Mais uma noite ao som de Keane, dessa vez com Thin Air. Para quem ainda não conhece a banda, vale a pena ler sobre eles. Keane é uma banda inglesa de rock alternativo da cidade de Battle, East Sussex. É formada por Tim Rice-Oxley (compositor, piano, sintetizadores, baixo e vocal de apoio), Tom Chaplin (vocalista, guitarra acústica e elétrica), Jesse Quin (baixo, percussão, guitarra e vocais), e Richard Hughes (bateria, percussão e backing vocals). Sua formação original incluía fundador e guitarrista Dominic Scott, que deixou a banda em 2001. É o tipo de banda que conseguiu acertar bem na dose do pop rock. Curto muito.

Keane

A canção Thin Air fala supostamente sobre um relacionamento de vivido por Rice-Oxley-Chaplin. Realmente a letra da a entender isso. Uma possível falta de sintonia e de alcance entre duas pessoas. A melodia e o toque completa a obra. Ouça!


I can't keep up
You're moving too fast
Sexta-feira! Mais um #NaMinhaPlaylist. Dessa vez com Iron & Wine, que apesar do que o nome possa sugerir, não é o nome de uma banda, mas o nome de um cantor e compositor norte-americano, Samuel “Sam” Beam (mesmo que ele se apresente com uma banda).

As influências de Sam compreendem, principalmente, Nick Drake (seus três álbuns entre os melhores da história, na revista TIME e Rolling Stones) e JJ Cale (responsável pela música Cocaine, do Eric Clapton, e dois sucessos da banda Lynyrd Skynyrd).

Iron & Wine

Sam é um poeta, e não há nada em suas músicas que esteja lá por acaso. Assim, ele brinca com a sintaxe e a métrica, além de usar um pouco de percussão e mudanças de andamento (compasso), para alcançar ao máximo o que ele deseja expressar. Isso, lógico, aliado à sua bela voz (uma voz suave, de alguém que já viu o pior da vida, mas encontrou sua paz).

Gosto da canção ''Sunset Soon Forgotten'', na qual compartilho aqui. Faz parte do álbum ''Our Endless Numbered Days'' que trata do amor e da morte, e o relacionamento entre os dois; mas feito de uma forma que parecesse uma conversa casual, entre o próprio casal, ou uma lembrança.

Capa do álbum

Já a canção, ''Sunset Soon Forgotten'' aborda a pureza da infância, e como as memórias antigas ecoam em nossas mentes, de tempos mais simples e ordinários. Ouça!



Be this sunset soon forgotten...
Um pequeno segredo... A maior aventura deles!

O filme é sobre um garoto chamado Ali (interpretado por Amir Farrokh Hashemian) que perde os sapatos da irmã, Zahra (interpretada por Bahare Seddiqi). Ele os leva ao sapateiro para fazer alguns reparos e, no caminho de casa, quando ele pára para pegar legumes para sua mãe, um coletor de lixo cego os leva acidentalmente. As duas crianças são de uma família pobre, eles temem contar aos pais e decidem resolver o problema sozinhos. Ali encontra uma solução: como ele estuda à tarde e ela estuda de manhã, eles revezam os sapatos do Ali, ao mesmo tempo em que o menino procura meios de conseguir algum dinheiro ou novos sapatos. A situação mostra a confiança mútua e o carinho entre as duas crianças, numa história simpática e sensível.

A história mostra um lar com muito amor, respeito, disciplina e honestidade, o que nos faz entender que os valores familiares foram repassados para as crianças desde cedo. A valorização da honestidade, independente das dificuldades, é destacada no filme. E assim, sem os pais desconfiar de nada, surge uma oportunidade para Ali solucionar o problema. Uma competição entre escolas em que o prêmio para o terceiro lugar é um par de sapatos. Mesmo com o tênis velho, que não proporciona a Ali condições de competir de igual com as outras crianças, ele consegue se inscrever na corrida. E quando chega o dia, ele corre, corre e corre… visando não o primeiro lugar, mas sim o terceiro lugar justamente para conseguir um novo par de tênis.

