Quem salva uma vida, salva o mundo inteiro.

Baseado em uma história real do alemão Oskar Schindler, que viu na mão-de-obra judia uma solução barata e viável para lucrar com negócios durante a guerra. Com sua forte influência dentro do partido nazista, foi fácil conseguir as autorizações e abrir uma fábrica. O que poderia parecer uma atitude de um homem não muito bondoso transformou-se em um dos maiores casos de amor à vida da História, quando este alemão abdicou de toda sua fortuna para salvar a vida de mais de mil judeus, em plena luta contra o extermínio alemão.

 A Lista de Schindler (Schindler's List, 1993)

O filme inicia com uma oração do Shabat. Uma vela se apaga e sua fumaça sobe, cortando para a fumaça do trem. Nesse caso, temos a representação da morte.

Lançado em 1993 com direção de Steven Spielberg, o filme traz a história do alemão Oskar Schindler (interpretado por Liam Neeson), um afiliado ao Partido Nazista que chega à cidade de Cracóvia para abrir uma fábrica de panelas para o exército. Em seu negócio, Schindler começa a utilizar mão de obra escrava dos judeus pois, sem precisar gastar com os salários dos operários, ele espera conseguir lucrar muito com as vendas.

Entretanto, com o passar do tempo, Schindler se comove com a tristeza daquele povo e passa a utilizar a fábrica como um meio de salvá-los de serem enviados para os campos de concentração de Auschwitz, onde seriam incinerados. Sendo assim, transforma a fábrica em uma indústria de armamento para as tropas nazistas, o que justifica a permanência dos trabalhadores nela.

Itzhak Stern (interpretado por Ben Kingsley) é um judeu que começa a colaborar com Schindler na administração da fábrica, que também acaba ajudando a falsificar documentos para retirar do caminho dos campos de concentração muitas pessoas, alegando serem "essenciais para o trabalho".

É nesse contexto que somos apresentados a Amon Göth (interpretado por Ralph Fiennes), o Tenente da SS que é enviado a Cracóvia para supervisionar a construção de um Campo de Concentração - o qual retira todos do Gueto e os leva para lá. Oskar Schindler faz uma "amizade" com Göth, subornando-o sempre que necessário para conseguir privilégios em relação a seus trabalhadores. Ele inclusive suborna Amon para que este lhe dê permissão de construir um campo de concentração dentro de sua fábrica, para que os judeus não precisem ficar no "vai e vem" todo dia. Amon Göth era o mal em figura de gente. 

 A Lista de Schindler (Schindler's List, 1993)
Há cenas extremamente fortes, mas necessárias ao contexto e aos olhos de cada um que assista ao filme. A crueldade expressa no longa traz à tona tudo o que a humanidade um dia pode esquecer. É interessante notar a evolução de Schindler, inicialmente pensando somente em lucrar e depois, quando se vê inserido no contexto nazista, o filme mostra perfeitamente suas ações tomadas inteiramente no coração. Diversas frases e cenas marcam este filme, que provavelmente viverá para sempre, como um verdadeiro “livro de história”.

Esse filme, de mais de três horas de duração, levanta também um questionamento: até onde a maldade humana pode chegar? Ele não corta as cenas quando alguém toma um tiro. Ele mostra as coisas como são, nuas e cruas, sem censura alguma. Aliás, é isso mesmo que tenta mostrar, cada condição passada pelos judeus, o sofrimento que causou tudo isso. Isso é história, porque faz refletir mais sobre o que alguém pode fazer a troco de uma ideia doentia.

O filme A Lista de Schindler é baseado no romance homônimo publicado em 1982 por Thomas Keneally sobre Oskar Schindler (1908-1974), um industrial alemão, que durante a Segunda Guerra Mundial salvou 1200 judeus da morte. 

No final, a cena quando Schindler vê quantas pessoas salvou e pensa que poderia ter salvo ainda mais, é emocionante. Enfim, acredito que falta muito ainda o que falar desse filme. Só sei que é uma obra-prima atemporal. É uma parte da história da humanidade. É tantas coisas que nem sei dizer. É um impacto. É um filme definitivo sobre o Holocausto. Um trabalho como esse não altera o passado, mas com certeza pretende impedir que as atrocidades se repitam em um futuro qualquer. Recomendo!
Uma história de inocência em um mundo de ignorância.


Alemanha, 1940. Bruno tem oito anos e vive com sua família em Berlim. Quando seu pai, um oficial nazista, é promovido, ele é obrigado a abandonar seus amigos e se mudar para uma região deserta onde não há nada para fazer. Um dia, o menino ignora a proibição da mãe e anda até um misterioso local cercado, onde todos usam roupas listradas. Lá, ele conhece Shmuel, um garoto de sua idade que vive do outro lado da cerca. Os dois desenvolvem uma amizade proibida, que terminará por introduzir Bruno no terrível mundo dos adultos.

O filme aborda temas políticos, sociais e, principalmente, Históricos, não expondo nenhuma vítima, mas trazendo uma mensagem de uma emocionante trajetória relatada pelo cinema, sobre um dos maiores massacres da história da humanidade.

Asa Butterfield interpreta Bruno

Pela janela de seu quarto, um menino de oito anos consegue avistar uma grande ''fazenda'', onde adultos e crianças passam o dia todo vestidos com pijamas listrados. É a partir da curiosidade em relação a essa imagem inusitada que se desenvolve toda a história de "O Menino do Pijama Listrado". Lançado em 2008, com direção de Mark Herman, o filme se passa em 1940 e tem início quando o garoto Bruno recebe a notícia de que terá que deixar sua confortável casa em Berlim e se mudar com a família para um lugar isolado, no campo. O motivo é a promoção de seu pai, um oficial nazista, que para ele é apenas um soldado.

