Quantos livros você lê por ano? Será que você está na média do brasileiro? A resposta é: cerca de dois livros por ano. Pode parecer pouco, mas ler dois livros por ano já é um hábito de leitura muito mais evoluído do que 50% da população brasileira.
Bom, chega uma hora que precisamos deixar as séries de TV, redes sociais de lado e focar em ler uma boa história. Se você está procurando novos livros para ler e completar a estante, essa lista pode ajudar.
A obra magistral de George Orwell ainda se impõe como uma poderosa reflexão ficcional sobre os excessos delirantes, mas perfeitamente possíveis, de qualquer forma de poder incontestado, seja onde for.
O livro é o mais famoso da escritora — traz uma série de personagens inesquecíveis e um enredo memorável. Austen nos apresenta Elizabeth Bennet como heroína irresistível e seu pretendente aristocrático, o sr. Darcy.
O enredo aborda múltiplos aspectos: o orgulho encontra o preconceito e a ascendência social; equívocos e julgamentos antecipados conduzem alguns personagens ao sofrimento e ao escândalo. Porém, muitos desses conflitos conduzem os personagens ao autoconhecimento e ao amor.
O livro pode ser considerado a obra-prima da escritora que, com sua refinada ironia, equilibra comédia e seriedade a uma observação meticulosa das atitudes humanas.
12 de junho de 1942 – 1º de agosto de 1944. Ao longo deste período, a jovem Anne Frank escreveu em seu diário toda a tensão que a família Frank sofreu durante a Segunda Guerra Mundial. Ao fim de longos dias de silêncio e medo aterrorizante.
Eles foram descobertos pelos nazistas e deportados para campos de concentração. Anne inicialmente foi para Auschwitz. E mais tarde para Bergen – Belsen. A força da narrativa de Anne, com impressionantes relatos das atrocidades e horrores cometidos contra os judeus, faz deste livro um precioso documento.
Seu diário já foi traduzido para 67 línguas e é um dos livros mais lidos do mundo. Ele destaca sentimentos, aflições e pequenas alegrias de uma vida incomum, problemas da transformação da menina em mulher, o despertar do amor, a fé inabalável na religião e, principalmente, revela a rara nobreza de um espírito amadurecido no sofrimento.
Um retrato da menina por trás do mito.
4. O Grande Gatsby – F. Scott Fitzgerald
Obra-prima de F. Scott Fitzgerald, este clássico do século XX retrata a alta sociedade de Nova York na década de 1920, com sua riqueza sem precedentes, festas nababescas e o encanto das melindrosas ao som do jazz.
O sol em ascensão desse universo cintilante e musical é o enigmático milionário Jay Gatsby, ao redor do qual orbitam três casais glamorosos e desencontrados, numa trama densa, repleta de intrigas, paixões e conflitos que precipitam o trágico eclipse.
Recriação soberba de um dos períodos mais prósperos da história dos Estados Unidos, O grande Gatsby é uma crítica mordaz à insensibilidade e imoralidade revestidas de ouro da chamada Era do Jazz, e um dos melhores romances — talvez o melhor — já escritos nesse país.
5. O Conto da Aia – Margaret Atwood
Escrito em 1985, o romance distópico O conto da aia, da canadense Margaret Atwood, tornou-se um dos livros mais comentados em todo o mundo nos últimos meses, voltando a ocupar posição de destaque nas listas do mais vendidos em diversos países.
Além de ter inspirado a série homônima (The Handmaid’s Tale, no original) produzida pelo canal de streaming Hulu, o a ficção futurista de Atwood, ambientada num Estado teocrático e totalitário em que as mulheres são vítimas preferenciais de opressão, tornando-se propriedade do governo, e o fundamentalismo se fortalece como força política, ganhou status de oráculo dos EUA da era Trump.
6. A Casa no Cantinho do Puff – A. A. Milne
The House at Pooh Corner (A Casa no Cantinho do Puff) é um livro do Ursinho Puff escrito por Alan Alexander Milne. É a sequência de Winnie-the-Pooh e ficou famoso por introduzir o personagem Tigrão.