É uma produção iraniana premiada, originalmente chamada Bacheha-Ye Aseman e Children of Heaven no mercado norte-americano, lançada em 1997 com direção e roteiro de Majid Majidi. Foi indicado ao ''Melhor Filme Estrangeiro'' do Oscar em 1999.

Filhos do Paraíso (Bacheha-Ye aseman, 1997)

Bem, o que escrever mais? Resumo essa obra em ''Inocência''! A inocência de uma criança é algo tão lindo de se assistir. Isso me faz lembrar do meus tempos de infância e de escola. Aproveito para relembrar um acontecimento da minha infância. Uma vez fui com um calção rasgado para a aula e não contei para minha mãe com medo dela brigar. O motivo? o calção era novo e eu acabei rasgando ele numa brincadeira de criança. Com medo de contar a ela e brigar comigo. Claro que são circunstâncias diferentes. Voltando ao filme, foi tão bom ver irmã mais nova, apesar de sofrendo por estar sem seus sapatos e por ver as companheiras de escola com novos sapatinhos, ela continua ao lado do seu irmão. A maturidade precoce que os dois tiveram que adquirir para poder compreender a situação que viviam. Com certeza recomendo esse maravilhoso filme. É uma história bem simples, mas com uma carga enorme de delicadeza e humanidade. “Filhos do Paraíso” é um enorme aprendizado, mostrando que mesmo numa vida humilde, a dignidade e o caráter são essenciais.
Estava eu lá zapeando na televisão e descobri uma série com o título interessante “Deus me adicionou” (“God friended me”, no original). “Deus não existe”, é o que diz Miles, entre risos, em seu podcast. Mas enquanto Miles diz não acreditar em Deus, Deus acredita nele. Além disso, Deus - ou, deveríamos dizer, "Deus" - quer um relacionamento com ele.

Até que um tal “Deus” quer ser seu amigo nas redes sociais e sabe de tudo, prevê tudo e controla tudo. Acreditar ou não acreditar, Hein Miles? Essa é a questão da série “Deus me adicionou”, a série que põe à prova a fé por meio de caminhos e mensagens misteriosos no celular.

Na série descobrimos que é preciso mais do que um simples pedido de amizade no Facebook para convencer Miles da realidade de Deus, naturalmente. As feridas espirituais que ele carrega são profundas demais para isso. Ele imagina que o homem ou a mulher por trás do perfil no Facebook está ''trollando'' ele.

God Friended Me

Uma vez “amigo de Deus”, Miles recebe novas sugestões de amizade. Não demora a descobrir que os nomes sugeridos são pessoas que ele deve salvar. E, assim, ele vai se envolver com outras pessoas e entrar em conflito com sua (falta de) fé. A cada nova episódio, uma nova “salvação”.

Sozinho ninguém chega a lugar algum, e Miles vai contar com a ajuda da jornalista Cara Bloom (interpretada por Violett Beane), uma das pessoas que ele ajudou; do hacker Rakesh (interpretado por Suraj Sharma), que vai, a todo custo, tentar desmascarar o “Deus” do Facebook; e de Ali (interpretada por Javicia Leslie), sua irmã, que é estudante de psicologia durante o dia e à noite trabalha num bar.

Através do relato de “Deus”, Miles, Rakesh e Cara estão se conectando e com pessoas profundamente carentes: os pobres, os que sofrem com traumas e raiva. Miles começa a servir como mãos e pés de seu amigo divino do Facebook - ajudando as famílias a consertar seus relacionamentos, dando uma ou duas palavras orientadoras a alguém em uma encruzilhada moral. Quem quer que seja Deus, ele (ou ele) tem um talento real para saber quem poderia usar alguma ajuda oportuna.

Ao longo do caminho, talvez Miles, Rakesh e Cara também possam encontrar maneiras de curar suas próprias feridas. De fato, o processo já começou. Cara se reúne com sua mãe, que deixou a cidade quando Cara era apenas uma garotinha. Rakesh aprende a importância da vulnerabilidade. E Miles começa a dar os primeiros passos para se reconciliar com seu pai pastor, Arthur, que ficou profundamente magoado quando Miles se afastou da fé.