Logo que chega à nova casa, essa fazenda que ele avista do quarto passa a ser a possibilidade que ele tem de alterar a rotina solitária do lugar e arranjar alguém para brincar. E é isso que ele busca quando desobedece as orientações de sua mãe e vai até o jardim dos fundos, de onde sai em direção àquelas pessoas de pijamas listrados. Lá, ele conhece Shmuel (interpretado por Jack Scanlon), que também tem oito anos, mas vive do outro lado da cerca. As visitas ficam cada vez mais frequentes e, curioso, ele passa a perguntar a seus pais e à sua irmã o que é esse lugar e quem são aquelas pessoas, mas as respostas, ora evasivas, ora negativas, não têm nada a ver com o que seu coração lhe diz.

O Menino do Pijama Listrado (The Boy in the Striped Pyjamas, 2008)

O tal campo de concentração, como chamam, não tem nada de belo e de alegre como ele vê nos vídeos mostrados a seu pai, e o menino judeu não se parece em nada com o monstro desenhado por todos. Então por que ele tem que ser inimigo? Essa é uma das coisas que Bruno não consegue entender. Mas se o amigo Shmuel não pode vir para o lado de cá da cerca, por motivos que ele também não compreende, então talvez seja mais fácil que ele mesmo passe para o lado de lá. E é exatamente essa decisão que ele toma quando Shmuel pede ajuda para encontrar o seu pai que não voltou de um ''serviço''.

O filme é baseado na obra homônima do irlandês John Boyne, escrito em 2007. Consigo definir o filme em uma palavra: inocência. É uma história que mexeu muito comigo e com certeza permanecerá na minha memória por um bom tempo. Levanta o debate que nenhuma criança nasce preconceituosa, são os adultos que colocam a maldade no coração das crianças. Já o desfecho deixa a lição que não importa status ou riqueza, no final somos todos iguais. Recomendo!
Existem algumas ligações que nenhuma distância pode quebrar.

Maravilhoso filme que narra a comovente aventura de Bella, uma cachorrinha pitbull que se lança numa viagem épica de mais de 600km de volta para casa, depois de se ver separada de seu querido humano, Lucas, um jovem estudante de Medicina e voluntário no Hospital dos Veteranos. Bella afeta a vida de muitos ao longo de sua determinada expedição; de uma filhotinha órfã de puma a um veterano sem-teto no fundo do poço, Bella traz alegria e consolo a todos aqueles que conhece com sua fé e seu espírito único.

A Caminho de Casa (A Dog's Way Home, 2019)

Com direção de Charles Martin Smith, baseado no livro homônimo de W. Bruce Cameron. O longa conta a história de Bella, uma cadelinha adotada por Lucas (interpretado por Jonah Hauer-King) quando ainda era bem pequena. Ela logo conquista todos à sua volta, mas muito travessa, gosta de correr atrás de esquilos na rua. Em uma dessas aventuras, acaba sendo pega pelo Controle de Animais, devido uma lei local que proibe a circulação de cachorros da raça pitbull e acaba sendo levada para um abrigo a 400 milhas de distância de sua casa. Entretanto, Bella consegue fugir e não se dará por vencida e viverá uma jornada cheia de aventuras, até reencontrar seu dono.

O grande diferencial aqui é o filme ser narrado pela própria Bella, em primeira pessoa. Mas por que vale tanto a pena assistir esse filme? Bem, é comum o amor que move a relação entre humanos e os animais sustentar vários outros bons filmes, mas a história de Bella segue esse script da luta do amor frente a forças que tentam atrapalhar, contudo temos aqui uma verdadeira epopéia de forças contrárias e o que fica o tempo todo em destaque não é esse negativismo, mas o amor sempre tentando superar o que parece insuperável. O amor sempre vence.

A Caminho de Casa (A Dog's Way Home, 2019)

Há quem pense que os homens dependem tanto dos animais quanto eles dependem da gente. O amor incondicional de um cachorro tem muito a ensinar ao nosso egoísmo natural. Existe sim uma ligação fora do convencional nessa relação que faz a nossa aparente superioridade na inteligência ser o menos importante frente a empatia e o amor puro dos dogs. A verdade é que cachorros ensinam os homens a amar. Bella enfrenta uma jornada absurda para ficar junto de seu amado dono Lucas porque afinal de contas ele é a pessoa da vida dela, assim como ela é a cachorra da vida dele.

Quem acessa o blog há um tempo pode perceber que eu me amarro em filmes caninos, já compartilhei vários aqui como Meu Cachorro Skip, Shiloh, Benji, Beethoven (apesar de nunca ter publicado nada ainda aqui). Enfim, filmes assim aquecem nosso coração. Quando se tem bichinhos de estimação em casa, esse tipo de filme mexe ainda mais com a gente. Recomendo!
Depois de um longo dia, é hora de fechar o dia com uma boa música. Não é mesmo? Acho que é a primeira vez que compartilho aqui com vocês a banda Faith no More. Não sou fã deles, mas essa música certamente está na minha playlist. 

Faith No More

Para quem não conhece, é uma banda americana formada nos anos 1980 na cidade de São Francisco, Califórnia, Faith No More (FNM), com sua fusão de heavy metal, funk, hip-hop e hard-rock, conseguiu um grande sucesso internacional, principalmente com os álbuns 'The Real Thing' (1989) e 'Angel Dust' (1992).