Alguns capítulos do livro foram adaptados juntamente ao livro anterior no famoso filme The Many Adventures of Winnie the Pooh da Disney. O final do livro, no qual Cristóvão está indo para um colégio interno e se despede de Puff, foi adaptado pela Disney no final do filme Pooh’s Grand Adventure: The Search for Christopher Robin.
7. O Sol É Para Todos – Harper Lee
Um livro emblemático sobre racismo e injustiça: a história de um advogado que defende um homem negro acusado de estuprar uma mulher branca nos Estados Unidos dos anos 1930 e enfrenta represálias da comunidade racista.
O livro é narrado pela sensível Scout, filha do advogado. Uma história atemporal sobre tolerância, perda da inocência e conceito de justiça.
8. Muito Longe de Casa – Ishmael Beah
Este clássico contemporâneo faz um retrato espantoso da guerra civil do ponto de vista de um menino-soldado. As crianças se tornaram presença constante nas guerras de nossos dias. Nos mais de cinquenta conflitos em curso na atualidade, estima-se que haja cerca de 300 mil crianças envolvidas diretamente. Ishmael Beah era uma delas.
Como é a experiência da guerra aos olhos de uma criança? Como elas se tornam assassinas? Como abandonam o crime? As crianças do campo de batalha já foram objeto de reportagens e romances. Mas até este livro, ainda não existia um relato em primeira pessoa de alguém que enfrentou esse inferno e sobreviveu.
Em “Muito Longe de Casa”, Beah conta uma história pungente: aos doze anos de idade, fugiu do ataque de rebeldes e vagou por uma terra arrasada pela violência. Aos treze, foi recrutado pelo Exército do governo de Serra Leoa e descobriu que era capaz de atrocidades inimagináveis.
Este é um relato raro e hipnotizante, contado com força literária e uma honestidade de cortar o coração.
9. Tudo Depende de Como Você Vê As Coisas – Norton Juster
Só porque não via graça em coisa nenhuma, Milo acaba fazendo uma viagem durante a qual não passa por nenhum lugar-comum. Ele conhece, por exemplo, uma cidade cuja economia se baseia na produção e no comércio de palavras. Conhece a Doce Rima e a Razão Pura. Cruza com personagens um tanto desagradáveis: a Dúvida Atroz, a Desculpa Esfarrapada…
Tem contato com uma figurinha cuja família é especializada em pontos de vista: “Meu pai prevê as coisas, minha mãe revê as coisas, meu irmão entrevê as coisas, meu tio vê o outro lado de todas as coisas e minha irmã Alice vê o que existe por debaixo das coisas”.
Nessa história em que o arquiteto Norton Juster usa jogos de palavra para mudar as idéias de lugar, Milo, o garoto entediado, não tem como não ver as coisas de outra maneira.
10. A Coragem de Ser Imperfeito – Brené Brown
Viver é experimentar incertezas, riscos e se expor emocionalmente. Mas isso não precisa ser ruim. Como mostra Brené Brown, a vulnerabilidade não é uma medida de fraqueza, mas a melhor definição de coragem.
Quando fugimos de emoções como medo, mágoa e decepção, também nos fechamos para o amor, a aceitação e a criatividade. Por isso, as pessoas que se defendem a todo custo do erro e do fracasso acabam se frustrando e se distanciando das experiências marcantes que dão significado à vida.
Por outro lado, as que se expõem e se abrem para coisas novas são mais autênticas e realizadas, ainda que se tornem alvo de críticas e de inveja. É preciso lidar com os dois lados da moeda para se ter uma vida plena.
Em sua pesquisa pioneira sobre vulnerabilidade, Brené Brown concluiu que fazemos uso de um verdadeiro arsenal contra a vergonha de nos expor e a sensação de não sermos bons o bastante, e que existem estratégias eficazes para serem usadas nesse “desarmamento”.
Neste livro, ela apresenta suas descobertas e estratégias bem-sucedidas, toca em feridas delicadas e provoca grandes insights, desafiando-nos a mudar a maneira como vivemos e nos relacionamos.
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Garanto que a leitura dessas obras irá ser bem produtivo. A lista está bem limitada. Então que tal incluir mais obras que você sabe que vale a pena a leitura? Mandem suas sugestões aí nos comentários.