Interessante mencionar que “Deus me adicionou” me lembra uma comentada série aqui chamada “O Toque de um Anjo” que acompanhei na infância. Na época exibida em inúmeros horários na grade da Warner Channel, principalmente no horário das 13h, justamente esse horário que foi ao ar essa série nova série, também na WB. 

Apesar da comédia por trás dessa série, eu gostaria de algo mais firme e dramático igual já vi em outras produções do gênero. Em um cenário televisivo saturado de dramas sombrios, com bruxas, vampiros, lobisomens, assassinatos etc.. “Deus me adicionou” vem com uma proposta quase esquecida da televisão e até executa bem. Infelizmente tive a grata surpresa do cancelamento da série, uma pena.

Eu soube até mesmo que o Brandon Micheal Hall, estrela da série, é cristão. Sua mãe na vida real era pastora e ele cresceu na igreja: então, interpretar um ateu, ele admite, foi um desafio. "Gosto de assumir papéis desconfortáveis", disse ele durante uma entrevista. Ele acrescentou que o programa foi desenvolvido para facilitar conversas sobre um dos assuntos mais importantes, mas delicados da atualidade: a fé.

Considero a série ambiciosa (no melhor sentido), até audaciosa, em seus objetivos. Em um cenário televisivo em que a religião é frequentemente retratada como uma ferramenta cruel, ou feita de zombaria pela maior parte da indústria ou um traço de caráter risível, a série sugere que Deus e a fé podem ser condutores para mudanças bem-vindas, remédios para nossos tempos conturbados. Como mencionado, parece um pouco a série, O Toque de um Anjo e até mesmo "Joan of Arcadia" (que também já comentei por aqui). Por isso, recomendo!
Alguém questionou há uns dias, em uma conversa, o porquê das pessoas não enxergarem o óbvio, de se negarem a ver as coisas como realmente são. Esse alguém estava compreensivelmente indignado com tanta coisa ruim que acontece no mundo, tanto no âmbito coletivo, com toda a humanidade passando por problemas sérios (aquecimento global, guerras, corrupção nos governos de muitos países, injustiças etc.) como no âmbito individual (as relações se tornam cada dia mais superficiais, as pessoas se identificam mais com a matéria do que com o espírito, o amor é uma palavra em moda, mas sem que seja vivido como deveria, etc.). Discutimos sobre o assunto e sobre as possíveis causas, inclusive aquelas apontadas por autores diversos por aí, mas constatamos que muitas explicações perdem a consistência quando são refletidas com maior profundidade. A falta de educação, que na opinião de alguns faz com que a “massa cinzenta” tenha um raciocínio limitado, fazendo-a viver praticamente sem pensar, por exemplo, não vale como argumento, já que há pessoas com boa formação, acadêmicos e até mesmo cientistas que se negam a enxergar o óbvio da mesma forma. Outros argumentam com a manipulação das pessoas pela mídia, pela televisão, pelas revistas, pelos jornais, pela internet… Constatamos de fato que essa manipulação existe, mas também isso não parece ser o motivo mais profundo de tamanha “cegueira”, pois uma manipulação deveria perder seu poder sobre uma pessoa assim que ela toma consciência de que está sendo manipulada. Como essa manipulação da mídia é conhecida e muitos de nós sabemos que ela existe, ela também não pode ser a causa das pessoas “virarem a cabeça, fingindo não ver o que estão vendo”. E refletimos ainda sobre outros aspectos, sobre outras possíveis causas, como o consumismo, o egoísmo e o imediatismo das pessoas, mas não chegamos a nenhuma conclusão. Somente alguns dias depois, refletindo sozinho, é que encontrei o motivo que acredito ser o principal de tal comportamento: MEDO. Medo de enxergar, medo de entender, medo da clareza, que, por um lado, nos leva um passo adiante, mas, por outro, aumenta nossa responsabilidade, faz com que surjam novas perguntas e torna nossa vida mais complicada, mesmo que mais plena.