São raras as bandas (ou artistas) que conseguem agradar a todos os ouvidos. No universo do rock, pautado quase sempre pelo radicalismo, a tarefa é um pouco mais difícil. Porém, o Faith No More conseguiu a façanha de ganhar o respeito de todos que um dia já ouviram o trabalho da banda.

Tendo influenciado dezenas de artistas da atualidade, não sendo raro encontrar músicos que referenciam os álbuns do FNM como melhores da década passada. Acima disso, há também o espírito da canção desafiadora, do não-conformismo com o sucesso fácil que o Faith No More viveu na pele e fez questão de trazer para os terrenos mainstream. Objetos de culto, a banda reside hoje entre as que melhor trazem o espírito da primeira metade da década de 1990.

Já a canção que compartilho aqui, cujo nome é ''Easy'', que na verdade, originalmente é uma música da banda The Commodores e que primeiramente foi interpretada pelo Lionel Ritchie. Em 1992, foi a vez da música ganhar uma nova vida pelo Faith No More, a lançando como single em dezembro daquele ano. Esta versão tornou-se um sucesso mundial, alcançando o número #1 na Austrália e se tornando um dos dez maiores sucessos em oito outros países. Foi menos bem sucedido do que a versão original da Billboard Hot 100, chegando ao número #58, apesar de que eu prefiro essa regravação do que a original.

Ahh, a canção expressa os sentimentos de um homem quando termina um relacionamento. Em vez de ficar deprimido com o rompimento, ele afirma que é "é fácil como as manhãs de domingo" como diz a letra. 

Ouça!



I am easy

A verdadeira história dos dois reis do crime na Londres do século XVIII.

Na primeira metade do século XVIII, Londres caminhava para se tornar a mais populosa cidade do mundo. Era rica, as lojas exibiam produtos refinados e sua elite desfilava ricas perucas, usava colheres de prata em casa, delicados lenços e finas caixas de rapé quando iam a Covent Garden, Soho e Picadilly. Contudo, não tinha uma força policial profissional, estando a segurança pública na dependência do trabalho de cidadãos não remunerados. Londres era, assim, o paraíso dos ladrões.

Esta é a Londres revelada pela historiadora e escritora britânica Lucy Moore, através das vidas de Jack Sheppard e de Jonathan Wild, personagens do submundo que os primeiros jornais diários transformaram em símbolos do período. A Autora nasceu na cidade em 1970, mas foi criada nos Estados Unidos, retornando mais tarde à Grã-Bretanha para graduar-se em História pela Edinburgh University, sendo este seu primeiro livro.

Capa do livro “A Ópera Dos Ladrões” de Lucy Moore

Sheppard chegou a ser um aprendiz de marceneiro que gastava o tempo bebendo e jogando, antes de iniciar seu aprendizado de pequenos golpes com uma prostituta que limpava seus clientes. Preso após alguns roubos, não passaria de um ladrãozinho vulgar não fosse sua extraordinária habilidade de fuga. Primeiro libertou sua amante; depois, escapou ileso da cadeia forçando uma série de fechaduras, escalando muros e saltando telhados. Recapturado, escapou novamente. Antes de ser preso definitivamente, se tornara uma lenda para um público que admirava sua capacidade de colocar as autoridades em apuros. 

Já Wild, foi um personagem singular. Após uma temporada na cadeia por dívidas, o que era comum à época, começou a ganhar a vida no ramo de objetos recuperados: devolvia bens roubados a seus legítimos donos, por um preço justo. Auto-intitulava-se caçador de ladrões, chegando a servir como consultor do Conselho Municipal, apresentando sugestões para sufocar a onda de crimes, ao mesmo tempo em que controlava uma rede de ladrões e prostitutas, que dependiam de seu dinheiro e sua proteção. Sheppard, ladrão do tipo romântico, foi um dos poucos a se recusar a participar da "organização" de Wild, o que foi o estopim que levarias a ambos, o ladrão e o caçador de ladrões, ao mesmo destino, a praça de execuções de Tyburn. Antes de morrer, Jack Sheppard foi biografado por Daniel Defoe e retratado por James Thornhill, pintor da corte, enquanto Jonathan Wild inspirou John Gay na Criação de The Beggar´s Opera

Num retrato memorável da Londres georgiana, a autora Lucy Moore reconstrói o mundo do crime em toda sua sórdida fama, numa história fascinante que se entranha no lamaçal do crime, nos convidando a pensar sobre o estranho fascínio que a criminalidade exerce sobre as pessoas. Rico na utilização de fontes primárias, só havendo acréscimos atuais quando auxiliem a compreensão do entorno dos fatos, o livro nos fornece uma clara percepção da sociedade londrina e vários de seus aspectos. No tocante a religião, há varias situações que deixam transparecer a situação do clero e sua relação com os fiéis. Há também, relatos sobre as atividades do metodistas, inclusive de John Wesley.

Pela pesquisa histórica muito bem elaborada, pelo estilo literário da Autora, pelo conjunto editorial, este livro merece ser lido e utilizado por aqueles que querem uma melhor compreensão daquele período da história. Vale a pena!
Sixpence, é sem dúvida, uma das melhores bandas com integrantes cristãos (já que não podemos chamá-la de banda essencialmente cristã) dos últimos tempos! É ótimo podermos contar com a linda voz de Leigh Nash e a criatividade gigantesca de Matt Slocum, um verdadeiro gênio da composição na música pop. 

