante nas guerras de nossos dias. Nos mais de cinquenta conflitos em curso na atualidade, estima-se que haja cerca de 300 mil crianças envolvidas diretamente. Ishmael Beah era uma delas.

Como é a experiência da guerra aos olhos de uma criança? Como elas se tornam assassinas? Como abandonam o crime? As crianças do campo de batalha já foram objeto de reportagens e romances. Mas até este livro, ainda não existia um relato em primeira pessoa de alguém que enfrentou esse inferno e sobreviveu.

Em “Muito Longe de Casa”, Beah conta uma história pungente: aos doze anos de idade, fugiu do ataque de rebeldes e vagou por uma terra arrasada pela violência. Aos treze, foi recrutado pelo Exército do governo de Serra Leoa e descobriu que era capaz de atrocidades inimagináveis.

Este é um relato raro e hipnotizante, contado com força literária e uma honestidade de cortar o coração.


9. Tudo Depende de Como Você Vê As Coisas – Norton Juster

Só porque não via graça em coisa nenhuma, Milo acaba fazendo uma viagem durante a qual não passa por nenhum lugar-comum. Ele conhece, por exemplo, uma cidade cuja economia se baseia na produção e no comércio de palavras. Conhece a Doce Rima e a Razão Pura. Cruza com personagens um tanto desagradáveis: a Dúvida Atroz, a Desculpa Esfarrapada…

Tem contato com uma figurinha cuja família é especializada em pontos de vista: “Meu pai prevê as coisas, minha mãe revê as coisas, meu irmão entrevê as coisas, meu tio vê o outro lado de todas as coisas e minha irmã Alice vê o que existe por debaixo das coisas”.
Nessa história em que o arquiteto Norton Juster usa jogos de palavra para mudar as idéias de lugar, Milo, o garoto entediado, não tem como não ver as coisas de outra maneira.


10. A Coragem de Ser Imperfeito – Brené Brown

Viver é experimentar incertezas, riscos e se expor emocionalmente. Mas isso não precisa ser ruim. Como mostra Brené Brown, a vulnerabilidade não é uma medida de fraqueza, mas a melhor definição de coragem.

Quando fugimos de emoções como medo, mágoa e decepção, também nos fechamos para o amor, a aceitação e a criatividade. Por isso, as pessoas que se defendem a todo custo do erro e do fracasso acabam se frustrando e se distanciando das experiências marcantes que dão significado à vida.

Por outro lado, as que se expõem e se abrem para coisas novas são mais autênticas e realizadas, ainda que se tornem alvo de críticas e de inveja. É preciso lidar com os dois lados da moeda para se ter uma vida plena.

Em sua pesquisa pioneira sobre vulnerabilidade, Brené Brown concluiu que fazemos uso de um verdadeiro arsenal contra a vergonha de nos expor e a sensação de não sermos bons o bastante, e que existem estratégias eficazes para serem usadas nesse “desarmamento”.

Neste livro, ela apresenta suas descobertas e estratégias bem-sucedidas, toca em feridas delicadas e provoca grandes insights, desafiando-nos a mudar a maneira como vivemos e nos relacionamos.



Garanto que a leitura dessas obras irá ser bem produtivo. A lista está bem limitada. Então que tal incluir mais obras que você sabe que vale a pena a leitura? Mandem suas sugestões aí nos comentários.