Sim, a clareza, que é poderosa e pesada: poderosa porque nos torna seres mais independentes, autárquicos, críticos e plenos, mas pesada porque ter clareza significa perder a ilusão, ver a vida e o mundo como realmente são, faz com que deixemos (pelo menos um pouco) de ser “animais de rebanho” e, ao invés de seguir os outros simplesmente, começamos a questionar o caminho, o que nos traz problemas de convivência com os demais, pois muda nossa mentalidade, fazendo-nos refletir sobre nossas relações, sobre nossas necessidades, sobre nossos sonhos e ideais e “complicando” nossa vida, já que ela (a clareza) faz com que determinados modelos sejam indagados e mesmos rejeitados, derrubando literalmente certas convenções, muitas vezes sem que já haja uma nova convicção, ou seja, com o aumento da clareza, nos despedimos de algo antigo, que já carregamos conosco talvez por uma vida inteira, sem que saibamos ainda o que nascerá no lugar disso. E isso mete medo!

O poder e o peso da clareza

Veja só como a clareza “complica” nossa vida: imaginemos uma pessoa que adora curtir a vida e que come e bebe de tudo, doces, salgados, fast food, carne, conservas, refrigerantes, bebidas alcoólicas e tudo que ela acha que tem direito, sem nunca refletir sobre isso (=falta de clareza). Um dia, essa pessoa lê por acaso em algum lugar sobre a importância de se alimentar bem, já que nosso corpo produz diariamente e durante toda a vida novas células e essas células são compostas daquilo que ingerimos, e que uma boa alimentação é o requisito principal para que possamos levar uma vida saudável. Imagine agora as possíveis reações dessa pessoa: a) pode ser que ela realmente entenda e interiorize o que leu, refletindo profundamente sobre a importância de se alimentar bem, concluindo que seria sensato ter mais cuidado com o que ela come. Essa pessoa vai ter então que mudar seus hábitos, ler embalagens dos alimentos que compra, estudando os ingredientes, questionando se aquilo tudo realmente fará bem a seu corpo, e ela vai deixar de comer (ou comer menos) no McDonald’s ou na lanchonete da esquina, cozinhando mais vezes ela mesma e tendo muito trabalho para que sua alimentação seja realmente saudável. Se isso acontecer, a pessoa terá se decidido pela CLAREZA e por uma vida mais “complicada”. Ou ela se decide pela outra opção: b) o texto lido é ignorado, essa pessoa irá, no máximo, fazer uma observação do tipo “que besteira!” ou “sempre comi o que quero e isso nunca me fez mal!” e descartará a clareza, optando por continuar se alimentando da mesma forma como até agora, sem ler as embalagens, sem refletir sobre o efeito de certas substâncias sobre seu corpo, fazendo de conta que aquele texto nunca existiu. Se isso acontecer, a pessoa terá se decidido pela FALTA DE CLAREZA e por uma vida mais “simples”.

É claro que a opção b) mostra em primeiro plano um COMODISMO da pessoa, mas acredito veemente que a verdadeira causa seja MEDO. E para explicar isso, tenho que ir um pouco mais a fundo na análise desse comportamento humano:

Em minha opinião, o ser humano é movido por dois impulsos básicos: a necessidade de sobreviver e a vontade de ser feliz. O sobreviver é mais fácil, já que é guiado por nossos instintos, coisa que recebemos da natureza, que funciona sempre mais ou menos, mesmo que muitas vezes agimos contra aquilo que é natural. Mas a coisa complica quando se trata do anseio de ser feliz. Quando não saciado, esse anseio pode se transformar em angústia, em aflição, algo nada agradável, que tentamos evitar a qualquer custo. Assim, com medo de sermos infelizes, buscamos a felicidade imediata em tudo que fazemos, tentando achar sempre o caminho mais fácil e curto, pois não queremos sentir tal angústia/aflição. O problema aqui é que, ao agir de tal modo, nos iludimos, já que essa felicidade imediata permanece sempre na superfície, nos tornando igualmente superficiais. Começamos a redefinir a felicidade de uma forma sem muita consistência, buscamos saciar nosso anseio com coisas materiais e, no final das contas, acreditamos que somos felizes quando compramos ou mais ainda quando ganhamos um novo iPhone, um carro, uma moto ou mesmo um secador de cabelos. Mas, assim que temos aquele objeto tal almejado, percebemos que a alegria (que confundimos com felicidade) passa rápido, que nos sentimos logo vazios e que precisamos de outro “brinquedo” para distrair nossa angústia emergente, e assim nos tornamos vítimas cativas do consumismo. Ou então nos entregamos a uma vida cheia de divertimentos, festas a cada fim de semana (ou várias vezes por semana!), bebemos, usamos drogas, vivemos relações “amorosas” diversas sem nenhum elo mais profundo, escutando música alta o tempo todo (=fugindo do silêncio!) ou nos entregamos ao mundo de fantasia apresentado pela TV ou pela internet, sem que isso nunca seja suficiente, fazendo com que queiramos sempre mais, e assim nos tornamos vítimas da distração eterna e da manipulação (pela TV, por redes sociais na internet, por quem organiza eventos e precisa de público que pague os custos e o lucro, etc.).