Para quem não conhece, quero contar mais um pouco sobre esta banda. O quarteto [na época] surgiu no ano de 1993. Desde então, lançaram 6 ótimos discos e algumas coletâneas próprias, além de ter participado de inúmeros projetos, além de ter diversas músicas incluídas em vários filmes [Ela é Demais com a música "Kiss Me", Mais Que o Acaso com o ator Ben Affleck e as músicas "Need To Be Next To You" e "Love", entre muitos outros...] e séries de televisão [Smallville, Felicity, entre outros...]. Todo este reconhecimento só veio em meados de 1999, dois anos após o lançamento do disco auto intitulado [anterior ao Divine Discontent], onde se encontraram verdadeiros hits como "Kiss Me" e "There She Goes", músicas que cativaram tanto o público cristão como secular, levando a banda às alturas do sucesso. 

Bom salientar que os discos da banda anteriores ao sucesso também são de extrema qualidade criativa e musical, criando sempre músicas de lindas melodias seguindo uma linha mais "clássica" do pop. 

No seu auge a banda contou com com 6 integrantes e foi considerada uma das maiores e melhores bandas pop daquela época [começo dos anos 2000]. 

“Divine Discontent” Sixpence None The Richer

De fato, o disco Divine Discontent foi produzido no ano de 2000, mas devido a uma série de problemas com a sua gravadora, a "Squint Entertainment", o álbum só pôde ser lançado em [2002], o que causou muita dor de cabeça para a banda... e algumas mudanças no produto final. 

A primeira música do disco é "Breath Your Name", primeiro single da banda para as rádios, que se tornou um verdadeiro sucesso. Com um olhar cristão, a canção fala sobre deixarmos a nossa vida à disposição daquilo que Deus quer fazer. Logo após você pode ouvir "Tonight", excelente também! É realmente simples, porém, muito linda, possuindo uma letra que pode adquirir diversos sentidos. O que abre para qualquer tipo de interpretação, ótimo, né?

"Down and Out of Time", cuja letra foi escrita pela própria Leigh Nash é outra linda música, mais calma que as anteriores. Slocum [que fez a música para esta letra] é um especialista em criar sequências não usuais sem soar experimental demais, como nesta música. 

Em seguida, você poderá ouvir um cover da música "Don't Dream It's Over", tocada originalmente pela banda "Crowded House" em 1987 [um dos maiores hits da banda], e que nas mãos do Sixpence, ganhou nova vida. Está é, inclusive, a música que faz parte da trilha sonora da série Smallville! "Walking On The Sun" foi escrita pelo produtor Ron Aniello e também pelo vocalista da banda Lifehouse, Jason Wade (sou fã desse cara). Se você gosta e já ouviu Lifehouse, você poderá notar algumas similaridades, como o ar 'southern' da música (que inclusive vez ou outra comento aqui no blog). 

"Still Burning" já é uma música mais no estilo Sixpence de ser. A interpretação que dei para esta música [é realmente difícil interpretar as músicas do Sixpence], foi que ela trata sobre a amizade, e que devemos estar disponíveis para ajudar uns aos outros. A seguir, você ouve "Melody Of You", uma música guiada basicamente por um violão dedilhado. Sua letra pode ser interpretada como dirigida a uma outra pessoa, mas ela foi originalmente escrita como uma música de adoração a Deus cheia de poesia e figuras de linguagem. É muito bom vermos quando a arte em si está sendo usada em nome de Deus, em toda a sua essência, e não somente baseada nos famosos jargões cristãos. 

"Paralyzed" é a música mais ''pesada'' do disco, meio revoltada, pois foi baseada no fato da morte de um jornalista durante a guerra de Kosovo em 1999. O assunto pode soar meio antigo para a nossa época, mas vale lembrar que em 2000 o disco já estava pronto, seu lançamento que foi exaustivamente adiado por causa dos problemas da gravadora. Para acalmar os ânimos, em seguida você pode ouvir "I've Been Waiting" que fala sobre frustrações em relacionamentos amorosos. Depois você ouve a segunda música escrita por Leigh "Eyes Wide Open". Uma música muito legal, mas que porém, não consegui entender nada da letra. Dizem que ela foi inspirada pelo medo que Leigh Nash tem de voar [olhando por este lado, a música se torna um tanto quanto trágica, mas mesmo assim, muito legal]. 

"Dizzy" é uma ótima descoberta do disco! Uma música guiada inicialmente pelo piano e uma pequena orquestra. Com seus seis minutos e meio de duração, ela é uma declaração de dependência de Deus. Ela é como uma oferta de vida, citando diversos heróis da história cristã, como Tomé, o rei Davi e Pedro. Todos erraram [e quem não erra? aí está o 'tchan' da música] mas eram filhos amados de Deus. Davi, foi chamado de "homem segundo o coração de Deus", Tomé se manteve como discípulo e apóstolo de Jesus Cristo, e a Pedro foi dada a responsabilidade de cuidar do povo de Deus na terra, da Sua igreja. Em seguida você ouve "Tension Is A Passing Note", uma das músicas preferidas de Leigh para este disco, por ser extremamente honesta, conforme ela mesma diz em uma entrevista dada ao site JesusFreakHideOut.com. No meu ponto de vista, ela traz uma certa brasilidade em sua melodia, tanto nos acordes como na forma como o violão é tocado. 

