Essa bela frase do bruxo do Cosme velho define bem a passagem da adolescência e as desilusões e desencantos que a vida acaba reservando a todos nós. Sob um pano de fundo pop, é sobre a passagem desses anos tão marcantes que a série televisiva Dawson's Creek vai se aprofundar. Verdadeiro fenômeno televisivo do final dos anos 90, podemos afirmar que é uma série adulta sobre a adolescência . Esse parece ser um modo complexo de se entender a série, mas grande parte dos fãs abraça a ideia de que ao fim de uma jornada de auto conhecimento e descobertas é mesmo a solidão e o desencanto que os personagens encontrarão. Agora, quinze anos depois, uma das melhores séries teen de todos os tempos faz aniversário e vamos aqui elogiar, afinal ela tem envelhecido bem, basta dar uma olhadinha em seus episódios iniciais: continua atual e ao mesmo tempo dá uma sensação muito legal de nostalgia ao rever. Este post é apenas pra matar saudade, um papo sobre como foi acompanhar a série e como alguns lances dela marcaram um período legal de minha vida. Resolvi dividi-lo em temas, espero que gostem!
Estrutura da série:
Kevin Willianson, criador e principal roteirista da série sempre deixou claro que se tratava de uma história praticamente autobiográfica, e esse conceito sempre deu a entender a quem acompanhava a trama que Dawson seria seu alter ego ou coisa assim, mas em muitos momentos o autor enriqueceu nossa percepção ao afirmar que havia utilizado traços de sua adolescência em cada um dos quatro personagens principais. Isso foi uma quebra de estereótipos e tanto, afinal todo mundo acabava se identificando com um único personagem, mas se pensarmos bem acabamos carregando em nós muito do que os quatro representam.
Personagens:
Quatro personagens principais coordenam os acontecimentos e são retratados de modo envolvente:
Revendo a série, podemos verificar o quanto nossa percepção acerca de seus personagens pode ter nos enganado e isso é muito bom pois pode nos revelar amadurecimento em nossos julgamentos. Os personagens de Dawson's Creek são muito humanos, não carregam estereótipos saturados e por isso mesmo passam longe de serem perfeitos.
Um bom exemplo: Dawson Leery tem toda nossa torcida para que alcance seus objetivos e nem reparamos inicialmente o quanto ele é egocêntrico: o divórcio de seus pais vira uma lamentação sem fim e nem lembramos de comparar com a formação familiar desastrosa de Joey, Pacey e Jen, todas muito mais dolorosas que a dele. Dawson põe ainda seus interesses sempre em primeiro plano, negligenciando seu papel como amigo ou namorado. Pacey Witter, o eterno irresponsável juvenil que não se encaixa em nenhum padrão pode ser um outro exemplo, não damos a mínima para ele em uma primeira olhada e até em certos momentos nos pegamos pensando o que seu papel representa para o desenvolvimento da série. Uma segunda olhada mais calma nos revela o quanto ele é um bom ouvinte, quantas vezes salvou a pele de seus amigos e quanto a sua figura carismática nos convida a aproveitar o dia e relaxar!Grande Pacey!
Personagens secundários interessantes também não faltaram na série. A avó de Jen teve papel decisivo e participou de cenas emocionantes junto à neta rebelde (destaque para a fase do ateísmo de Jen e o próprio final dado às duas na série). Os irmãos Jack e Andy Mcphee ( Kerr Smith e Meredith Monroe) foram chegando de mansinho e deram uma contribuição e tanto para a trama, com seus respectivos dramas os tornando os favoritos de muita gente. Destaque aqui também para a terrível Abby Morgan ( Monica Keena), que apesar de não ganhar um título de vilã propriamente dito acabou muitas vezes roubando a cena durante as duas primeiras temporadas. Ela é venenosa sob medida, interfere na vida de todo mundo e mesmo que sem objetivos mais concretos, vive para infernizar os outros. Sua morte imprevisível na segunda temporada foi um golpe de mestre e deixou todo mundo que acompanhava a série de boca aberta.
Final da série:
Analisando friamente a série e deixando de lado nosso posicionamento pessoal diante dos personagens podemos notar que seu final já estava decidido desde a primeira temporada. Sim, lá foram dadas inúmeras pistas do que estava por vir e ainda que graaaande parte dos fãs tenha ficado decepcionado com os acontecimentos do último episódio, não há como negar o quanto foi um final sincero, carregado de significados reais sobre a vida. Apesar de realista, abraçando desfechos trágicos, não considero um término infeliz, o público apenas ficou acostumado demais ao básico, quando perde um pouco o controle sobre o que acredita ser o correto acaba se frustrando. Willianson cumpriu seus planos iniciais, e ao fugir do esquema de obviedades foi coerente consigo mesmo e com a proposta da série. Ainda que tenha nos presenteado com momentos de cortar o coração, a sua mensagem positiva de recomeço com certeza ganhou nosso afeto.