Tanto de uma forma como de outra, isso não é saudável e, pior ainda, isso não leva a lugar algum. Temos medo de ser infelizes, tememos a angústia, tememos até mesmo perceber que somos frágeis, que somos passageiros, que tudo e todos um dia terminarão de existir (neste mundo). Assim tentamos distrair essa angústia, essa aflição, correndo o tempo todo atrás de alguma coisa que desvie nossa atenção, atrás da “injeção de felicidade imediata” que nos traz acalanto e paz interior, mesmo que somente aparentes.

Sou convicto de que todos nós, no fundo, sabemos disso, mas temos medo de abandonar uma trajetória percorrida até agora por estarmos familiarizados com ela, porque achamos mais fácil nos prender a uma “felicidade” trazida por um milhão de coisinhas passageiras e superficiais do que buscar uma felicidade profunda e plena, que nos traga acalanto e paz interior de verdade. E temos medo de que, sem todos “apetrechos” à nossa volta, percebamos que não somos tão felizes assim, que nossas amizades não sejam tão boas assim, que nosso desejo de ser feliz e amado é muito mais profundo do que parece, que nossa alma precisa de muito mais. Assim, com medo de enxergar a fundo e ver o que está por trás da fachada, preferimos viver sem clareza, acreditando que isso nos levará a algum lugar. Mas, como já dito, isso não é verdade e o efeito atingido é exatamente o contrário do que o desejado ardentemente: sempre teremos momentos de lucidez que nos mostrarão que, no fundo, somos infelizes. Se formos espertos, reconhecemos esses momentos de lucidez como um convite a refletir, a buscar maior clareza e uma felicidade real e profunda. Mas, se formos medrosos, vamos optar por tomar mais uma “injeção de consumo e distração” e, como um viciado em drogas, confundir mais uma vez essa embriaguez com a realidade.

Apesar de pesada, a clareza tem uma vantagem muito grande em relação à falta dela: ela nos torna mais conscientes do que e de quem somos, nos torna mais livres, mais abertos para o que é autêntico e nos permite conhecer uma felicidade realmente verdadeira.

Ser feliz é encontrar dentro de si aquele sentimento que conhecemos de nossa infância, quando vivíamos aqui e agora, sem preocupações e sem máscaras, quando éramos porque éramos e não porque tínhamos alguma coisa, quando tínhamos uma consciência bela e pura de que felicidade simplesmente existe, sem precisar de apetrechos, status, enfeites, fama ou seja lá do quê. Ser realmente feliz significa trabalhar em si mesmo, conquistar seu espaço nesse mundo, sentir e respeitar seu valor como ser humano e perceber que a felicidade é bem mais do que a alegria passageira trazida por algo material. O caminho que devemos seguir é longo, e esse caminho é a vida, nossa vida, que quer e deve ser vivida em sua plenitude, com seus dias de sol e chuva, com as alegrias e tristezas, com os dias e as noites, com suas fases felizes e outras menos felizes. Sim, um caminho muitas vezes pedregoso, mas vale a pena segui-lo, mesmo porque não há alternativa, a não ser viver como alguém que corre da luz, do óbvio, da clareza, acreditando ser feliz sem ser, vulnerável a sofrer assim que a “dose cotidiana de sua droga” (consumo e distração) lhe falte. Esse longo caminho comparo ao Níger, na África, um dos rios mais longos do mundo. Ele praticamente morre bem perto do lugar que nasce. Para ser feliz, você tem que seguir o rio assim mesmo, pois não há atalhos que levem rapidamente da nascente à foz. A tentação pode ser forte, já que a distância é pouca, mas não vale e pena tentar, pois, mesmo que você consiga cortar o caminho, sua felicidade jamais será a mesma de alguém que seguiu todo o percurso do rio por vários mil quilômetros.