Para finalizar você acompanha "A Million Parachutes", uma balada muito gostosa e perfeita para amarrar este disco. Ela te insere em um ambiente, como se você estivesse em uma cabana, e lá fora estivesse chovendo o dia inteiro, falando sobre saudade e solidão. 

Enfim, um álbum espetacular do Sixpence, e você sabe... se é Sixpence, é ótimo, e vale a pena ouvir! 

Ouça!



Eles deram tudo o que tinham para salvar tudo o que podiam

Em 1939, na Polônia, Jan e sua esposa, Antonina, são os donos do zoológico de Varsóvia. Quando a Alemanha nazista invade o país, eles decidem ajudar o máximo de pessoas possível oferecendo abrigo. Mas o segredo é ameaçado por Lutz Heck, zoologista alemão a quem eles são obrigados a reportar. Em pouco tempo, eles começam a trabalhar com a resistência e planejam salvar centenas de vidas ameaçadas pela invasão.

O Zoológico de Varsóvia

O filme tem início pouco antes da Polônia ser invadida pela Alemanha, em 1º de setembro de 1939, possibilitando o espectador de conhecer o quão tenso era se viver ali naquele período. A cena do bombardeio mostra muito bem o perigo que é viver num país em guerra. Vivendo em Varsóvia (sim, onde foi criado o Gueto de Varsóvia), Jan Zabinski (interpretado por Johan Heldenbergh) é o responsável pelo zoológico da cidade junto com Antonina (interpretada por Jessica Chastain), sua esposa. 

É Antonina que toma a iniciativa de ajudar aos judeus que estão perdendo, cada dia mais, sua cidadania, deixando Jan apreensivo, a princípio. Mas logo, o homem vê seus amigos perdendo a casa, pertences, tendo que viver no gueto, ficam sem liberdade e direitos. Então, o casal decide esconder o máximo de judeus no porão onde ficavam os animais do zoológico que acabaram ou sendo mortos ou sendo levados para outro lugar. Para que os nazistas não descobrissem o que estavam fazendo, eles pediram autorização para criar porcos. O filme mostra também o assédio que Antonina sofre para manter o segredo da família diante do Oficial Nazista. Outra cena bastante impactante mostra que os judeus e as minorias não eram nada além de uma praga que deveria ser exterminada do Reich, mas serviam para os desejos de soldados nazistas.

A personagem principal, que esta sob a pele de Jessica Chastain (com uma atuação fenomenal), é a grande alma do filme. Sua delicadeza e coragem com que encara essa nova fase em sua vida é algo bem nítido nas emoções da personagens, principalmente nos diálogos com seu marido e o modo como tenta lidar com as ações e observações de Lutz Heck (interpretado por Daniel Brühl). Antonina é uma guerreira da era moderna, sua luta é ajudar a quem precisa mesmo que isso coloque ela e sua família em constante perigo. Todo o carinho e dedicação com sua família refletem nos novos hóspedes que abriga, respeitando suas tradições e sendo uma referência para as crianças que ficaram longe de suas famílias.

Jessica Chastain interpreta Antonina em O Zoológico de Varsóvia

O filme é adaptado do livro que leva o mesmo nome e foi escrito pela autora Diane Ackerman. Antonina e Jan Żabiński, um marido e esposa cristãos, supervisionavam os animais do Zoológico de Varsóvia, na Polônia, durante a década de 1930, com muito amor e cuidado.

O Zoológico de Varsóvia floresceu e se tornou um destino, que pessoas de toda a Europa iam visitar. Mas o ano de 1939 marcou um ponto alto na história do casal. Os nazistas invadiram a Polônia e diversas nações acabaram mergulhando na Segunda Guerra Mundial.

A compaixão e as convicções do corajoso casal resultaram em centenas de vidas salvas. De acordo com o romance, "The Zookeeper's Wife", Jan e Antonia eram cristãos que se sentiram chamados a lutar contra a opressão nazista.

Belo, triste e esperançoso, O Zoológico de Varsóvia é um filme que mostra que é possível fazer a diferença no meio de tanta crueldade. É um filme triste sim, mas histórias assim precisam ser contadas, foi uma época negra na história da humanidade (é triste ver o quão cruel foram os nazistas nesta opressão em cima dos judeus), mas que nos dar esperança que a humanidade ainda tem jeito, a iniciativa dessa família salvou centenas de vidas e fica a lição de que é sempre possível fazer a diferença mesmo em situações adversas. Recomendo!

Uma frase do filme para encerrar o post:


Talvez seja por isso que eu amo tanto os animais. Você olha em seus olhos e sabe exatamente o que está em seus corações.
Inspirado por uma verdadeira amizade

O ano é 1962. Tony Lip é um dos maiores fanfarrões de Nova York, precisa de trabalho após sua discoteca, o Copacabana, fechar as portas. Ele conhece um pianista e quer que ele faça uma turnê com ele. Enquanto os dois se chocam no início, um vínculo finalmente cresce à medida que eles viajam. O filem teve 06 Indicações ao Oscar.

Confesso que gostei muito desse filme e decidi comentar um pouco sobre ele aqui no blog. Green Book, do diretor Peter Farrelly, conta a história real da amizade inesperada entre o pianista Don Shirley e seu motorista Tony Lipnum contexto norte-americano extremamente racista dos anos 60.


Green Book: O Guia

Tudo começa quando Don Shirley (interpretado por Mahershala Ali), um pianista negro brilhante que deseja fazer uma tour no sul dos Estados Unidos, uma região marcada pelo atraso, pelo preconceito e pela violência racial. Para acompanhá-lo durante esses dois meses de shows ele resolve ir a procura de um motorista/assistente confiável e que tenha boas recomendações.

