Inspirado no best-seller do The New York Times, o filme ''Extraordinário'' conta a inspiradora e emocionante história de August Pullman. Ele é um garoto que nasceu com uma deformidade facial, o que fez com que passasse por 27 cirurgias plásticas. Aos 10 anos, ele irá frequentar uma escola regular, como qualquer outra criança, pela primeira vez. No quinto ano, ele precisa se esforçar para conseguir se encaixar em sua nova realidade.

Tem dias que a gente acorda se achando feio, para baixo e sem muita perspectiva, ainda mais quando somos/estamos fora dos padrões, afinal, beleza é algo relativo. Baixa autoestima e consciência das limitações estético-midiáticas são coisas diferentes, ocorre porém, que muita gente as misturam.

Este não é exatamente o caso do protagonista de Extraordinário (Wonder, título original). Auggie (interpretado por Jacob Tremblay) nasceu com uma grave deformação no rosto. Depois de tantas cirurgias ao longo dos 9 anos de idade, ele consegue ter uma vida normal, fisiologicamente falando, entretanto, a vida social é um desastre, já que sua aparência o faz ser tratado como uma berração pelos colegas da escola.

Wonder

Consciente da péssima impressão que causa nas pessoas, Auggie não se coloca no lugar de vítima, pelo contrário, no geral, leva o barco com serenidade, e às vezes até com um otimismo que parece possível somente no cinema. Apesar da difícil situação exposta, o filme narra a história com elementos dignos de comédia romântica. O roteiro é bastante inteligente ao não vitimizar Auggie. Ele é um garoto inteligente e sabe que é diferente de outras crianças, mas não busca tratamento desigual. Auggie quer apenas ser uma criança comum. Para todos nós, em geral, a aparência física é um assunto delicado. Para Auggie, o drama é real. O feriado favorito do garoto é o Dia das Bruxas, quando ele sente-se “normal” ao usar fantasias com máscara e seu brinquedo favorito é um capacete de astronauta que cobre o rosto todo.

A grande surpresa do filme é a forma como a história é contada. O roteiro mostra o ponto de vista de outros personagens além do protagonista. Isto dá ao filme um ótimo recurso narrativo. O normal, em um drama desse tipo, seria apresentar o esforço dos pais em torno do problema do filho e, embora isto também seja abordado, o diretor do filme opta por apresentar o ponto de vista de pessoas que orbitam ao redor de Auggie, como Via (interpretada por Izabela Vidovic), a irmã mais velha. Assim, o espectador enxerga o quanto as questões do menino afetam a vida de quem está ao seu redor, como também cria empatia para com os personagens que fazem parte da história do menino. No caso de Via, sem poder se dar ao luxo de reclamar atenção dos pais devido aos cuidados constantes com o caçula, a jovem sofre perdas difíceis em uma fase que é conturbada para qualquer adolescente.

Bom, não é um longa que te obriga a chorar, mas é difícil chegar ao final sem derramar nenhuma lágrima com a história de Auggie. Enfim, um filme que consegue transmitir o alerta sobre o bullying dentro e fora do ambiente estudantil e como as pessoas são diferentes umas das outras, mas que o respeito e a aceitação são sempre mais importantes. Isso deveria ser mais trabalhado nas escolas. Recomendo!
Depois que os melhores amigos e sua namorada morrem em um trágico acidente, Kevin acha que correr permite que ele se lembre deles perfeitamente. A corrida, no entanto, também lhe traz uma certa notoriedade, e ele logo se vê preso entre manter vivo o passado e fazer novas lembranças no presente. O filme de #81 é Coração de Correr (1 Mile to You, no original).

Lançado em 2017, o filme apresenta uma historia dramática onde uma equipe colegial de atletismo participa de um campeonato e o jovem Kevin (interpretado por Graham Rogers) consegue escapa do trágico acidente que levou todos seus amigos de equipe e sua namorada. Com isso o jovem atleta com um grande potencial tenta se afastar do esporte, mas para manter sua bolsa de estudos tem que participar das atividades esportivas do novo colégio, durante os treinos e competições ele usa a perda de seus amigos como uma arma para superar a dor do corpo e com isso se torna um grande corredor.

1 Mile to You

É um filme que leva a reflexão que por mais talentoso que você possa ser, haverá momentos conturbados, em que terá que lutar contra você mesmo, com seus sentimentos, e buscar forças para superar os problemas do dia dia. 