Se você é um ser humano que deseja crescer, amadurecer e (!) ser realmente feliz, não tenha então medo da clareza, de ver as coisas com sobriedade e como realmente são. E, mesmo que a clareza seja “pesada”, nunca esqueça que você é forte o suficiente para carregá-la.

Por Gustl Rosenkranz
A cada dia tento me conectar cada vez mais com Deus, seja conversando em silêncio com ele enquanto faça as atividades do dia a dia, seja ajudando o próximo e tentando ser uma pessoa melhor. Algumas músicas realmente me inspiram e eu compartilho aqui.

O NewSong é um grupo de música cristã contemporânea americana que foi fundado em 1981, em Morningside Baptist Church em Valdosta, Georgia. Eles colecionam doze indicações ao GMA Dove Award (é como se fosse o Grammy da música cristã) e uma indicação ao Grammy. Eles são os fundadores do Winter Jam Tour Spectacular , a maior turnê anual de música cristã dos Estados Unidos. Começou em 1995 e é hospedado pelo NewSong. Winter Jam teve muitos dos artistas contemporâneos mais populares se apresentando todos os anos, incluindo TobyMac, Hillsong UNITED, Newsboys, Lecrae, MercyMe e Skillet. Newsong apresenta ótimas canções de adoração, My Glorious é uma delas.

NewSong
Compartilhar sua fé através da música sempre foi a força motora por trás dessa imensamente popular banda americana, que vendeu quase 2 milhões de álbuns e muitos hits no #1 no currículo.

A música ''My Glorious'' faz parte do álbum Rescue lançado em 2005. Este emocionante álbum marca o primeiro CD de adoração ao vivo da banda, misturando músicas de adoração novas, em rápido crescimento e conhecidas, trazendo uma nova e sincera oferta de adoração.


Deus é maior do que o ar que eu respiro
Parece ser duro olhar para frente e parecer tudo tão distante. A todo instante, te pressionam a olhar para trás e ver que tudo poderia ter sido mais forte, menos difícil e até melhor aproveitado. Quando você pensa que já é mais forte do que poderia ser, a vida te puxa pelos pés, te dá um peteleco na orelha e cospe na tua cara e ainda ri da tua cara de susto. E, ao pensar que é demais para aguentar, o próprio orgulho busca um pouco mais. Em todo momento que pensei que era responsável pelo meu próprio destino, percebi que há forças que não me atrapalham, tampouco me ajudam, porém servem para moldar meus objetivos, instituir minha audácia e até instigar meus momentos de loucura. Vi o sol nascer, encontrei motivos para gargalhar enquanto refletia, mas também vivi a cólera dos meus dias e, bestializado, vi o mundo ao redor perder sentido. E tudo por causa da insistência, da minha cabeça dura e, sobretudo, de sentimentos que só eu conheço e só eu mesmo soube alimentar. Já dizia Guimarães Rosa: “O importante e bonito do mundo é isso: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas, mas que elas vão sempre mudando. Afinam e desafinam”. Enquanto canções me compreendem ou me esbofeteiam, enquanto meus livros se entregam ao mofo e a TV fala sozinha, só vou criando coragem para me reconciliar com tudo que já passou e me preparo para desafios novos, esperanças novas. Percebo que o mundo me cobra um pouco mais, que eu posso mais. Tudo está mudando, nem sempre sinto o mesmo, mas eu encontrei um mundo no qual me fechei e deixei de fazer parte disso. Ao fim de tudo, só sei que preciso voltar ao jogo para conhecer as regras, para desobedecê-las ao criar as minhas. Diferentemente da canção de hoje, ainda posso lembrar meu nome. É ele que me vale, pelo menos por enquanto!