Tony Vallelonga (interpretado por Viggo Mortensen) - também conhecido como Tony Lip - é um 'fanfarrão' de origem italiana que trabalha na noite em Nova Iorque. A boate onde atuava, chamada Copacabana, precisa ser fechada e Tony se vê sem trabalho durante alguns poucos meses. Responsável pelo sustento de sua família, Tony, que era casado com Dolores e tinha dois filhos pequenos, começa a procurar emprego para subsistir durante os meses em que a boate estava fechada. 

Para o então cargo de chofer, a gravadora de Don contrata o Tony Lip, que além de ser branco e racista é um poço de ignorância e truculência. Ao motorista é entregue o tal “livro verde” que dá nome ao filme. A princípio, o pianista encara o seu motorista como um mal necessário para que a sua turnê termine bem, por questões óbvias de segurança, visto que outros artistas negros já haviam tentado anteriormente fazer tour por aquelas localidades e não conseguiram ir até o fim. Desde o primeiro momento, o abismo entre os dois é notado em todo e cada gesto, em cada diálogo e em cada comportamento.

Green Book

Ao longo do percurso vemos alguns casos explícitos de segregação. Durante uma das apresentações, por exemplo, o pianista é impedido de usar o banheiro do espaço, destinado apenas para brancos. Em outra ocasião Don Shirley é proibido de jantar no mesmo restaurante em que seu público estava. Ao longo da turnê, o músico também não pode se hospedar em uma série de hotéis reservados só para brancos. Tony aos poucos vai criando afeto pelo peculiar pianista e se irrita com as regras antiquadas e racistas da região. Os dois vão gradativamente criando um laço de afeto e crescendo pessoalmente com a experiência de lidarem um com outro, com personalidades tão distintas.

Mas afinal, de onde vem esse nome ''Green Book''? Bem, o filme explica isso: Logo ao iniciar a viagem, Don entrega a Tony o livro Green Book, “Livro Verde”, e o explica que nele constam os hotéis e estabelecimentos que aceitam pessoas negras, visto que a época era de fortíssima segregação racial nos Estados Unidos. Esse livro faz referência ao “The Negro Traveler’s Green Book”, que foi publicado nos EUA entre os anos de 1936 e 1966 e era uma espécie de guia de viagem contendo todos os restaurantes, pontos turísticos e hotéis nos quais pessoas “de cor” eram bem vindas naquela época.

A história é baseada em eventos reais, no ano de 1962, o famoso pianista negro Don Shirley (1927-2013) resolveu fazer uma turnê pelo sul dos Estados Unidos. A viagem aconteceu gerenciada pela Columbia Artists, empresa que administrava a carreira do artista, e durou cerca de um ano e meio (o filme na verdade condensa a história, como se a turnê tivesse durado dois meses). Durante o trajeto, o pianista tocou apenas para um público composto por brancos. Para acompanhá-lo nesse ambiente sulista não muito hospitaleiro, Shirley sentiu que precisava de um motorista, mas também um assistente pessoal e uma espécie de guarda-costas.

Confesso que senti muita admiração pelo Don Shirley. Seu jeito de ser, as vezes até parecia ser eu, apesar de que eu não seria tão extremo como ele. Sobre o Tony, vale mencionar sua redenção durante o filme. Com pensamentos racistas e esteriótipos sobre os negros, ele realmente começa a mudar ao interagir mais com Tony e descobrir o homem incrível que ele era. 

Enfim, um ótimo filme, um tema sério e pesado que é o preconceito racial, mas de uma forma leve e agradável, sim o filme é muito agradável de ser ver. Embarcamos na estrada com os dois, e no final a gente quer continuar a ver mais. É um filme moderado, não tem nenhum exagero emocional, mesmo nas situações extremamente pesadas que poderiam dar espaço para um dramalhão, mas a obra não embarca nisso. Mereceu o Oscar. Recomendo!
Pela liberdade eles arriscaram tudo.

Verão de 1979, cidade de Thüringer, Alemanha Oriental. Duas famílias elaboram um plano maluco, eles estão desesperados para deixar o domínio socialista e encontrar o sonhado Ocidente e, para cruzar a fronteira, planejam usar um balão de ar quente desenvolvidos por eles mesmos. Ao realizarem o primeiro teste, e falharem, a polícia descobre o plano e passa a persegui-los como traidores. Desesperados para escapar, as duas famílias se unem para criar o projeto perfeito. Uma história incrível. Uma história verdadeira.

Ballon

Em agosto de 1961, a Alemanha passa por um processo de divisão. Muitas pessoas, desesperadas com a iminência de uma situação caótica na parte oriental da Alemanha, tentam cruzar de leste para oeste para escapar do regime comunista que estava sendo implantado na parte oriental Alemanha. Era uma média de três mil pessoas por dia que cruzavam a fronteira. A Alemanha Oriental reagiu a esta fuga em massa do seu povo, construindo uma barreira ao redor de toda a fronteira. Era uma enorme barreira que se tornou mundialmente conhecida como: o Muro de Berlim. A barricada era de concreto e arames e atravessava vilas, campos e terras cercando completamente a Alemanha Oriental. O seu objetivo não era proteger-se dos inimigos mas, impedir que o povo saísse da sua pátria. As fronteiras eram equipadas com alarmes e metralhadoras automáticas que disparavam impiedosamente contra quem tentasse ousar atravessá-las. Na época em que se passa esse filme, só os alemães muito desesperados tentam ainda cruzar a fronteira. Mesmo assim, muitos alemães orientais irão tentar.