O interessante do filme é que o protagonista não demonstra uma superação repentina, tão típica de outros filmes do gênero, mas sim algo mais real, como o modo que cada um encara o luto e a dor da perda, seja na figura do protagonista ou do pai de um de seus amigos que morreram. A abordagem emocional do filme é bem profunda. Não é uma história romântica, é uma história de luto e empatia. Não consegui não me colocar no lugar dele, pois nunca passei por algo semelhante. 

Perder seus amigos de forma tão trágica é uma marca profunda que ele sempre vai carregar. Algumas pessoas superam rápido, outras levam mais tempo e algumas nunca superam. Talvez por isso eu tenha gostado tanto. É tão triste e bonito ao mesmo tempo. Nos faz pensar o quanto a morte é, muitas vezes, repentina, e o quanto de sequelas psicológicas tal situação pode deixar, às vezes para sempre, na vida daqueles que ficam. Cada um se agarra em alguma coisa para superar problemas, principalmente a morte de um ente querido, no caso de Kevin foi a corrida que o fez ficar mais forte para superar tudo e todos. Filme disponível na Netflix Brasil. Recomendo a todos!
Annabel passou grande parte de sua infância sem poder levar uma vida normal, devido a um grave problema digestivo. Certo dia, quando tem a oportunidade de sair para brincar com suas irmãs,ela cai e bate com a cabeça em uma árvore. No entanto, ela não morre. Voltando a consciência, ela afirma ter visitado o paraíso para, em seguida, descobrir estar curada de sua doença crônica. ''Milagres from Heaven'' (Milagres do Paraíso, título no Brasil) é o filme de #80 no blog.

Baseado em uma história real de Christy Beam que lançou o livro de mesmo nome, o filme é sobre acontecimentos na vida de sua filha Annabel Beam, Milagres do Paraíso relata o drama vivido pela autora depois que uma de suas filhas foi diagnosticada com uma rara e excruciante doença, cujo tratamento é penoso e custoso. Desenganada pela medicina, o destino da menina foi alterado graças a uma suposta intervenção divina. No filme, Christy é vivida por Jennifer Garner, enquanto a garota doente, Annabel, é encarnada pela atriz mirim Kylie Rogers.

Miracles from Heaven

Uma família típica, pai, mãe e tres filhas que vivem no interior e vão todos os finais de semana a igreja. Aparentemente fiéis a Deus. A mãe, Christy Beam, sente sua fé abalada e questiona a existência de Deus quando descobre que uma de suas filhas, Anna, está com uma doença incurável. Ela luta, corre atrás de ajuda, consulta vários médicos e consegue um tratamento em Boston para amenizar as dores da filha. Mas foi em uma brincadeira no quintal de casa que tudo mudou.
Como devemos agir quando a vida nos traz problemas que não conseguimos resolver?

O filme me levou a refletir de quantas vezes precisamos chegar no fundo do poço para conversarmos seriamente com Deus? Quantas vezes questionamos o por que dos sofrimentos que enfrentamos na vida? Assim como a mãe no filme desesperada, muitas vezes tentamos agir por conta própria, quando não sabemos como proceder, o que fazer e o que pensar. Nos sentimos inúmeras vezes nesta mesma posição, esquecemos que temos um Deus cuidando de tudo, somos fracos na fé, vacilamos e tomamos outro rumo em nossas vidas. 

Este não é um filme que tenta persuadir alguém a mudar de religião. Ele nos leva a refletir sobre este poder maior, sobre o que é humanamente difícil de explicar. No fim a mãe cita uma frase de Albert Einsten:

Só há duas maneiras de viver a vida: A primeira é vivê-la como se os milagres não existissem. A segunda é vivê-la como se tudo fosse um milagre.

Eu acredito em MILAGRES, acredito que a vida pode ser muito mais bonita e leve quando não queremos ser o dono do caminho, quando confiamos nosso trajeto ao Deus que tudo pode! Você acredita em milagres?

Sem dúvidas foi um dos melhores filmes que vi esse ano. Que realmente me tocou e me fez ficar pensando horas e horas sobre como os milagres estão presentes em coisas simples de nossas vidas, nos pequenos detalhes, gestos e como Deus consegue usar pessoas ao nosso redor e até nós mesmos para fazer Suas vontades. É preciso ter fé, acreditar é o primeiro passo. Uma história belíssima que reafirma a essência de nossa existência. Recomendo a todos!
Eu tinha 14 anos quando fui assassinada, em 6 de dezembro de 1973...

Esta é a história de uma menina que cuida de sua família e observa a todos, mesmo depois de morta. ''The Lovely Bones'' (Um Olhar do Paraíso, título brasileiro), lançado em 2009 é o filme de #79. 