Kevin Willianson, criador e principal roteirista da série sempre deixou claro que se tratava de uma história praticamente autobiográfica, e esse conceito sempre deu a entender a quem acompanhava a trama que Dawson seria seu alter ego ou coisa assim, mas em muitos momentos o autor enriqueceu nossa percepção ao afirmar que havia utilizado traços de sua adolescência em cada um dos quatro personagens principais. Isso foi uma quebra de estereótipos e tanto, afinal todo mundo acabava se identificando com um único personagem, mas se pensarmos bem acabamos carregando em nós muito do que os quatro representam.
Personagens:
Quatro personagens principais coordenam os acontecimentos e são retratados de modo envolvente:
- Dawson Leery ( James Van der Beek) é o eterno adolescente sonhador que parece não querer crescer (seria a síndrome de Peter Pan de Spielberg tão discutida no início da série?). Ele deseja ser cineasta, daí tantos filmes serem usados como referência em episódios na série.O quarto de Dawson, repleto de posters e elementos da sétima arte geralmente é o ponto de partida da maioria dos episódios e isso funciona como uma metáfora, já que é de um ambiente seguro e familiar que o jovem deve partir para enfrentar o mundo.
- Joey Potter ( Katie Holmes)é a amiga de infância que quer crescer, mas para vislumbrar novos horizontes precisa se conscientizar de sua própria beleza e inteligência. Amizade e amor se confundem na cabeça de Joey e Dawson e isso acaba se tornando o principal plot da série.
- Jen Lindley ( Michelle Willians) é a garota que já cresceu em diversos aspectos negativos e precisa juntar seus cacos após diversas experiências frustantes. Ela vai morar com a avó na pacata Capeside e acaba mexendo com o coração de Dawson, mas será que o ritmo lento de uma cidade interiorana será de grande ajuda para a garota?
- Pacey Witter ( Joshua Jackson), grande amigo de Dawson ele não cresceu sob vários aspectos ( é o moleque da série) mas tem mais maturidade do que possamos inicialmente visualizar. O péssimo relacionamento dele com o pai rende alguns episódios memoráveis.
Revendo a série, podemos verificar o quanto nossa percepção acerca de seus personagens pode ter nos enganado e isso é muito bom pois pode nos revelar amadurecimento em nossos julgamentos. Os personagens de Dawson's Creek são muito humanos, não carregam estereótipos saturados e por isso mesmo passam longe de serem perfeitos.
Um bom exemplo: Dawson Leery tem toda nossa torcida para que alcance seus objetivos e nem reparamos inicialmente o quanto ele é egocêntrico: o divórcio de seus pais vira uma lamentação sem fim e nem lembramos de comparar com a formação familiar desastrosa de Joey, Pacey e Jen, todas muito mais dolorosas que a dele. Dawson põe ainda seus interesses sempre em primeiro plano, negligenciando seu papel como amigo ou namorado. Pacey Witter, o eterno irresponsável juvenil que não se encaixa em nenhum padrão pode ser um outro exemplo, não damos a mínima para ele em uma primeira olhada e até em certos momentos nos pegamos pensando o que seu papel representa para o desenvolvimento da série. Uma segunda olhada mais calma nos revela o quanto ele é um bom ouvinte, quantas vezes salvou a pele de seus amigos e quanto a sua figura carismática nos convida a aproveitar o dia e relaxar!Grande Pacey!
Personagens secundários interessantes também não faltaram na série. A avó de Jen teve papel decisivo e participou de cenas emocionantes junto à neta rebelde (destaque para a fase do ateísmo de Jen e o próprio final dado às duas na série). Os irmãos Jack e Andy Mcphee ( Kerr Smith e Meredith Monroe) foram chegando de mansinho e deram uma contribuição e tanto para a trama, com seus respectivos dramas os tornando os favoritos de muita gente. Destaque aqui também para a terrível Abby Morgan ( Monica Keena), que apesar de não ganhar um título de vilã propriamente dito acabou muitas vezes roubando a cena durante as duas primeiras temporadas. Ela é venenosa sob medida, interfere na vida de todo mundo e mesmo que sem objetivos mais concretos, vive para infernizar os outros. Sua morte imprevisível na segunda temporada foi um golpe de mestre e deixou todo mundo que acompanhava a série de boca aberta.
Final da série:
Analisando friamente a série e deixando de lado nosso posicionamento pessoal diante dos personagens podemos notar que seu final já estava decidido desde a primeira temporada. Sim, lá foram dadas inúmeras pistas do que estava por vir e ainda que graaaande parte dos fãs tenha ficado decepcionado com os acontecimentos do último episódio, não há como negar o quanto foi um final sincero, carregado de significados reais sobre a vida. Apesar de realista, abraçando desfechos trágicos, não considero um término infeliz, o público apenas ficou acostumado demais ao básico, quando perde um pouco o controle sobre o que acredita ser o correto acaba se frustrando. Willianson cumpriu seus planos iniciais, e ao fugir do esquema de obviedades foi coerente consigo mesmo e com a proposta da série. Ainda que tenha nos presenteado com momentos de cortar o coração, a sua mensagem positiva de recomeço com certeza ganhou nosso afeto.