Texto que compartilhei junto com a música Everybody's Changing, da banda Keane. Agora compartilho a canção Bedshaped.

Keane

Keane é uma banda inglesa de rock alternativo da cidade de Battle, East Sussex. É formada por Tim Rice-Oxley (compositor, piano, sintetizadores, baixo e vocal de apoio), Tom Chaplin (vocalista, guitarra acústica e elétrica), Jesse Quin (baixo, percussão, guitarra e vocais), e Richard Hughes (bateria, percussão e backing vocals). Sua formação original incluía fundador e guitarrista Dominic Scott, que deixou a banda em 2001.

A canção ''Bedshaped'' faz parte do álbum Hopes and Fears, sendo lançada com single. Alcançou o número #10 no Reino Unido e também se tornou um sucesso comercial na Bélgica, Dinamarca e Holanda. 

Segundo os compositores, a música é sobre sentir que você foi "deixado para trás" por um velho amigo ou amante e espera que você se reencontre um dia para poder viver o fim de suas vidas juntos do jeito que começaram (...) a esperança de que eles acabem querendo fugir das luzes brilhantes e voltar para casa. é uma música triste e com raiva, mas também cheia de esperança. Acho que estou certo ao dizer que, no hospital, quando alguém está doente e tem que passar muito tempo na cama, pode se tornar 'Bedshaped' (tradução: forma de cama). Parece um pouco deprimente (...) mas no contexto da música da pra sugerir velhice e fragilidade. Ouça!


And up we'll go...
Encerrando a noite de sábado do dia 4 de abril de 2020, vamos ao som de Seal #naminhaplaylist. Seal é um cantor britânico, de origem nigeriana. Entre seus maiores sucessos, está a canção Prayer for the Dying. No total, o cantor já ganhou três prêmios Brit Awards, na categoria de melhor cantor masculino, quatro prêmios Grammy e um MTV Video Music Awards. Já vendeu 15 milhões de cópias no mundo todo até hoje.

Seal

A canção ''Prayer for the Dying'' lançada em maio de 1994, um ano antes de vos quem escreve nascer. A canção foi escrita pelo próprio Seal, ganhando destaque nas paradas musicais. Ouça!



Life carries on... it goes on.
Sábado a noite decidi postar aqui post duplo #naminhaplaylist, começando com Toad the Wet Sprocket. Uma canção que ouço nas minhas noites em claro.

Com toda certeza e provas (Spotify se responsabilizou por isso), a banda que mais ouvi em 2019 foi Toad the Wet Sprocket. Vale a pena apresentar para quem ainda não conhece o som deles. O TTWS é uma banda de rock alternativo formada no ano 1986 em Santa Bárbara, Califórnia. Ganharam certo prestígio na cena do rock alternativo dos anos 90, gerando uma boa quantidade de singles, e foi uma das bandas que gerou o "Modern Rock", um subgênero do rock alternativo mais voltado para as rádios. A banda é formada por Glen Philips nos vocais e guitarra rítmica, Todd Nichols na guitarra solo e backing-vocals, Dean Dinning no baixo e backing-vocals e Randy Guss na bateria, e hoje a banda conta com o tecladista Jonathan Kingham.

Toad the wet Sprocket

Com o bom e velho rock alternativo, a canção ''Stories I Tell'' faz parte do álbum Fear, lançado em 1991, sendo o terceiro álbum de estúdio da banda, trazendo músicas inteligentes e cativantes. Stories I Tell foi escrita pelos próprios membros da banda. Aumenta o som e aprecie.


Just someone to listen to stories I tell
Quem toca essa música do agora? Em volta de você, entrando por seus ouvidos, tocando na sua alma, esse som que você escuta, que música é essa tocando agora? Você consegue me dizer? Não? Tente.