Baseado no livro Uma Vida Interrompida - Memórias de um Anjo Assassinado de Alice Sebold e com direção de Peter Jackson (da trilogia Senhor dos Anéis) o filme apresenta uma sensibilidade enorme e mostra que o amor é além da vida.

Susie Salmon (interpretada por Saoirse Ronan) é uma garota de 14 anos que mora num bairro do subúrbio da Pensilvânia e queria ser uma fotógrafa quando crescer. Como toda garota dessa idade com sonhos, paixões e planos, ela é apaixonada por Ray um garoto da sua classe e tem pais e irmãos que a amam.

Em 6 de dezembro de 1973, Susie foi violentada e morta por George Harvey (interpretado por Stanley Tucci) seu vizinho, um tarado psicótico, que a convida a entrar num porão encravado em meio à um terreno ermo, a fim de mostrar-lhe um projeto, ao qual, segundo ele, se dedicou durante muito tempo.

Com o desaparecimento da filha, seus pais Jack (interpretado por Mark Wahlberg) e Abigail (interpretada por Rachel Weisz) demoram a acreditar que possa ter acontecido algo de mais grave. Porém, logo a polícia encontra um pedaço do braço da menina, o que indica que há poucas chances dela estar viva. Enquanto a família sofre com a notícia, Susan acompanha todas as mudanças desencadeadas com a sua morte, e não terá paz enquanto o crime não for solucionado. 

The Lovely Bones

Neste momento, o Espírito de Susie é visto por Ruth Connors (interpretada por Carolyn Dando), "a garota estranha", que "via coisas que os outros não viam" (médium). Susie, não consegue ir para o céu já que quer vingança e não se conforma com a morte, então ela está numa espécie de limbo ou purgatório junto com outras assassinadas do vizinho. O lugar se transforma de acordo com os pensamentos e sentimentos da garota. Em alguns momentos, o espectador tem a impressão de estar vendo um quadro animado de Salvador Dalí. Folhas viram pássaros e imensos barcos engarrafados navegam pelos mares, entre outras imagens surrealistas.

Além de acompanhar o que acontece com sua família e amigos, Susie é assombrada por pesadelos como o momento de sua própria morte. A família da protagonista foi abalada pela trágica morte da garota. O pai busca vingança e se intromete muito nas investigações da polícia. A mãe não consegue chegar perto do quarto da filha morta e, por isso, mantém o local fechado. O irmão e a irmã de Susie tentam seguir em frente. A avó amalucada Lynn (interpretada por Susan Sarandon), que é viciada em bebidas e cigarros, acaba assumindo o comando da casa e da família. George Harvey, o vizinho e serial killer, guarda como troféu um tufo de cabelo da vítima em sua casa e acredita piamente em sua impunidade e já planeja cometer outro assassinato. A irmã mais nova de Susie, Lindsey Salmon (interpretada por Rose McIver) está bem desconfiada do vizinho e procura provas para incriminar Harvey.

The Lovely Bones

O filme não se trata bem do "paraíso", como sugere a tradução brasileira, mas do limbo (purgatório?) que separa a vida material na Terra do "céu" espiritual. É de lá que Susie conta o que lhe aconteceu por aqui e também o que ainda a ocupa como "alma". 

O diretor Peter Jackson provou mais uma vez ter muita versatilidade, capaz de passar pelo terror, fantasia e também o drama de qualidade. Os atores são muito bons também e a naturalidade com que os sentimentos são expressos sensibilizam até mesmo os corações mais resistentes quando assistem ao filme. Nada nesta história nos soa forçado, muito pelo contrário. Até o sobrenatural é um elemento que se torna comum, mesmo para quem não esteja tão acostumado a isto.

A grande lição deste filme é que precisamos aprender que amar às vezes é deixar ir, que precisamos aprender a seguir em frente para honrar aqueles que nos amaram, que a morte é um fator natural à vida e por isso não devemos teme-la tanto assim e que pessoas que nos amem de verdade nunca vão querer nos ver presos à uma semi-vida, pois o universo continua com suas belezas, suas dores e tudo o mais. Viver é um ato de passagem, um rito transitório, e por isso temos que fazer com que valha a pena. Eu recomendo a todos!
Durante seis anos como técnico, Grant Taylor jamais ganhou um campeonato. Quando descobre que vão dispensá-lo, perde de vez a esperança. Mas ao lado do time, descobre como a fé em Deus joga a favor dentro e fora das quadras. Em #78 escrevo sobre o filme ''Facing the Giants'' (Desafiando Gigantes, no Brasil). 