Com direção de Michael Bully Herbig, o filme ''Ballon'' narra a história (verídica) de como um pedreiro e um mecânico, Günter Wetzel (interpretado por David Kross) e Peter Strelzyk (interpretado por Friedrich Mücke), construíram a máquina mais épica (das muitas tentativas) para fugir da Alemanha Oriental em 1979. Os tecidos para fazer o balão foram comprados em diversas lojas do país para não levantar suspeita do plano. Em setembro daquele ano, Gunter e Hans, juntamente com suas famílias atravessaram para o lado ocidental com sucesso.

Ballon

A primeira tentativa de fuga da família Strelzyks, que na verdade tentaram escapar no balão de ar quente 10 semanas antes de conseguir a fuga com sucesso, mas o balão deles caiu poucos metros antes de conseguir chegar ao território da Alemanha Oriental, a poucas centenas de metros da fronteira. As patrulhas de fronteira da Alemanha Oriental encontraram os restos esfarrapados. O que começou uma intensa investigação de conseguir capturar os ''traidores'' que tentavam escapar do país.

Enquanto a polícia secreta da RDA procurava os possíveis fugitivos, os Strelzyks envolveram a família Wetzel em seu plano de liberdade e juntos construíram um novo balão, dessa vez mais equipado e forte para possíveis contratempos. Desta vez, sua máquina voadora caseira se manteve firme e as famílias atravessaram a fronteira ilesa. Não é de admirar que a polícia secreta da Stasi tenha compilado arquivos extensos, totalizando cerca de 2.000 páginas nas duas famílias.

Essa incrível história ganhou também uma adaptação nos cinemas em Dramática Travessia (Night Crossing no original) lançado em 1982 pelos estúdios Disney e que inclusive já falei aqui no blog, clique aqui. Sem dúvidas uma história espetacular e quando fiquei sabendo desse filme novo filme ''Ballon'' corri para assistir. E claro é bom expandir as fronteiras e falar de filmes de outros países, no caso o cinema alemão, um dos melhores da Europa e do mundo. Vale ressaltar o interessante do filme passado uma década antes da queda do muro de Berlim, mostrando os percalços e perigos de quem pretendia fugir da então Alemanha Oriental, de governo socialista, altamente repressor. Com certeza vale a pena assistir. Isso é histórico. Recomendo!
A esperança é a maior arma de todos

Gerard Butler estrela este filme que retrata a vida de Sam Childers, um ex-traficante que dedica a vida a resgatar crianças usadas como soldados no Sudão. O sujeito se dedica com paixão às crianças e acaba deixando um pouco de lado sua vida nos Estados Unidos, onde tem esposa e filha. Conhecido como “pastor da metralhadora”, ele não tem problema em pegar em armas para defender o que pensa.

No filme, Gerard Butler interpreta Sam Childers


Com direção de Marc Forster e lançado em 2011. O filme Redenção (Machine Gun Preacher, no original) é baseado em uma história real do ex-traficante e hoje Pastor Sam Childers, que após ter passado um período na prisão, veio a Cristo através de sua esposa e ficou impactado com a obra missionária na Uganda, onde foi chamado para trabalhar, inclusive criou escolas por lá, todavia ele é conhecido nos EUA como "Pastor Metralhadora", pois para defender as crianças da Uganda e Sudão de uma milicia sanguinária, chamada LRA - Exército  de Resistência do Senhor, uma seita que sequestra crianças para a luta armada, o pastor começou a preparar junto com o governo um pequeno exército para defender o seu orfanato.

O filme retrata bem a vida de um missionário, que fica longe da família, o stress continuo de ter que correr atrás de apoiadores para a obra missionária em diversas igrejas, o sentimento de impotência devido o tamanho desafio no qual foi chamado, enfim é uma grande obra cinematográfica que lida bem com o dilema do missionário. Ele também aborda um outro dilema sobre a auto-defesa contra os inimigos, um tema sensível para a igreja hoje, o pensamento de Sam Childers, é muito parecido com o teólogo luterano alemão Dietrich Bonhoeffer, que participava de um grupo na época do nazismo que pretendia matar Hitler.

Sam Childers

Na história real, Sam Childers é um verdadeiro exemplo de transformação na vida de um ser humano. Na infância devido ao seu comportamento, seu pai costumava de dizer “Rapaz, alguém vai matá-lo um dia desses!”. Durante sua adolescência Sam estava constantemente em brigas, vendendo drogas pesadas e dormindo com mulheres casadas. Foi durante essa fase de sua vida que ele conheceu Lynn, uma stripper, que mais tarde se tornaria sua esposa. Sam, assombrado pelas palavras de seu pai, tornou-se cada vez mais preocupado que ele ia ser morto por causa das drogas e, lentamente, começou a distanciar-se de sua antiga vida. Ele encontrou um emprego na construção e prosperou apesar de continuar seu vício em drogas e álcool. Enquanto isso, Lynn voltou para a Igreja que ela havia abandonado quando era adolescente.