Nesse momento existe apenas uma música. Um acorde, uma palavra, um sussurro, um barulho longe, uma música. Nem antes, nem depois, mas no agora. O que está em execução? O que diz essa palavra, para onde ela leva o seu pensamento, o seu coração, para onde leva essa música, para agora? Claro, você pode ouvir outro som, outra música daqui a pouco, logo depois. 

Você já ouviu muitas outras antes. Mas e essa, agora? Essa única, sozinha, fazendo parte da paisagem, dando o tom da conversa, a trilha sonora de agora? Que música é essa, de onde ela veio, ela se parece com o quê? Ela se parece com outra música, de outra pessoa, de outra época? Ou é só uma solitária música? Qual a família dessa distorção, dessa língua, desse desarranjo que você agora escuta? Ela te faz bem? Não?

Você pode até sentir algum ódio dessa música, pode ter vergonha das lágrimas que ela te desperta, ainda que não chore, agora. O quê te lembra essa música, que ninguém precisa, que ninguém preocupa, que ninguém liga pra ela? E porquê essa música e não aquela outra?

A música de agora

São muitas perguntas, eu sei. Perguntas demais para uma desimportante peça de agora. Aquilo que soa no canto da cena, que espia do estéreo da história, que não ama. Aquilo que se chama música.
Se você quer um diploma, vá para Harvard. Se você quer uma educação, vá até o Simon Wilder.

Montgomery Kessler, um dedicado estudante da prestigiada universidade de Harvard, perde a única cópia de sua tese, que vai parar acidentalmente nas mãos de uma espécie de mendigo filósofo, chamado Simon Wilder. Desesperado para reaver sua tese, Monty faz um acordo com Simon Wilder: para cada página devolvida de seu trabalho, Monty tem que fornecer comida, abrigo, etc. Aos poucos o relacionamento dos dois fica mais próximo, e Simon ensina Monty a ser independente e pensar sozinho.

Com Mérito (With Honors, 1994)

Uma nova vida está começando para Monty (interpretado por Brendan Fraser) e seus colegas de dormitório (interpretados por Moira Kelly, Patrick Dempsey, Josh Hamilton). Eles estão prestes a aprender que se você quer uma graduação, vá para Harvard. Monty está prestes a finalizar seu TCC. Mas um imprevisto ocorre: Quando o computador quebra e ele vai tirar xerox da única cópia que tem, é que a história realmente começa. No caminho, sua cópia cai num bueiro que dá na caldeira de um prédio. Os papéis da sua tese acabam caindo nas mãos de Simon (interpretado por Joe Pesci), um morador de rua que morava por ali sem permissão. Para recuperar o material, eles fazem um acordo: para Simon lhe devolver a tese, Monty teria que cumprir alguns favores a ele, como por exemplo arrumar comida, uma casa e outras coisas. Depois de um início tumultuado e cheio de farpas, o que era uma briga acaba por se tornar o  começo de uma grande amizade entre os dois, e consequentemente com os amigos de Monty.

Assisti uma vez no SBT, porém de forma avulsa, nunca vi o começo e muito menos o fim, apenas algumas partes. Tive a chance assistir na íntegra e me impressionei com a obra. O filme consegue ser leve e bem descontraído, porém conforme o longa vai se desenvolvendo, a obra vai para um outro lado, o lado moralista, fazendo a gente refletir muito acerca da vida, trabalho, família, amizade e amor. E tudo isso apresentado de uma maneira sútil, que vamos acompanhando naturalmente quando ocorre um melhor aprofundamento dos personagens.

Uma história realmente muito boa e conseguiu me fisgar do início ao fim. Pode até ter alguns pontos repetitivos, mas, representa nada mais, nada menos, do que uma faceta da própria natureza humana. Nos mostrando que, mais do que qualquer impressão que as aparências possam causar, é sempre a essência que realmente conta no fim. Nos mostrando que somos mais do que rótulos. Afinal, independente de todo e qualquer status, condição social, diferenças políticas, religiosas, comportamentais, e outros infindáveis estereótipos nos quais a sociedade nos classifica, no final das contas, somos todos seres humanos, e ponto. É um filme que vai fundo na essência e nos proporciona uma experiência edificante e com méritos. A trilha sonora do filme é tão excelente quanto a história. Recomendo!