Lançado em 2006, dirigido e estrelado por Alex Kendrick. O filme conta a história do treinador de futebol americano colegial Grant Taylor (interpretado por Alex Kendrick) e de seu time Shiloh Eagles. O treinador Taylor trabalha duro mas não consegue ter sucesso com o seu time, que é um dos mais perdedores do campeonato colegial. Para piorar os pais dos alunos perdem a confiança no seu trabalho e passam a pressionar a escola para que ele seja substituído por um treinador melhor, além disso ele passa por problemas financeiros e assim como sua vida profissional, a sua vida pessoal não deslancha e passa por problemas também.

Facing the Giants

Tudo parece dar errado quando o Eagles perde 3 partidas seguidas e o campeonato já parece estar ameaçado, e os seus alunos e jogadores parecem apáticos e sem intenção de mudar o jogo. Alguns pais se reúnem para pressionar a escola a substituir Grant e ele ouve tudo, e vê ainda que um de seus auxiliares do time está com o grupo. Por fim, após anos tentando ter filhos, Grant vai ao médico e descobre que o problema de fertilidade é com ele, e que as chances são remotas de reversão e que deveria pensar em inseminação e adoção.

Através de algumas pessoas, ele recupera Ele cria uma filosofia nova e decide treinar para louvar a Deus depois de cada jogo, não importa o resultado. Ao mesmo tempo, ele orienta e convida cada um de seus jogadores a dar o máximo de esforço, e motiva-los a acreditar que podem ganhar sob a orientação de Deus. A partir desse ponto, ele perde apenas um jogo, mas vai acabar por ganhar o campeonato estadual.

Com Deus, todas as coisas são possíveis...

Confiar no tempo de Deus é ter a certeza de que alguma hora e de alguma forma tudo vai dá certo. É fazer a minha parte, confiar que a mudança virá e que existe um Deus maravilhoso agindo ao meu lado. É saber que se algo ainda não aconteceu do jeito que eu queria é porque Deus tem algo bem melhor pra mim.

Foi assim com o casal Grant Taylor e Brooke Taylor (interpretada por Shannen Fields). Há quatro anos o eles tentavam engravidar, sem confiar que Deus podia agir. Mas tudo mudou quando eles passaram a acreditar no tempo de Deus!

Ao ver todo o time desmotivado, o treinador Grant Taylor chama dois jogadores e passa-lhes um desafio pedindo para que ele dê o melhor de si. Ele coloca vendas nos olhos do jogador que deve carregar outro jogador nas costas, e diz que faz isso para que ele não desista. Enquanto isso os colegas de time riem e duvidam que ele vá conseguir atingir a meta, porém, o jogador vai além da meta estipulado pelo treinador e consegue atravessar todo o campo com o colega nas costas. E os colegas ficam fascinados com isso.

Com essa cena eu pude ver o quanto as vezes é necessário uma venda diante dos nossos olhos para que possamos acreditar no quanto somos capaz. É preciso muitas vezes passar pela dor para crescer e acreditar o quanto podemos. Com esse trecho, aprendi que precisamos mais confiar em nós mesmo e que a perseverança é uma grande aliada dos que alcançam seus objetivos.

Alex Kendrick interpreta Grant Taylor

A partir deste pensamento tudo que era impossível começa a se realizar, e o treinador Grant e seu time chegam as semifinais do campeonato colegial e se ganharem o jogo podem chegar a final do estadual. Eles perdem o jogo, mas como por um milagre o time adversário é desclassificado por estarem irregulares, e o Eagles vai avança mais um jogo. Conseguem ganhar e vão para a grande final com o melhor time na sua categoria. Melhor que eles, maior que eles, mais forte que eles e mais preparado que eles. Eles não teriam chance alguma, certo?

Eles nem acreditam que estão no jogo mais importante de futebol colegial e contra os Gigantes da categoria. Taylor não deixa ninguém desanimar, e faz com que todos acreditem que é possível vencer, e que apesar de serem mais fracos podem ser mais inteligentes. O jogo começa fácil para os Gigantes, mas logo o time do treinador Grant começa a marcar, os Eagles seguram os ataques dos Giants e marcam no último segundo do jogo. Eles viram o jogo, ganham e provam que o impossível não existe quando se acredita, e que nada é impossível para Deus.

Mesmo quando tudo parece não fazer sentido, mesmo quando não tiver mais forças físicas e psicológicas, a decisão mais sábia que podemos tomar é a de continuar ouvindo as palavras encorajadoras dAquele que conhece o nosso verdadeiro potencial e que nos convidou a darmos o primeiro passo, o nosso Deus. Ainda que abandonados por todos no meio do percurso… nosso Treinador não desiste de nós, Ele continua andando ao nosso lado e dizendo “vamos, só mais um pouco, eu sei que você pode”.