Sam também procurou restabelecer seu relacionamento com Deus e começou a viver uma vida limpa. Lentamente, as coisas começaram a mudar para melhor. Eles tiveram a sua primeira filha e Sam começou seu próprio negócio de construção. Mal sabiam eles que o seu maior desafio ainda estava por vir. Sam pediu ao seu pastor a oportunidade de se juntar a um grupo de missionários que iriam ajudar a reparar casas danificadas no conflito na África. Em 1998, Sam chegou na aldeia de Yei, no Sudão do Sul. Durante uma visita a uma vila, Sam se deparou com o corpo de uma criança dilacerado por uma mina terrestre. Ele caiu de joelhos e fez uma promessa a Deus que iria fazer o que fosse necessário para ajudar o povo do Sul do Sudão.

Sam voltou para o Sudão vários meses depois, e para cumprir sua promessa ele se aventurou muito em todo o país a partir da cidade ocidental de Yei para as aldeias do leste de Boma. Ao passar a aldeia de Nimule, na fronteira com Uganda, Deus enviou-lhe uma mensagem:

Deus disse: “Eu quero que você construa um orfanato para as crianças. E eu quero que você o construa aqui.

Hoje anos depois do início da sua batalha,  o orfanato é o maior no sul do Sudão e já alimentou e abrigou mais de 1.000 crianças. Atualmente, mais de 200 crianças vivem no orfanato. Infelizmente ainda há muitas crianças sudanesas que sofrem e necessitam de resgate.

Se quiser saber mais, acesse o site oficial e pode até mesmo fazer uma doação! (clique aqui)

Quanto ao filme, é muito forte e emocionante. Temos a ótima atuação Gerard Butler, que virou uma cópia do próprio Sam Children quando mais jovem, pegando não só o sotaque (que de vez em quando ele vacila, mas é perdoável), como também o jeito de falar, andar e olhar para as pessoas. Vemos o sofrimento, a raiva, a frustração, a angústia e tudo que Sam Childrens sentiu quando vivenciou apenas olhando em seus olhos. Sam realmente entendeu o propósito de ser um cristão, ajudando e amando ao próximo, especialmente nesses tempos de intolerância que vivemos. Recomendo!
A triunfante história de três mulheres que encontraram coragem para desafiar um século de injustiça.

Baseado em uma história real, essa é a história de três jovens mulheres que são mandadas para um convento por seus familiares, para "pagar por seus pecados". Essa punição é por tempo indeterminado, o que significa uma vida de trabalhos forçados na lavanderia do asilo católico. Conhecidas como "As Irmãs Magdalena", elas são humilhadas e castigadas fisicamente pelas madres, que não toleram desobediência.

Nora-Jane Noone interpreta Bernardette

Com direção de Peter Mullan e lançado em 2002, o filme The Magdalene Sisters (Em Nome de Deus, no Brasil). O cenário é a Irlanda, década de 60. A trama começando nos apresentando Margaret (interpretada por Anne-Marie Duff), que acaba sendo estuprada num casamento por seu primo; Então somos apresentados a Bernardette (interpretada por Nora-Jane Noone), que só por ser muito bonita representa um perigo para os homens da vizinhança; Depois conhecemos Rose/Patricia (interpretada por Dorothy Duffy), que está no hospital com o filho que acabou de dar a luz, sendo reprovada pelo seus pais. Todas elas são mandadas para um convento por seus familiares, com o intento de "limpar seus pecados". No convento, ainda conhecemos a história de Crispina (interpretada por Eileen Walsh), que assim como Rose é uma mãe solteira. O filme é inspirado nas instituições chamadas de Asilos de Madalena.

O título original The Magdalene Sisters poderia ter sido traduzido literalmente como “As Irmãs de Maria Madalena” como foi a tradução do título para Portugal. Há aqui uma referência direta à figura bíblica de Maria Madalena, a prostituta que teria lavado os pés de Jesus Cristo e conseguiu se redimir, pagar pelos seus pecados na terra e entrar no reino do céu. No caso, Magdalene foi o nome dado aos asilos-reformatórios (no original, Magdalene asylums) que recebiam moças desviadas e marginalizadas socialmente. Esses asilos, chamados de lares Madalena, na Irlanda, eram de responsabilidade das Irmãs da Misericórdia, em nome da Igreja Católica. Trinta mil mulheres passaram por esses reformatórios. Muitas viveram e morreram esquecidas pelos seus familiares e pela sociedade nesses Lares. O último asilo de Madalena, em Waterford, encerrou suas atividades em 25 de setembro de 1996.

Em Nome de Deus (The Magdalene Sisters, 2002)

O filme mostra alguns dos horrores praticados nesses asilos irlandeses para jovens mulheres que fossem apanhadas em qualquer tipo de atividade sexual fora do casamento. Mostrando, também, a mentalidade do povo irlandês na época, e quão hipócrita era a sociedade. O filme soa como um protesto contra as atrocidades cometidas entre os padres e freiras para com os seus devotos. Pecados são cometidos entre os fieis e todos tem de agir como se nada acontecesse, permanecer calados. Toda a calmaria que esse lugar mostra, não passa de mera ilusão, por dentro todos guardam suas angustias e pecados. "Como acatar a ordem de alguém, que comete coisas piores que você?!" é um dos questionamentos do longa. Freiras maltratam as devotas, padres abusam de fieis esquizofrênicos e tantas outras coisas são mostradas no filme. 

Confesso que comecei o filme sem muita expectativa, porém no decorrer do filme fui me interessando mais ainda por aquelas jovens e destino que elas poderiam ter. Representa um retrato vivo (de parte) da sujeira que o catolicismo trouxe à sociedade. A fotografia é interessante em alguns momentos, mas o foco do filme é no drama psicológico e não na poética da imagem. Recomendo!