Desafiando Gigantes apesar de ser um filme religioso, considero ele destinado a todos os públicos, pois se trata de fé. E a fé é uma competência fundamental para todos. Tanto na vida pessoal, como na profissional. Sendo que o filme é muito indicado no meio empreendedor. Acreditar no que se faz e no que se quer é importante para se obter bons resultados. A trilha sonora ainda traz Bebo Norman, Third Day, Casting Crowns, Ana Laura e outros, é um primor também. Recomendo o filme a todos. Está disponível na Netflix Brasil.
Desde que Game of Thrones surgiu em 2011, o domingo à noite nunca foi mais foi o mesmo. A série se tornou um fenômeno por trazer uma narrativa fora do comum, com diversos núcleos e protagonistas, guerras que lembram os tempos medievais e elementos de fantasia, como dragões e "zumbis congelados".

Adaptado das histórias dos livros homônimos escrito pelo norte-americano George R. R. Martin e lançado em 1996. O primeiro episódio da série só foi exibido em abril de 2011. Contando a saga de sete nobres famílias em luta pelo controle da mítica terra de Westeros, dividida depois de uma guerra. Num cenário que lembra a Europa medieval, reis, rainhas, cavaleiros e renegados usam todos os meios em nome do poder.

O Começo

Para ter um norte do que acontece na série, é preciso começar pelo... Norte! A região é maior de toda Westeros — continente fictício, formado por Sete Reinos —, possui florestas e montanhas cobertas de neve. A área é governada pela Casa Stark de Winterfell, umas das mais importantes da trama. 

É lá se que inicia a história, quando a família Stark recebe a visita do Rei dos Sete Reinos, Robert Baratheon. Ele quer que Eddard (Ned) Stark, responsável por governar o Norte, seja seu conselheiro. 

Bem, é aí que tudo começa acontecer. Entretanto, Catelyn Stark (esposa de Ned), recebe uma carta avisando que a família Lannister — da esposa do rei Robert — pode não ser confiável. Mãe zelosa e articuladora implacável, a rainha Cersei Lannister mantém um caso extraconjugal com o próprio irmão gêmeo, Jaime, e mostra que Catelyn tem motivos para desconfiar de sua família. 

Mesmo sob aviso, Ned Stark vai para Porto Real, sul do continente e capital dos Sete Reinos. Durante a trajetória, ele descobre segredos dos Lannisters, que involuntariamente irão desencadear guerras, assassinatos e reviravoltas na série. 

Depois das revelações chocantes sobre os Lannisters e da morte do rei Robert, é dada a largada no verdadeiro jogo pelo Trono de Ferro — daí vem o título da série. É por aqui também que a série começa a apresentar outros núcleos, mostrando que o eixo Stark-Lannister não é o principal. 

As Casas Targaryen, Greyjoy, Tyrell e Martell são algumas das que tentam governar os Sete Reinos — sendo que os Targaryen, representados por Daenerys (interpretada por Emilia Clarke), se julgam os legítimos merecedores da coroa, uma vez que o pai de Daeny, o rei louco, foi morto por Jamie Lannister. 

É nesse contexto que Daenerys ressurge em terras muitos distantes, onde, durante as primeiras temporadas, ela reúne um exército forte com a intensão de recuperar seu lugar no Trono de Ferro, ao lado de seus três dragões. Dura mas benevolente, ela evita que os bichos causem mortes desnecessárias, tornando-os armas surpresa de guerra. 

Com tantas intrigas, batalhas e guerras, GoT é uma referência perfeita à política de modo geral. Vários dos conflitos pelo poder fazem paralelo tanto com a política internacional quanto a nacional. 

John Snow e Daenerys, interpretados por Kit Harington e Emilia Clarke, respectivamente.

''Winter is coming''

"O Inverno está chegando", em português, é a frase que marca GoT. Acima de todas as disputas políticas, paira sob Westeros o perigo dos White Walkers. Essa ameaça é tida como duvidosa, uma vez que ninguém sabe direito se essas criaturas são reais, mostrando que a magia na série nunca é óbvia. 

Também chamados de Os Outros, esses mortos-vivos congelados habitam regiões inexploradas além da Muralha — estrutura que protege o Norte (e toda Westeros) dos riscos que os White Walkers oferecem, visto que eles podem congelar os locais por onde passam e matar os humanos.

Ao bastardo Jon Snow (interpretado por Kit Harington), então comandante da Muralha, cabe a tarefa de defender Westeros dessas criaturas. Quando é alçado a rei do Norte, Snow precisa convencer os outros reinos de que existe uma ameaça em comum que todos precisam lutar — numa espécie de referência ao aquecimento global. Mas a tarefa não é nada fácil. 

Com sete temporadas já produzidas, a série estreia hoje sua oitava e última temporada extremamente aguardada. Acho que demorei muito falar sobre GoT aqui no blog. É uma série que inovou a TV e inspirou muitas produções atualmente aí bombando também. Com certeza a série também amadureceu muito meu gosto por seriados de TV. Eu recomendo a série a todos. E que venha a batalha final!
Mundo Alternativo Recomenda em #03: Toad The Wet Sprocket. O quarteto surgiu em Santa Barbara, Califórnia em 1986 e ganhou certo prestígio na cena do rock alternativo dos anos 90, gerando uma boa quantidade de singles, e foi uma das bandas que gerou o "Modern Rock", um subgênero do rock alternativo mais voltado para as rádios. 

A banda é formada por Glen Philips nos vocais e guitarra rítmica, Todd Nichols na guitarra solo e backing-vocals, Dean Dinning no baixo e backing-vocals e Randy Guss na bateria, e hoje a banda conta com o tecladista Jonathan Kingham.

Toad the Wet Sprocket

A banda começou em 1986, com os membros se conhecendo um ao outro na escola San Marcos, que fica na região metropolitana de Santa Barbara, Califórnia. Na época da formação da banda, o vocalista/guitarrista Glen Philips tinha apenas 16 anos, enquanto que o guitarrista Todd Nichols e o baterista Randy Guss tinham 19 anos, e o baixista Dean Dinning tinha 20 anos. A primeira aparição pública da banda foi num concurso de jovens talentos, em Setembro daquele ano. Apesar disso, a banda perdeu a competição.

Na época, a banda ainda não tinha nome, mas após verem uma esquete chamada "Rock Notes" do comediante Monty Phyton (Na qual um jornalista dá uma notícia falsa da turnê de uma banda na Finlândia e "futuros planos" para uma turnê na Islândia), a banda pegou o nome da banda fictícia e assim, o nome "Toad The Wet Sprocket" foi adotado pelo grupo.

Após alguns shows em bares locais de Santa Barbara, a banda logo produz por si mesma e grava seu primeiro álbum, chamado de Bread & Circus, e o lança de forma independente em 1988. O álbum fez seu caminho pelas lojas de álbuns da cidade até chegar aos executivos da gravadora Columbia Records, que ouviram o álbum e dando a luz verde para eles, o que gerou um contrato da banda com a Columbia com a condição de que relançassem Bread & Circus sem remixá-lo. O acordo foi feito e o álbum foi relançado em Julho de 1989.

Um dos meus álbuns favoritos é Dulcinea de 1994. A banda alcança um novo nível de sucesso com Dulcinea graças aos singles Fall Down e Something's Always Wrong. Além de Inside, uma das minhas favoritas desse álbum. Abaixo ouça no Spotify.


A banda ainda continua na estrada. Para mais informações acesse ao site oficial deles toadthewetsprocket.com.
Um menino protegido por um gentil médico que dirige um orfanato no Maine descobre o mundo, mas a realidade logo se torna uma intrusa em seu idealismo juvenil e certeza moral. ''The Cider House Rules'' (Regras da Vida, título no Brasil) é o filme de #77 no blog.

Baseado no best-seller de John Irving, a história de Homer Wells (interpretado por Tobey Maguire), um garoto sem parentes que passa a ter como mentor um médico de um orfanato, Dr. Wilbur Larch (interpretado por Michael Caine). o Dr. Larch ensina a Homer tudo o que sabe sobre medicina e a diferença entre certo e errado, mas nunca o ensinou as regras da vida propriamente ditas. Quando Homer sai para descobrir o mundo, ele mais excitante do que jamais imaginara, especialmente quando se apaixona pela primeira vez. Entretanto, quando forçado a tomar decisões que irão influir para sempre em sua vida, percebe que no final das contas a vida pode não ser tão bela quanto imaginava, e que não pode fugir de seu passado.

Homer cria-se em um orfanato do Maine, tendo por pai adotivo o médico da instituição, Wilbur Larch, na mente, histórias de Charles Dickens sobre crescer, tornar-se homem, tomar o destino em suas mãos. Temos então um filme de grandes temas: a orfandade, a descoberta da vida, o desejo e suas surpresas. Também haverá temas menores, que na verdade seriam os mais interessantes - como o aborto, as drogas (e seu uso por médicos).

The Cider House Rules (1999)

Homer é também assistente de Larch e convive com a realidade deprimente do orfanato: mães que abandonam os filhos após dar à luz, crianças adotadas por estranhas criaturas, outras que sucumbem às próprias fraquezas etc. Já adulto, Homer decide pegar carona com Wally (interpretado por Paul Rudd), um tenente do exército norte-americano durante a Segunda Guerra Mundial, e a namorada dele, Candy (interpretada por Charlize Theron), uma das "aliviadas" (fez aborto) do dr. Larch, e vai se tornar colhedor de maçãs. Enquanto no orfanato as paredes e as normas o protegiam, fora dele Homer vai descobrir que o mundo exige que as pessoas criem suas próprias regras todos os dias para poder sobreviver e que, mesmo assim, viver não é seguro.

Ao acompanhar as aventuras de Homer, somos colocados em um ambiente sedutor, pois aprendemos junto com o personagem e sentimos a vida passar por nossos olhos, presenciamos coisas ruins e coisas boas, sofremos e nos alegramos, tudo em seu tempo. A graça da premissa, está no fato de nos identificarmos com a vida de um homem diferente, que nunca deixou um orfanato até sua idade adulta, mas que no fim passa pelas mesmas coisas que nós, ou até mais marcantes. O roteiro também nos coloca frente a situações complicadas, difíceis de serem definidas apenas como certo ou o errado, pois assim como nós, os personagens também são hipócritas de certo modo, e portanto não são perfeitos. E essa imperfeição é talvez a maior perfeição do filme e sua história. Além de conter uma linda trilha sonora. O que é aquele instrumental que introduz o filme e o acompanha durante todo o filme? Perfeito. Recomendo!
Uma mistura de sons, M83 com Midnight City é a #43 do Music Box. Bom, para quem não conhece, M83 é um projeto do músico francês Anthony Gonzales que conta também com outros músicos. A banda tem um som bastante interessante, que acaba focando muito na melodia da música, que acaba por ser tocada muito mais alta que os vocais.

M83

O nome do projeto é uma homenagem à galáxia Messier 83, que também é conhecida no mundo científico como M83.  A canção ''Midnight City'' faz parte do álbum Hurry Up, We're Dreaming, lançado em 2011. O videoclipe dirigido por Fleur & Manu temos um grupo de crianças, que possuem poderes paranormais e por isso estão num tipo de internato. Mas eles fogem em busca da liberdade e promovem, com seus poderes, algo espetacular que ilustra o título. Assista!


Curtiu? Até o próximo #MusicBox!
Amélie é uma jovem do interior que se muda para Paris e logo começa a trabalhar em um café. Num belo dia, ela encontra uma caixinha dentro de seu apartamento e decide procurar o dono. A partir daí, sua perspectiva de vida muda radicalmente. Le fabuleux destin d'Amélie Poulain (O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, título no Brasil) é o filme de #76 do blog.

O filme conta a história de uma jovem chamada Amélie Poulain (interpretada por Audrey Tautou) que encontra uma razão diferente para sua existência. Quando criança, Amélie recebe uma educação fria e distante de seus pais o que faz com que na vida adulta ela seja uma pessoa isolada. Porém, isso muda quando descobre em seu apartamento uma caixa com recordações da infância de um antigo morador. Amélie decide devolvê-la ao seu dono e, a partir de então, começa a se sentir diferente quando percebe que seu propósito na vida é ser um diferencial na vida dos outros. Isso ao ver que ele chora de alegria ao reaver o seu objeto, a moça fica impressionada e adquire uma nova visão do mundo. Então, a partir de pequenos gestos, ela passa a ajudar as pessoas que a rodeiam, vendo nisto um novo sentido para sua existência. Contudo, ainda sente falta de um grande amor.

Le Fabuleux Destin d'Amélie Poulain

Amélie é uma personagem extremamente singular e curiosa, que se vê atraída por detalhes do dia a dia que, muitas vezes, passam despercebidos pelas outras pessoas. O filme capta bem a simplicidade das coisas, como por exemplo, o prazer de Amélie em colocar as mãos em sacos de grãos e seu pai, que adora arrancar tiras do papel de parede. São coisas simples, mas que, como um todo, constroem detalhes significativos para a narrativa.

Enfim, as atitudes de Amélie começam a ser um diferencial na vida das pessoas, até que ela se abre o suficiente para se apaixonar. No entanto, o foco principal da história não gira em torno do amor entre ela e Nino (interpretado por Mathieu Kassovitz), mas da questão de encontrar um propósito para a vida.

Ao ajudar os outros, Amélie ajuda a si mesma, abrindo-se para o mundo e, enfim, quebrando a barreira de solidão que a separa da vida. No fim das contas, tudo se resume a encontrar um propósito, algo que te preencha e te faça entender que há uma razão para a sua existência. E esse propósito pode vir das coisas mais banais, que poderiam passar despercebidas.

O filme como um todo é incrível: trilha sonora, fotografia, figurino. Mas o que mais prendeu minha atenção foi Amélie, justamente por ser diferente em todos os aspectos. Ela repara em detalhes que quase ninguém mais nota, não se joga na realidade tão facilmente e é atraída pela simplicidade corriqueira das coisas que a cercam. Ela é uma raridade de pessoa.

Querida Amélie, você não tem ossos de vidro. Você aguenta as pancadas da vida.

E quantas vezes achamos que não aguentamos as pancadas da vida e, por este motivo, nos esquivamos daquilo que pode causar dor? O problema é que, assim como Amélie, dessa forma também fugimos da felicidade. Mas a vida é isso: um punhado de tristezas e alegrias que se interligam e, na maioria das vezes, são dependentes umas das outras. Isto porque, assim como não existe felicidade que em certo ponto não possa causar dor, também não há dor que em algum momento não possa se desdobrar de forma inusitada e levar à felicidade. Recomendo o filme!
Um garçom judeu-italiano enviado a um campo de concentração nazista protege a inocência de seu filho fingindo que seu cativeiro é um elaborado jogo. Em #75 filme escrevo sobre ''La Vita è Bella'' (A Vida é Bela, título no Brasil) dirigido e protagonizado por Roberto Benigni. Sendo vencedor de três prêmios Oscar: melhor filme estrangeiro, melhor ator e melhor trilha sonora em 1999.

Este filme é inspirado na obra Alla fine ho sconfitto Hitler de Rubino Romeo Salmoni, um sobrevivente de Auschwitz que narra sua experiência nesse livro. O filme é sobre a história de Guido Orefice (interpretado por Roberto Benigni), um judeu-italiano que se muda para Arezzo para trabalhar no hotel de seu tio. Em breve, ele vai se deparar com Dora (interpretada por Nicoletta Braschi), uma professora de uma família rica que simpatiza com o regime fascista. Guido fará todo o possível para conquistar Dora. Ele sempre aparece inesperadamente e tentará surpreendê-la de todas as maneiras possíveis.

Bom Dia, Princesa!
- Guido

La Vita è Bella 

Finalmente, o amor entre os dois triunfa e eles terão um filho, Giosuè (interpretado por Giorgio Cantarini);  parece que a vida sorri para Guido. No entanto, a Segunda Guerra Mundial fará com que toda a sua vida se desmorone e acabe em um campo de concentração.

‘A Vida é Bela’ nos leva a uma Itália submersa no fascismo e aos horrores dos campos de concentração. Ele faz isso de uma maneira diferente, nos apresenta esta história como um tipo de conto com um final adocicado.

Esta é uma história simples, mas não é fácil de contar. Como em uma fábula, há dor, e como uma fábula, é cheia de maravilhas e felicidades

- Giosuè

O filme começa com um tom alegre, engraçado e divertido; na verdade, nas primeiras cenas dificilmente podemos adivinhar que estamos enfrentando um drama, apesar de ver o surgimento do fascismo na Itália desde o início.

A comédia em ‘A Vida é Bela’ é encontrada em pequenos detalhes, em pequenos momentos que levam a um piscar de olhos cômico. No entanto, o que é realmente interessante é como, a partir de uma situação desagradável e assustadora, consegue nos fazer dar um sorriso.

La Vita è Bella 

Guido burla todas essas crenças, desmantela toda a ideologia racista com comentários espirituosos e engraçados. É um personagem que nos conquista desde o início. Despreocupado, muito criativo, e sua luta para conquistar Dora nos fascina. Nada o detém, nem mesmo o fascismo.

Guido não sabe se vão sobreviver, não sabe quanto tempo eles vão permanecer no campo, mas sua disposição para sobreviver é mais forte do que qualquer incerteza. Não deixou seu filho vê-lo devastado, triste ou sem vontade de viver. ‘A Vida é Bela’ nos mostra que muitas vezes a felicidade está em nossa maneira de ver a vida, de aceitar e enfrentar as adversidades.

O filme é um exemplo de superação, nos faz ver a beleza no horror e na liberdade, mesmo quando não existe, nos faz rir e chorar. Guido teve um motivo, uma vontade, e conseguiu criar esse sentimento em seu filho. Desta forma, apesar da crueza do filme, poderíamos dizer que sua luta e seu esforço valeram a pena. Recomendo a todos!

Esta é a minha história, este é o sacrifício que meu pai fez, este foi o seu presente.

- Giosuè, A Vida é Bela.